O desafio dos novos gestores, além de colocar a casa em ordem, é fazer com que as prefeituras iniciem um ciclo com a marca da honestidade e da transparência.
Foto: Dione Afonso
A PF invade sede de uma das empresas acusadas de participar de fraudes, no Norte de Minas
Além de terem recebido as prefeituras com problemas financeiros,
salários do funcionalismo atrasados e serviços básicos deficientes, os
novos prefeitos eleitos no Norte de Minas iniciarão suas gestões sob a
desconfiança da Polícia Federal (PF), da Receita Federal e dos
ministérios públicos Estadual e Federal.
Afinal, nos últimos quatro anos, quando estiveram nas mãos de seus
antecessores, esses municípios foram alvo de várias operações, sob o
comando dos órgãos de controle, que apontaram suposto rombo de mais de
R$ 500 milhões aos cofres públicos.
Os esquemas envolveram, além dos prefeitos, funcionários públicos e
empresários responsáveis pela prestação de serviços às prefeituras.
Muitos dos envolvidos continuam presos e responderão por formação de
quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outros crimes
contra a administração pública.
Agora, o desafio dos novos gestores, além de colocar a casa em ordem, é
fazer com que as prefeituras iniciem um ciclo com a marca da
honestidade e da transparência.
Eles também querem provar aos órgãos de controle e de fiscalização que
têm condições de gerir seus municípios dentro da legalidade.
A intenção, acima de tudo, é a de valorizar a confiança recebida do
eleitor. Para isso, muitos prefeitos começaram a abrir auditorias em
suas administrações e a fazer uma devassa em todos os contratos com os
fornecedores que estão sob suspeita.
Investigada
Em Francisco Sá, município com pouco mais de 25 mil habitantes,
localizado a 471 km da capital, o recém-empossado Denilson Rodrigues
Silveira (PCdoB) promete investigar todas as empresas apontadas pela PF
durante a operação Máscara da Sanidade, em meados de 2012, que
desarticulou fraude em 36 prefeituras mineiras.
“Queremos manter a ficha limpa com os órgãos fiscalizadores. Vamos
contratar uma empresa para analisar documentos e rever processos
licitatórios. Se algo estiver errado, ou gerar a mínima suspeita, não
vamos hesitar em rescindir contratos”, assegura o prefeito.
Suspeitas
Hasteando a mesma bandeira, prefeitos de outras cinco cidades ouvidos
pela reportagem – Olhos D’Água, Patis, Porteirinha, Salinas e Manga –
também iniciaram auditorias na administração.
“As páginas que queremos ocupar são as dos cadernos de turismo. A boa
notícia é que temos potencial para isso e é realmente uma pena que, até
agora, nossa missão seja limpar a sujeita. Nos cabe agora dar fim a
essas suspeitas que têm fundamento”, afirma o prefeito de Salinas,
Joaquim Neres, o Quincas da Ciclodias (PT).
Fonte: Portal do Hoje em Dia
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