segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Itamarandiba: Nova espécie de sapo é descoberta no Parque Estadual Serra Negra

Os sapinhos do gênero Crossodactylodes são raros, vivem em bromélias e têm distribuição restrita em áreas montanhosas da Mata Atlântica.

Foto: divulgaçãoNova espécie de sapo é descoberta no município de Itamarandiba
A espécie foi encontrada no topo de montanha, isolada dos demais fragmentos florestais
Uma nova espécie de anfíbio acaba de ser descoberta no Parque Estadual da Serra Negra, localizado a 33 km de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha. A espécie foi encontrada enquanto pesquisadores buscavam por novas populações do sapinho da bromélia, Crossodactylodes Itambe, que haviam sido descobertos no Parque Estadual Pico do Itambé, em 2011.

A busca foi guiada pela pesquisa de doutorado de Izabela Barata, bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na University of Kent, na Inglaterra, e pesquisadora do Instituto Biotrópicos.

Após a descoberta da nova espécie do Pico do Itambé, o gerente do Serra Negra, Wanderlei Pimenta, fez um convite à pesquisadora para que ela também visitasse a reserva ambiental, uma vez que o parque possui altitude e bromélias semelhantes às do Pico do Itambé. 
“Como o Serra Negra tem uma vegetação bastante parecida com a da região onde foi encontrado o Crossodactylodes Itambe achei que uma visita à unidade poderia ajudar na pesquisa e fiquei muito feliz quando descobriram uma nova espécie no nosso parque”, diz Pimenta. 


Os sapinhos do gênero Crossodactylodes são raros (Izabela Barata)

O gerente destaca também a importância da unidade de conservação para a preservação da biodiversidade do seu entorno. “Apesar da intensa atividade de silvicultora na região, a unidade possui um ecossistema ainda bastante preservado, com grande domínio de Mata Atlântica e uma pequena porção de Cerrado. Essa transição entre dois biomas também favorece a diversidade das espécies”, ressalta. 
Quando os pesquisadores coletaram as primeiras amostras dos sapinhos acharam que se tratava de uma população de Crossodactylodes Itambe, mas análises de DNA confirmaram que na verdade foi encontrada uma nova espécie do gênero Crossodactylodes. Atualmente, duas pesquisas científicas estão sendo desenvolvidas no Parque Estadual da Serra Negra. 
A espécie foi encontrada no topo de montanha, isolada dos demais fragmentos florestais. A área onde ocorre é coberta por Mata Atlântica e as bromélias estão localizadas dentro da mata, crescendo no solo e também nas árvores.Os sapinhos do gênero Crossodactylodes são raros, vivem em bromélias e têm distribuição restrita em áreas montanhosas da Mata Atlântica.
As espécies de Crossodactylodes são ameaçadas de extinção. Para validar o registro da descoberta, os pesquisadores irão trabalhar na descrição da nova espécie e escolher seu nome.
 SOBRE PARQUE 
O parque faz parte da Bacia do Rio Jequitinhonha e está inserido na Cadeia do Espinhaço, dominando a paisagem local com seu relevo montanhoso e aparência escura, quando vista contra o sol. Deve-se a este fator o nome da Serra e do próprio Parque. 
A reserva ambiental está incluída nos domínios da Mata Atlântica. Em locais de difícil acesso e em algumas baixadas podem ser observados grandes fragmentos da imponente vegetação que, originalmente, dominava a região. 
A região da Serra Negra possui importância vital para as regiões do Alto e Médio Jequitinhonha, pois inclui inúmeras nascentes de cursos d’água, vertentes para a bacia do Rio Jequitinhonha, Rio Araçuaí e alguns tributários do Rio Doce. 
Ao longo das nascentes, dos córregos e dos rios, que banham a serra, ainda podem ser observadas matas de galeria e remanescentes florestais importantes para a manutenção da fauna e flora locais. 
A cobertura vegetal nativa é composta, além de Mata Atlântica, por Cerrado e campos rupestres. Podem ser identificados no local espécies de ingá-branco, pau-d’óleo, pau-d’arco, braúna, vinhático, vinheiro, sucupira, canela de ema, velózias, orquídeas e várias espécies endêmicas das famílias melastomataceae, eriocaulaceae, poaceae (gramíneas), dentre outras.

Fonte: Agência Minas

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