POVO QUER CONSTITUINTE, MAS A MÍDIA SILENCIA
Plebiscito popular sobre reforma política realizado no último 7 de setembro teve 1.744.872 votos de brasileiros de todas as regiões do País, com mais de 96% de apoio à Constituinte exclusiva, mas foi solenemente ignorado pelos meios de comunicação tradicionais, aponta Tereza Cruvinel, colunista do 247; "O silêncio da mídia sobre o plebiscito expressa, além de sua dissintonia com as iniciativas populares, a descrença no resultado de tudo que não tem origem no status quo", diz ela; movimento nasceu com as manifestações de junho e evidencia a urgência de se rediscutir o modelo de representação popular; leia a íntegra
17 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 07:22
247 - Uma iniciativa popular sobre reforma política mobilizou 1.744.872 brasileiros, no último dia 7 de setembro, mas foi solenemente ignorada pelos meios de comunicação tradicionais. Trata-se do plebiscito sobre a urgência de uma reforma política, realizado na internet, em que 96,9% dos votantes declararam apoio a uma Constituinte exclusiva para tratar do tema.
Esse plebiscito é o tema do novo artigo de Tereza Cruvinel, colunista do 247. "O movimento que preparou esta consulta começou no ano passado, depois das manifestações de junho, quando ficou evidente a falência do atual sistema eleitoral para garantir a legitimidade de nosso regime democrático baseado na representação popular através dos partidos políticos. Entre as 450 instituições patrocinadoras há sindicados, organismos de classe, associações civis as mais diversas e apenas três partidos políticos: PT, PC do B e PCR", diz ela no texto "A mídia, o povo e o plebiscito popular".
"O silêncio da mídia sobre o plebiscito expressa, além de sua dissintonia com as iniciativas populares, a descrença no resultado de tudo que não tem origem no status quo. A História, entretanto, já mostrou algumas vezes que o caminho social pode nascer das pequenas trilhas. Em 1983, um jovem deputado de terno branco e chapéu panamá, recém chegado à Câmara, chamado Dante de Oliveira, corria atrás dos jornalistas no Salão Verde da Câmara para falar de sua proposta de emenda constitucional restabelecendo as eleições diretas para presidente da Repúblicas. Que utópico, diziamos nós, e o ouviamos por delicadeza. Saía um registro aqui, outro ali. Ate que em algum momento dr. Ulysses Guimaráes, como nós e todos o chamávamos, colocou-a na agenda do PMDB. Os outros partidos de oposição se juntaram, levantaram a bandeira e aconteceu a memorável campanha das diretas-já", lembra a jornalista.
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