sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Movimento de Atingidos por Barragens protesta por desrespeito aos direitos

Atingidos por barragens no Vale do Jequitinhonha fazem assembleia e cobram por informações 
Reunião aconteceu na comunidade de Funil, Virgem da Lapa, no Mèdio Jequitinhonha
No dia 2 de dezembro  de 2012, aconteceu a primeira assembléia dos atingidos por barragem na comunidade de Funil, município de Virgem da Lapa, divisa com Francisco Badaró/comunidade do Pacheco, à beira do rio Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Em torno de 100 atingidos vindos de 07 comunidades estiveram presentes na assembleia.
 Na foto acima, assembleia do MAB, na comunidade de Funil, Virgem da Lapa, onde será construída a  UHE Ivon (foto MAB)
Segundo Aline Ruas, coordenadora regional do MAB - Movimento de Atingidos por Barragens, os moradores ficaram sabendo em meados de setembro de 2012 que seria construído uma barragem naquela região, mas ninguém lhes apresentou o projeto. 
Os técnicos da empresa iniciaram a sondagem e os estudos sem autorização dos proprietários, que estão sem informações se a barragem seria para abastecimento de água ou para geração de energia. 
“Os ribeirinhos como ficam, para onde vão se essas barragens forem construídas?”, questiona Aline.
Em meados de novembro, pressionando por informações, os atingidos exigiram que as sondagens fossem paralisadas enquanto não soubessem, de fato, para que e para quem seria construída aquela barragem. 
Somente após a paralisação da sondagem que conseguiram informações da empresa.Ela se chama Alupar Investimentos SA, e é uma empresa privada que pertence a um grupo internacional de geração e principalmente transmissão de energia. 
Somente no Rio Araçuaí ela tem autorização de pesquisa para três Usinas Hidrelétricas, UHE Aliança, UHE Ivon e UHE Berilo.
Para o coordenador estadual do MAB, Moisés Borges, a violação dos direitos tende a aumentar. “É um absurdo que empresas estrangeiras venham nos nossos rios roubar nossas riquezas e deixar a população com os prejuízos. O Vale do Jequitinhonha é muito rico e essas empresas querem se apropriar de tudo, das nossas águas, das nossas terras sem nenhum tipo de diálogo ou garantia dos direitos dos atingidos”, declarou.
Durante a Assembléia foi apresentada aos atingidos a previsão das barragens para produção de energia na bacia do Rio Jequitinhonha, que já possui duas grandes usinas e tem a previsão para mais 18 obras, entre grandes e pequenas hidrelétricas. 
Além disso, as denúncias dos atingidos comprovam mais uma vez que a construção de barragens segue um padrão de violação dos direitos humanos.

Estas informações são do MAB Movimento Atingidos por Barragens e de Alex Cardoso, da comunidade de Roça Grande/Caititu de Baixo, no município de Berilo,  comunidades a serem atingidas pela barragem Ivon, a ser construída no rio Araçuaí, no Funil/Pacheco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário