sábado, 16 de setembro de 2017

IEPHA MG vê a Cerâmica do Vale do Jequitinhonha como patrimônio cultural imaterial


Iepha-MG inicia cadastro para registar a cerâmica do Vale do Jequitinhonha.



Estudo será apresentado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural – Conep com o objetivo de reconhecer esse saber tradicional como patrimônio cultural de Minas Gerais.
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), inicia o projeto “Arte em Barro: a Cerâmica do Vale do Jequitinhonha”, no dia 14 de setembro, durante a 1ª Feira de Artesanato de Almenara. 
A ação tem por objetivo identificar e inventariar os saberes, técnicas e tradições relativas ao artesanato em barro na região do Vale do Jequitinhonha para seu reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do estado de Minas Gerais. 
A primeira etapa do projeto será a realização de um cadastro dos artesão/ceramistas do Jequitinhonha por meio de um formulário disponível no portal do Iepha-MG – www.iepha.mg.gov.br.
Para a diretora de Proteção e Memória do Iepha-MG, Françoise Jean de Oliveira Souza, a região do Jequitinhonha possui uma produção cultural riquíssima sendo que a arte realizada a partir do barro é uma das mais expressivas e representativas da região. 
“Além de contribuir para o aumento da renda e do desenvolvimento humano, o artesanato do Jequitinhonha, enquanto um ofício, predominantemente feminino, leva-nos a conhecer, por meio de suas formas e temáticas, a realidade cotidiana das mulheres do vale, marcada por muita luta e êxodos, mas também, por alegrias, beleza e muita sensibilidade”, relata a diretora.
Ao final, o estudo será apresentado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural - Conep para solicitar o reconhecimento desse saber tradicional como patrimônio cultural de Minas Gerais.
Arte e tradição
A diversidade cultural encontrada em Minas Gerais é reflexo dos inúmeros grupos sociais que formaram o estado em diferentes períodos históricos. Indígenas, africanos, europeus contribuíram para compor a complexa rede de trocas simbólicas, comumente chamada de cultura mineira, que, de maneira geral, tem certas especificidades se comparadas com expressões de outras localidades. 
Tal é o caso do chamado artesanato em barro feito na região do Vale do Jequitinhonha que tem como particularidade a  apropriação de técnicas indígenas de modelagem, que desconhecem o uso do torno.
Atualmente inúmeros artesãos, em sua maioria, mulheres, espalhados por todo o Vale do Jequitinhonha, vivem da produção esculturas policromadas que representam animais, a paisagem, tipos humanos, seres imaginários e atividades cotidianas. Combinando refinamento estético e autenticidade, a  arte do Jequitinhonha vem obtendo reconhecimento nacional e internacional. 
A atividade também vem se mostrando uma possibilidade real de melhoria nas condições sociais do Jequitinhonha, já que que promove a permanência dos indivíduos na região, impedindo o êxodo e a fragmentação familiar. 
Fonte: IEPHA MG

Nenhum comentário:

Postar um comentário