quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Representantes das Forças Armadas desembarcam em Araçuai para inspecionar área de lítio

Sigma Mineração de capital inglês é detentora de área de 12 mil hectares para exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha. Ela pede que Ministério Público apure denúncia de pedido de propina para instalar unidade de conversão de lítio na região.

Foto: Daniel GonçalvesRepresentantes das Forças Armadas desembarcam em Araçuai para inspecionar área de lítio
Comitiva das Forças Armadas seguiram para a região da antiga mineração Arqueana, em Itinga.

Representantes do Ministério do Exército, Aeronáutica, e Ministério da Defesa desembarcaram  no aeroporto de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha, na manhã desta quarta-feira (13) para inspecionar mina de reserva  e extração de lítio da região, localizada nas divisas dos municípios de Itinga e Araçuai. Eles estão acompanhados de promotores públicos.


No período da tarde, eles participam de uma reunião na Unopar-Universidade Norte do Paraná, para um debate sobre a exploração do minério, instalação de novas empresas interessadas na exploração do  lítio e seus impactos ambientais na região.



Ministério Público vai apurar denúncias de que agentes públicos estariam pedindo propina para acelerar processos de extração de lítio na região.
Ministério Público vai apurar denúncias de que agentes públicos estariam pedindo propina para acelerar processos de extração de lítio na região.


A empresa Sigma Mineração, de capital inglês e com  escritório  em São Paulo, é detentora de 12 mil hectares de área, adquirida da antiga Mineração Arqueana, nos municípios de Araçuai e Itinga. A empresa quer implantar no local, o maior centro latino americano de exportação de concentrado de lítio para fabricação de baterias elétricas.


A mera exportação do minério concentrado não contempla toda a cadeia produtiva  que possa trazer benefícios para o Brasil e em especial para o Vale do Jequitinhonha. Para tanto, a Sigma quer instalar uma unidade de conversão do lítio para produção final de baterias elétricas, tecnologia que o país ainda não domina. A Argentina e o Chile já estão buscando esta tecnologia.


Recentemente, a Sigma, em oficio encaminhado ao Ministério Público, informa que agentes públicos estão se aproveitando da burocracia estatal para assediar as empresas interessadas no processo, oferecendo facilidades e pedindo propinas. Disse não ter provas e não aponta quem estaria pedindo vantagens para acelerar os  processos. Foi instalado  no mês passado, pelo promotor Leonardo Duque Barbabela, procedimento administrativo para apurar as denúncias. Os autos foram remetidos ao Procurador  da República, Tarcísio Henriques Filho, convidado para atuar em conjunto com o Ministério Público, no caso. 

O Vale do Jequitinhonha, conhecido  por ser uma região de extrema  carência do ponto de vista social e econômico, possui cerca de 8% de reservas de lítio do mundo. Várias empresas, entre elas a Sigma,  conseguiram direito minerário na região. Atualmente, a CBL explora o mineral em território dos municípios de Araçuai e Itinga.

Para que serve o lítio

Trata-se de um metal estratégico de grande interesse na industria bélica e energia nuclear,mas também empregado na indústria cerâmica e de vidros.

Em vários países, especialmente nos Estados Unidos, maior produtor, consumidor e exportador mundial, na União Soviética e República Popular da China, os dados sobre o litio são de circulação restrita ou confidenciais.

Na América do Sul, O Chile é o principal lider na produção de lítio, seguido pela Argentina. Ambos os países extraem o lítio nas piscinas de água salgada. Entretanto, metade das reservas mundiais conhecidas estão armazenadas na Bolívia.
  
Sérgio Vasconcelos
Repórter

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