Alex Solnik*
As acusações contra Lula e Dilma são sempre vagas e abstratas.
Ele teria querido ser ministro da Dilma e pedido para subornar Nestor Cerverò para obstruir a Justiça.
Ela teria querido nomear o sr. Navarro também com esse deliberado fim.
Ele teria ganho da Odebrecht uma reforma num sítio que não é dele e sem haver um papel assinado por ele ou uma gravação de sua voz acerca do assunto.
Seria dono de um tríplex mequetrefe no qual nunca morou e que nunca esteve em seu nome ou no de sua mulher.
Teria proposto, em reunião no Palácio do Planalto com várias testemunhas que se desviasse dinheiro da Petrobrás para a campanha da Dilma.
Fez um pacto de sangue também de 300 milhões com Emilio Odebrecht, mas ninguém sabe em que conta ou mala essa fortuna entrou, o que foi feito com ela e nem o que a Odebrecht recebeu em troca.
Ganhou terreno para construir o Instituto Lula que nunca foi construído naquele terreno.
Joesley teria aberto para Lula e para Dilma conta corrente de 300 milhões num banco do exterior, mas não apresentou extrato bancário em nome deles.
Já as acusações contra o PMDB são explícitas.
Extratos bancários enviados por autoridades da Suíça mostraram movimentações internacionais milionárias antes sempre negadas por Eduardo Cunha.
De Sérgio Cabral foram mostradas até as joias que comprava para a mulher.
Rocha Loures, serviçal de Temer, foi filmado na rua com uma mala de 500 mil reais da JBS dias depois de ser indicado pelo presidente da República como seu homem de confiança ao dono da JBS.
Malas e caixas com 51 milhões de reais foram fotografadas no apartamento que Geddel, apadrinhado por Temer pediu emprestado ao amigo e as notas tinham suas digitais.
Gravação em que Temer recomenda ao então parceiro Joesley manter a mesada que garantiria silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro foi ouvida em todo o Brasil.
Contra Lula e Dilma não há malas, contas bancárias nem gravações suspeitas, apenas palavras que não se sustentam do ponto de vista jurídico porque não podem ser comprovadas e que se prestam apenas a criar um clima anti-petista na sociedade.
Contra Temer e sua turma abundam fatos escandalosos em série, amplamente provados por fotos e gravações que não podem ser desmentidos.
E ainda tem gente que acha e diz que é tudo a mesma coisa.
*Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete.
É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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