terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Araçuaí: Filho reencontra pais 53 anos depois


Busca durou cerca de 20 anos

Foto: divulgaçãoFilho reencontra pais 53 anos depois em Araçuai
O comerciante ladeado pelos pais, Wilson e Elcina Chaves
O comerciante Claúdio Soares Costa, de 63 anos, já não tinha esperança de rever a família. Depois de 53  anos, ele reencontrou em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG)os pais Wilson Rodrigues Chaves, 88 anos e a mãe, Maria Elcina Soares da Costa, de 83, além dos outros 6 irmãos que não conhecia. 

O distanciamento foi uma consequência da separação do comerciante, que foi morar com o avô materno, na cidade do Lufa, quando ainda era criança. Depois, mudou-se para Ataléia, no Vale do Mucuri e aos 17 anos, foi morar em Londrina, no Paraná, quando se distanciou por completo da família.

 Há 20 anos, uma filha do comerciante, começou a procurar pelos avós e tios,  ao ver a tristeza do pai em não ter mais contato com a família. “Eu via o semblante no meu pai e a desesperança dele de encontrar meus avós vivos. Prometi que daria esse presente a ele”, disse Claudinéia Soares Costa, de 29

Nas primeiras tentativas,  Claudinéia não teve sucesso.” Liguei para diversas casas comerciais de Governador Valadares, Teófilo Otoni e Lufa, mas nem imaginava que pudesse ter familiares em Araçuai” destacou Claudinéia.

A procura só ganhou força  quando ela conheceu uma funcionária de um cartório em Varginha, no sul de Minas, onde Claudinéia trabalha em uma padaria.

“Ela me orientou a ligar para um cartório em Novo Cruzeiro, onde meu pai havia sido registrado pela segunda vez, após o avô dele rasgar a certidão original de nascimento, mas não consegui nenhuma informação. Foi então que meu pai informou que havia sido registrado primeiro em Araçuai mas no cartório da cidade, não foi possível localizar familiares, já que ele tinha apenas o sobrenome do meu bisavô materno. Então eu falei o nome dos meus avós paternos e um funcionário informou que sabia quem eram eles. Isso foi no dia 18 de dezembro de 2017.O funcionário conseguiu o telefone de uma irmã do meu pai. Entrei em contato com ela. Foi muito emocionante descobrir que meus avós paternos e tios estavam vivos”, relembrou. 

 “Quando falei para  meu pai que eu tinha encontrado a família dele, ele quase não acreditou”, lembrou Claudinéia. 

 O reencontro  foi marcado para o inicio desse ano e tudo aconteceu em clima de emoção, alegria, festa e comemoração realizada na casa dos pais de Cláudio, dia 13 de janeiro, em Araçuai.  

Reencontro reuniu a família
Reencontro reuniu a família

  
Uma faixa foi estendida no muro do quintal da casa, para saudar a chegada do filho. O momento reuniu parte da família em uma confraternização.

“Eu nem esperava mais reencontrar meus filho. Foi o maior presente do mundo que já ganhei”, desabafou Wilson Chaves.

 “Eu sentia falta dele nas datas comemorativas, mas nunca perdi a esperança de reencontrá-lo”, ressaltou a mãe Maria Elcina. 
  
 O comerciante permanece ao lado dos pais, desde que chegou. A filha dele, o genro e uma neta, retornaram para Varginha, “ Vou trazer a família toda, para conhecer os 27 netos, os 31 bisnetos  dos meus pais, além dos meus sobrinhos”, garante o comerciante; proprietário de um bar  em Córrego do Ouro, distrito de Varginha, no sul de Minas. 

Sérgio Vasconcelos
Repórter

Santa Cruz de Salinas realiza eleição para escolher novo prefeito


Mais de 4 mil eleitores vão voltar às urnas no dia 4 de março.


Candidato mais votado em 2016 não assumiu porque teve o registro indeferido
.

Nova eleição em Santa Cruz de Salinas será em março
Santa Cruz de Salinas tem cerca de 4.400 habitantes.
A eleição suplementar para escolha do prefeito e vice de Santa 
Cruz de Salinas, no Vale do Jequitinhonha (MG) foi marcada 
para o dia 4 de março e 4.442 eleitores devem voltar 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Diamantina: Carnaval terá muitos blocos, irreverência e alegria.

Diamantina divulga programação do Carnaval 2018.


A Prefeitura Municipal de Diamantina, no Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais, divulgou, na tarde de sábado (20/01/2018), a programação oficial do Carnaval 2018. O evento deste ano traz muitas novidades para os foliões, com uma festa planejada para todos.
A programação de shows no palco da Praça do Mercado Velho e no Largo Dom João já está definida. Em breve, será divulgada a programação completa da folia na Rua da Quitanda e o Circuito dos Blocos.
O Bloco dos Deus faz o abre alas do carnaval diamantinense, na quarta-feira, dia 7 de fevereiro, com a maior orquestra de sopros já organizada no município, formada por bandas e músicos da cidade e dos distritos.
Na quinta-feira, a folia começa na cidade com o show da Bat-Caverna na rua da Quitanda.
A Prefeitura de Diamantina preparou uma programação variada, com bandas já tradicionais na cidade, valorizando os artistas da terra, e também convidou grandes atrações de Carnaval, como a banda Baianas Ozadas, que é o maior bloco carnavalesco de Belo Horizonte e, no ano passado, arrastou 500 mil foliões na capital mineira.

Confira a programação:

7 de fevereiro (quarta-feira):
Abertura do carnaval 2018 de Diamantina com o Bloco dos Deus e orquestra de sopros
8 de fevereiro (quinta-feira):
20h: Bloco Me Ampara Se Não Eu Caio e show com a Banda de Ouro Preto – Condonguêro. Concentração na Rua do Amparo
23h: Bat-Caverna na Rua da Quitanda


PALCO MERCADO VELHO
9 de fevereiro (sexta-feira):
0h: Uh!Bloco
10 de fevereiro (sábado):
17h: Becudus do Motta
22h: Sambeco
02h: Baianas Ozadas
11 de fevereiro (domingo):
17h: Becudus do Motta
21h: Saideira
0h: Sambeco
03h: Uh!Bloco
12 de fevereiro (segunda-feira):
17h: Sambeco
22h: Bloco do Rock (Jack Bóris e convidados)
02h: Bartucada
13 de fevereiro (terça-feira):
20h: Saideira
01h: Uh!Bloco
PALCO LARGO DOM JOÃO
10 de fevereiro (sábado):
15h: Tô Chegando
18h: Swing Muleke
21h: Wilson e Bruno
11 de fevereiro (domingo):
15h: Swing Muleke
17h: Tarde de Axé
18h: Os Magrinhos
19h: Destilados
20h30: Lainor e Robert
12 de fevereiro (segunda-feira):
15h: A definir
18h: Tarde de MPB Acorde Mineiro e convidados
21h: Samba 2
13 de fevereiro (terça-feira):
15h: Samba de Uma Moça Só
17h: Tô Chegando
21h: Grupo 9dade
PALCO RUA DA QUITANDA
A definir
ESPAÇOS GASTRONÔMICOS
- Praça da Catedral
- Praça do Bonfim
- Mercado Velho
CIRCUITO DOS BLOCOS
Em breve será divulgado o Circuito de Blocos. Animados pelas charangas, os blocos irão desfilar pelas ladeiras de Diamantina arrastando os foliões. Alguns já fazem parte da história do município, como o Sapo Seco, Zé do Caixão e Balão Mágico.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Diamantina

Carnaval Bom D+ de Minas Novas vem animado com blocos e trio elétrico

Divulgada a programação do carnaval 2018 em Minas Novas com a criação do Circuito de Rua Vânia Beatriz.

O Carnaval Bom D+ de Minas Novas, no Alto Jequitinhonha, no nordeste de Minas, é considerado um dos maiores carnavais do interior do Estado.

Está havendo um renascimento de blocos caricatos, de resgate de marchinhas e sambas de antigos carnavais, além de uma animação crescente em todos as modalidades de carnaval de rua.


O formato do grande trio elétrico descendo da região da Gruta, em frente ao Estádio Municipal, pela avenida, ladeira abaixo, com milhares de foliões à frente, dos lados e atrás, ainda é a principal atração, juntando mais de 10 mil pessoas, em cada noite de arrastão festeiro.

Vânia Beatriz animando os foliões do Bloco Magalhães. A arte com a temática da água e os rios é criação dela. 

Homenagem à foliona  Vânia Beatriz
Neste ano, a Prefeitura de Minas Novas anunciou uma novidade. A criação do Circuito de Rua Vânia Beatriz, em homenagem à Vânia Beatriz Alves de Morais que faleceu ,  no dia 06.09.17. Vânia era uma animadora do carnaval de Minas Novas. 
Quando surgiu o trio elétrico, na década de 80, ela desenhava e pintava as alegorias do trio elétrico, adaptado de caminhões truck, e animado por bandas locais. Ela própria era vocalista de grande parte do circuito de rua do carnaval. Depois, vieram as contratações de grandes bandas nacionais e o aluguel de imensas jamantas com potente som. Ela continuou saindo com blocos caricatos.
Há mais de 10 anos, era uma das animadores e coordenadoras do Bloco Magalhães, fazendo de tudo no bloco. Costurando fantasias, criando alegorias, animando e como vocalista da banda com seu companheiro Dalton Magalhães. Também era convidada para cantar e puxar outros blocos pelas ruas de Minas Novas. Justa homenagem da Secretaria de Cultura à eterna foliona Vânia Beatriz.
Programação
A Prefeitura Municipal de Minas Novas anunciou nesta sexta-feira (19/01/2018), em sua página na internet, a programação do Carnaval Bom D+ 2018. 
O evento acontece no período de 9 a 13 de fevereiro, tendo como atrações o Circuito de Rua Vânia Beatriz, Mercado do Samba e Matinê 3ª Idade.
Entre as atrações do evento estão Mãe Dede, Axé Pop, Alexandre Peixe, Fernanda Portílio e Barco a Vela. O Carnaval de Minas Novas também terá desfile de blocos caricatos com mini trio.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Minas Novas.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Febre Amarela: Situação de Emergência em 94 municípios das regiões da Grande BH, Ponte Nova e Itabira

Governo de Minas decreta situação de emergência em Saúde Pública regional devido à febre amarela


Decreto tem o objetivo de facilitar e agilizar a adoção de medidas necessárias ao enfrentamento da doença20 de Janeiro de 2018 , 15:27. Publicado no site da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Governo de Minas Gerais publicou, neste sábado (20/01), decreto que declara Situação de Emergência em Saúde Pública Regional, pelo período de 180 dias, em razão do registro de casos prováveis de Febre Amarela no Estado. 
O decreto garante a tramitação em caráter de urgência de todos os procedimentos relacionados à referida situação de emergência em saúde pública regional. Para ver o decreto na íntegra, clique aqui.
O que muda?
A publicação do decreto tem o objetivo de facilitar e agilizar a adoção de medidas necessárias ao enfrentamento da doença.
Dessa forma, a partir de agora, os municípios que integram a área de abrangência das Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte, Itabira e Ponte Nova poderão adquirir insumos e materiais, bem como contratar por tempo determinado serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial, sem a necessidade de realizar licitação.
Crédito: Agência Brasil / Reprodução.
Crédito: Agência Brasil / Reprodução.

Sala de Situação
O documento decreta, ainda, a reabertura da Sala de Situação, com o objetivo de monitorar a situação epidemiológica e as ações previstas no plano de enfrentamento da doença e favorecer o uso de informações para a tomada de decisões, além de contribuir para a transparência acerca das ações desenvolvidas na área da saúde, em regiões com incidência de febre amarela.
Criada em 2017 e coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a Sala de Situação contará também com representantes da Secretaria de Estado de Governo, do Gabinete Militar do Governador (representado pela sua Coordenadoria Estadual de Defesa Civil), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Febre Amarela no Estado
Desde o início do 2º período de monitoramento da Febre Amarela, que vai de julho de 2017 a junho de 2018, foram confirmados 22 casos de Febre Amarela em Minas Gerais, sendo que 16 evoluíram para óbito.
O Subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG, Rodrigo Said, explica que desses 22 casos confirmados da doença, 17 foram registrados em municípios da Região Metropolitana, o que corresponde a 77% dos casos nessa região.
“Apesar de uma redução significativa de casos confirmados, quando comparados ao mesmo período da transmissão anterior, podemos classificar como um surto localizado na Região Metropolitana devido à concentração dos casos e o número baixo de notificações em períodos anteriores nessa região”, afirma Rodrigo Said.
Ações de enfrentamento à Febre Amarela
As ações de prevenção e controle da Febre Amarela estão sendo desencadeadas nos municípios afetados e limítrofes, mesmo sem confirmação laboratorial.
Dentre as ações desenvolvidas pela SES-MG nas localidades, destacam-se a intensificação da vacinação de rotina, conforme o Calendário Básico de Vacinação, intensificação da vigilância de epizootias de primatas não humanos (morte de macacos), investigação entomológica (de insetos) e vigilância laboratorial das síndromes febris icterohemorrágicas (SFIHA).
Crédito: Agência Brasil / Reprodução.
Crédito: Agência Brasil / Reprodução.

Diante da ocorrência de casos humanos ou epizootias (morte de macacos) pela doença em determinada região, a determinação da SES-MG é de que a intensificação vacinal seja iniciada imediatamente, casa a casa, com verificação do Cartão de Vacinação, devendo ser realizada prioritariamente nos domicílios e Peri domicílios dos casos suspeitos, sendo estendida por todo o município.
Somado a isso, a SES-MG tem emitido alertas e realizado reuniões para discussão da situação com as regionais de saúde e municípios do estado.
Vacinação
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça que a medida mais importante para prevenção e controle da Febre Amarela é a vacinação. Por este motivo, toda a população que reside ou que se desloque para regiões silvestres, rurais ou de mata de áreas com recomendação de vacina (ACRV), deve se imunizar no Posto de Saúde mais próximo de sua casa.
Pessoas com mais de 59 anos deverão consultar a equipe de saúde para avaliação do benefício desta imunização, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nesta faixa etária e as contraindicações. Da mesma forma, as gestantes deverão consultar a equipe médica para que esta avalie as contraindicações.
vacina contra Febre Amarela está disponível, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em todas as unidades de saúde, e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco.
  • Clique aqui e tire suas dúvidas sobre a Febre Amarela.


sábado, 20 de janeiro de 2018

Baiana Ozadas, maior Bloco de BH, participa do Carnaval de Diamantina

Carnaval de Diamantina terá o maior bloco de Belo Horizonte

Quando o prefeito de Diamantina, Juscelino Brasiliano Roque, fez o convite, ele foi aceito imediatamente e o maior bloco do Carnaval de Belo Horizonte – o Baianas Ozadas – estará pela primeira vez fazendo a folia no palco do Mercado Velho. “Foi uma alegria imensa receber este convite. 
O maior bloco de Carnaval de Belo Horizonte vai tocar na cidade ícone do Carnaval de Minas Gerais, que é Diamantina”, diz Poly Paixão, empresária do Baianas Ozadas.
O Baianas Ozadas arrastou 500 mil foliões em Belo Horizonte no Carnaval do passado, quando a expectativa era 100 mil. 
O bloco foi criado em 2012, pelo baiano radicado na capital mineira, Geo Cardoso, acostumado aos carnavais de Salvador e de sua cidade natal Ilhéus. 
Com saias, turbantes e balangandãs, o Baianas Ozadas adiciona um novo tempero à folia: os ritmos e músicas dos eternos carnavais da Bahia com legitimidade e irreverência.
Todo o ano, o Baianas Ozadas homenageia um baiano ilustre. Ano passado foi Moraes Moreira. Este ano será Carlinhos Brown, destacando músicas do repertório deste grande artista.
Baianas Ozadas arrasta foliões em BH (Foto: Netun Lima/Facebook Baianas Ozadas)

Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Diamantina

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Morre músico Flávio Henrique

Flávio Henrique Alves de Oliveira, de 49 anos, teria contraído a febre em sítio no município de Brumadinho e começou a sentir os sintomas, na quinta-feira da semana passada.
Parentes e amigos de Flávio Henrique suspeitam que o compositor, um dos principais responsáveis pelo renascimento do carnaval de rua na capital, tenha sido infectado em Casa Branca, região de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele adquiriu uma casa na região e frequentou cachoeiras nos últimos dias nas proximidades da propriedade.
Flávio começou a sentir os sintomas da febre amarela na quinta-feira, dia 11. Amigos contaram que ele reclamou que não estava bem e ‘com o corpo estranho’. Na sexta-feira, ele deu entrada no Hospital Mater Dei, onde permaneceu internado.

Além da doença, os médicos chegaram a suspeitar de dengue. Pessoas próximas do compositor afirmam que ele não sabia se era vacinado, mesmo tendo saído recentemente do país. 

O corpo do cantor e compositor Flávio Henrique foi enterrado, na sexta-feira, 19.01.17, no Cemitério Parque da Colina, no Bairro Nova Cintra, Região Oeste de BH. 
Durante o velório de Flávio, amigos, fãs e familiares prestaram as últimas homenagens ao músico. 

O velório começou às 16h de ontem, no Hall da Sala Minas Gerais, que fica na Rua Tenente Brito de Melo, 1.090, no Barro Preto, Região Centro-Sul de BH. Foi aberto ao público a partir das 17h30, mas a imprensa não foi autorizada a entrar.
Amigos e personalidades lamentam morte de Flávio Henrique
Victor Santana, músico e amigo de Flávio Henrique, contou que os amigos e familiares passaram a virada do ano no sítio em Brumadinho, na Grande BH – onde foi o provável local que Flávio teria contraído a doença. “Fica na Aldeia Cachoeira da Serras. Havia 40 dias que ele tinha comprado a casa. Era a casa dos sonhos, com um grande piano. Já estávamos com plano de gravar discos ali."
O rapper Flávio Renegado também foi prestar as últimas homenagens. “Grande parceiro, amigo. Fica o sentimento de tristeza. Em pleno século 21, você ter febre amarela matando as pessoas. É um negócio inconcebível”, contou. Eles trabalharam juntos há quatro anos e “gostaria de ter feito outros com ele”.


Flávio Henrique, Kadu Vianna, Pedro Morais e Mariana Nunes, componentes do Cobra Coral.
Pedro Morais, amigo e parceiro de Flávio Henrique, fala da grande perda
Colega de banda, do Cobra Coral,  e amigo de longa data de Flávio Henrique, o músico Pedro Morais deu um relato emocionado no fim da manhã de quinta-feira (18.01), em frente ao Hospital Mater Dei, onde o colega faleceu mais cedo em decorrência da febre amarela. Ele contou que foi um dos últimos a conversar com ele, e que ouviu do próprio músico que ele não havia tomado a vacina. Além disso, existe a possibilidade dele ter contraído a doença em Casa Branca, distrito de Brumadinho, na região metropolitana de BH, onde ele recém adquiriu uma casa próxima de uma região de mata. 
"Isso é um alerta para toda a população se vacinar, ele não vacinou, isso acontece, ele confirmou que não vacinou e isso pode acontecer com qualquer um de nós, é uma fatalidade. (...) Ele foi para fora do país, duas vezes à Cuba, alguns anos atrás. E disse que não lembrava se tinha vacinado. Quando você já está infectado, o que fazer? Ele assumiu que não vacinou, alertou a todos nós. O fato disso acontecer com ele, com essa comoção popular neste momento, será importante para ajudar a alertar as pessoas a terem um pouco mais de consciência e se preocupar com suas vidas, se proteger, porque a prevenção é sempre um caminho mais seguro", alertou Morais com a voz embargada. 
Questionado sobre a informação de que Flávio Henrique teria pegado a doença no distrito de Casa Branca, Pedro respondeu dizendo que o amigo estava em uma fase muito feliz. "Casou recentemente com a Cris, estava muito feliz, e esta casa foi uma realização de vida. Ele estava esperando o momento oportuno para comprar uma casa em um local tão bonito, cercado de mata. Mas como tudo na vida, tem todos os riscos", lamentou o músico. 





   Pedro Morais ainda lembrou que já chegou a morar com Flávio, que inclusive produziu seu primeiro disco. "A gente está desolado, porque você imaginar que um mosquito, uma coisa tão pequena fez isso, é a prova de que a vida é muito frágil. O Flávio é um cara extremamente generoso, meu parceiro de trabalho, produtor do meu primeiro disco, meu amigo, moramos juntos, somos muito irmãos e imaginar que ele não vai estar mais aqui é uma perda enorme para todo mundo (...) Músico como poucos, tinha uma necessidade de compor o tempo inteiro. Quando moramos juntos, eu acordava com ele tocando piano, me chamando para tocar junto. Um cara extremamente sensível e eu acho que vai fazer muita falta, porque a gente está vivendo um tempo de intolerância muito grande, onde toda demonstração de amor e sensibilidade é necessária para a gente evoluir juntos e dar um passo rumo ao crescimento espiritual, energético", disse. 
Ouça o relato emocionado completo: 
O amigo disse ainda que, na noite de quarta-feira (17.01), eles saíram felizes e otimistas do hospital, uma vez que ele estava bem assistido e vivia uma fase bem fisicamente. "Ele tinha parado de fumar, estava fazendo exercícios. A gente acreditava que, pela idade, ele tinha condição total de se recuperar, superar essa doença terrível. Anteontem, começamos uma campanha de doação de sangue e, ontem (quarta) tinha uma fila na rua do local. Foram mais de 120 doadores. Em meio a uma epidemia, o Flávio sai de cena ajudando a encher os bancos de sangue para ajudar outras pessoas. 

Mensagens de despedida

A morte de Flávio Henrique gerou comoção entre personalidades dos meios político e cultural do estado. Nas redes sociais, o governador Fernando Pimentel publicou vídeo prestando solidariedade à família e lembrou com carinho do cantor. “Flávio Henrique era um amigo querido, um grande homem, um grande artista. Hoje é um dia triste para Minas Gerais”, disse. O músico Lô Borges, que dividiu palcos e canções com Flávio, também se manifestou no Twitter sobre a morte: “Quanta tristeza. Vá em paz, Flávio Henrique. Nossos sinceros sentimentos à família e aos amigos queridos.”
Flávio Henrique era presidente da Rádio Inconfidência e TV Rede Minas.
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, também divulgou mensagem de pesar. “Nossa solidariedade aos familiares, amigos, colegas do Flávio Henrique, presidente da Empresa Mineira de Comunicação. Em oração, peço a Deus que conforte o coração de todos e acolha, em sua infinita misericórdia, nosso irmão Flávio Henrique”, publicou em seu perfil no Twitter.


O músico Vitor Velloso, um dos integrantes da Orquestra Royal, ressaltou que Flávio Henrique foi um dos que iniciaram o movimento de retomada do carnaval de BH. É dele a marchinha que se tornou o primeiro hit da folia, Na coxinha da madrasta, interpretada por Juliana Perdigão. A música venceu o Concurso Mestre Jonas de 2012. “Além de amigo, um músico excepcional, referência para todo mundo, foi ele quem deu o start nessa história toda. Na coxinha da madrasta foi a primeira pedrada nesse vidro. A gente tocou o barco, mas foi o Flávio quem o colocou na água”, comentou.

Em nota, a Rede Minas e a Rádio Inconfidência lamentaram a morte do gestor. “Seu sorriso, seu jeito carinhoso, sua dignidade e sua música ficam marcadas em nossa memória e em nossos corações. O governo de Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura e todo o Sistema estadual de Cultura lamentam essa imensa perda e enviam condolências a familiares e amigos”.


Flávio Henrique com Juliana Perdigão no Concurso de Marchinhas, defendendo "A coxinha da Madrasta".


O jornalista Tutti Maravilha, além de ter convivido com Flávio Henrique durante anos como músico, passou a ter uma experiência nova recentemente: Flávio se tornou seu ‘chefe’, já que assumiu a presidência da Rádio Inconfidência, onde Tutti trabalha, e da Rede Minas. “Sua gestão estava sendo muito bacana; ele era um homem de sensibilidade.” O último encontro entre eles foi na quinta-feira, dia 11, véspera da internação. “Ele estava superbronzeado, feliz, tinha passado uns dias em Casa Branca, mas comentou que estava sentindo uma coisa estranha e não sabia o que era. Já eram os sintomas da febre amarela. Uma grande perda”, comentou.


A presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Minas Gerais (Sated/MG), Magdalena Rodrigues, manifestou pesar pela morte de Flávio Henrique. “Gratidão ao músico/compositor Flávio Henrique Alves por ter aliviado a alma e embelezado a vida com sua arte. Pessoa leal e digna, que o som da sua música seja a trilha sonora da sua passagem! Vai com Deus!”, lamentou por meio de nota. 


Compositor plural
A música de Flávio Henrique era plural. Prolífico em parceiros, o cantor, compositor e instrumentista construiu uma obra que dialogou com diferentes gerações da música mineira. E uma obra extensa: compôs 180 músicas. O ofício ele aprendeu em casa, por meio da mãe, Delza Cecília Alves de Oliveira, professora. “Ela exerceu a profissão de musicista até quando eu tinha uns 10 anos. Curiosamente, foi depois que ela largou a música que eu comecei a minha carreira”, disse ele em depoimento ao site do Museu Clube da Esquina.

Um dos discos responsáveis por sua formação foi de Toninho Horta, que muitos anos mais tarde se tornaria seu parceiro. Um dia, sua mãe chegou em casa com um álbum do violonista, gravado em 1984. Flávio, então mal entrado na adolescência, não tocava nenhum instrumento.

“Esse disco branco do Toninho Horta foi a primeira coisa com essa cara forte daqui de Belo Horizonte que chegou e eu gostei de cara. Engraçado que era uma música difícil”, disse.

Com muitos instrumentos em casa, graças à mãe professora, Flávio se tornou autodidata. Aprendeu piano, cavaquinho e violão. O primeiro grupo nasceu também na escola. Em 1994, já aluno da Rede Pitágoras, matriculado na mesma turma que Robertinho Brant, Flávio passou a integrar o grupo Candeia. O disco de estreia viria logo depois. Lançado pelo selo Velas em 1995, Primeiras estórias trazia no repertório as faixas Caçada da onça e Carro de boi inspiradas, respectivamente, nos contos Meu tio Iauaretê e Conversa de bois, ambos do livro Sagarana, de Guimarães Rosa. O disco o fez trocar o bar pelos estúdios, especializando-se na composição de canções para artistas como Paulinho Pedra Azul e Ana Cristina, entre outros. Cinco anos depois, Ney Matogrosso batizaria o elogiado Olhos de farol, em que dava mais uma guinada na carreira solo, com a canção de Flávio, que, a essa altura, já chamava a atenção de produtores como Ronaldo Bastos.


Flávio Henrique ao lado de Paulinho Pedra Azul e do poeta Murilo Antunes na gravação do filme Murilo Antunes: como se a vida fosse música


INDEPENDENTE 

Em 2000, Flávio ficou em quarto lugar na categoria compositor no Prêmio Visa de Música. Marina Machado e o Trio Amaranto (formado pelas irmãs Flávia, Marina e Lúcia Ferraz) seriam os companheiros de palco na performance. A parceria no palco gerou mais um disco, Aos olhos de Guignard. “Foi o disco independente de maior tiragem (6 mil cópias) feito na cidade”, disse ele, em 2012.


Já em 2002, Flávio Henrique gravou em parceria com Chico Amaral o disco Livramento, cujo repertório reúne músicas cantadas e instrumentais. Milton Nascimento participou deste trabalho na canção Nossa Senhora do Livramento, e Ed Motta em Hotel Maravilha. Vale lembrar que Flávio e Chico foram os produtores de Baile das pulgas (1999), primeiro álbum solo de Marina Machado. Na sequência ele faria os discos Sol a girar (2005) e Pássaro pênsil (2008). 



O primeiro álbum foi um ensaio do que viria a se tornar o quarteto Cobra Coral. 

Ouça e veja uma entrevista do Flávio Henrique, Pedro Morais, Kadu Vianna e Mariana Nunes, na Rádio Inconfidência, em 2016:

Resultados da pesquisa

A HORA DO IMPROVISO - Thiago Delegado convida Cobra Coral ...

https://www.youtube.com/watch?v=XC0CAi3Ym4k
21 de mar de 2016 - Vídeo enviado por Thiago Delegado
Hora do Improviso, é o talk show da Inconfidência Fm, 100,9, veiculado todas as quintas 22hs ...
Em 2012, o quarteto lançou o trabalho de estreia. E em 2015, o segundo.

Fontes: Estado de Minas, OTEMPO, Rádio Inconfidência