sexta-feira, 12 de abril de 2013

Golpista de Araçuaí, o "Madoff mineiro", tenta desbloquear bens, mas Justiça nega pedido


Desembargador afirma que Thales Maioline tem dinheiro em conta no 

estrangeiro e mantém bens em nome de terceiros e tem condições de 

pagar despesas judiciais.



Thales Maioline deu um golpe de R$ 100 milhões, lesando cerca de 
2 mil investidores, principalmente de sua terra natal, Araçuaí


A Justiça mineira negou o pedido de habeas corpus do ex- empresário  e golpista Thales 
Emanuelle Maioline, 34 anos, que pedia o benefício da assistência judiciária ou o desbloqueio 
de seus bens.

O recurso foi impetrado pois o homem, conhecido como "Madoff mineiro" por usar o golpe da 
pirâmide financeira semelhante ao aplicado pelo norte-americano Bernard Madoff, alegou 
que não tem condições para arcar com os honorários periciais, orçados em R$ 80 mil.

A decisão é da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), do dia 4 de abril, 
 mas só foi publicada nesta quarta-feira (10.04).

Ao analisar o pedido, o desembargador Cássio Salomé entendeu que o habeas corpus 
 não era o instrumento adequado para fazer esse tipo de pedido e não tem como objetivo 
assegurar a justiça gratuita.

“O habeas corpus se presta à defesa da liberdade de ir e vir. Não há de servir à panaceia 
 universal de  substituto recursal ou de qualquer outra ação autônoma”, disse.

Além disso, o desembargador ponderou que Maioline tem condições financeiras para pagar
à perícia. “Denota-se dos autos que ele detém uma quantia em dinheiro em contas estrangeiras,  
além de  bens em nome de terceiros que se mostram compatíveis com o pagamento de tal custo”, 
afirmou.

Os desembargadores Duarte de Paula e Marcílio Eustáquio dos Santos  votaram de acordo com o 
relator.

Golpe
Thales Maioline, natural de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha. Ele, a irmã Iani Maiolinee Oséias 
Ventura,  eram sócios da Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros Ltda, com 
escritórios em Araçuai e Belo Horizonte.
  
Thales  foi preso em dezembro de 2010, mas está solto desde junho de 2012.
Os outros sócios chegaram a ser presos, mas também estão livres. 
A irmã mora atualmente em Araçuai, depois de passar temporada em uma praia da costa da Bahia.
  
Ele responde a mais de cem processos na área cível, além de estelionato, formação de quadrilha 
e uso de documento falso. 
O esquema financeiro criado pelo "Madoff mineiro" durou de 2006 até junho de 2010 e lesou cerca 
de 2 mil investidores, com um golpe de R$ 100 milhões.. 
  
A base do golpe era a promessa de ganhos fáceis a clientes de cerca de 14 cidades mineiras, 
principalmente de Araçuaí.
Para atrair as vítimas, o empresário oferecia cotas de participação por meio do intitulado Fundo
de Investimento Capitalizado (Ficap). As cotas variavam entre R$ 5 mil e R$ 5 milhões, com 
investimento mínimo de R$ 2,5 mil.

O fundo prometia rentabilidade de 5% ao mês, bem superior à média do mercado.

Fonte: Hoje em Dia

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