sábado, 26 de janeiro de 2013

FESTIVALE: Juventudes, participação popular e desafios

A juventude participa ativamente do Festivale
Por Will Nascimento, de Pedra Azul, da Rede de Jovens Comunicadores do Semiárido
Jovens participando do FESTIVALE


O movimento que deu origem ao FESTIVALE, no fim da década de 1970 e inicio da década de 1980, surge da insatisfação das juventudes frente a desvalorização da cultura regional. 

Após 30 anos, qual o papel dos jovens no processo construtivo do evento? 

E de que forma eles estão se posicionado frente à discussão da cultura Popular do Vale do Jequitinhonha? 

Paralelo a isso, de que forma os espaços de participação popular estão sendo pensados? 

E qual o reflexo do FESTIVALE no cotidiano das entidades em seus municípios?

“A arte faz parte do progresso cultural de um povo e jamais deve ficar em segundo plano, desprestigiada e esquecida no tempo” (Jornal Geraes, 1980). Pensando nisso, um debate pertinente é a forma como os grupos e agentes culturais estão construindo a produção cultural regional que alimenta o FESTIVALE.

Ernandes Silva representante da APACA – Associação dos Produtores e Agentes Culturais Através da Arte, de Padre Paraíso, ressalta que o FESTIVALE tem um potencial educativo, é um espaço de trocas, de diversidades e fomento de políticas públicas para o lazer, cultura e juventude.

Segundo ele, em Padre Paraíso, por exemplo, não há políticas públicas suficientes para a juventude. Para ele o FESTIVALE, realizado naquela cidade em 2010, foi importante para a organização do grupo na tentativa de contribuir para essa construção de novas políticas. “Dentro dos grupos fomentamos essa demanda”, afirma. “Estimulamos para que eles sejam participantes e protagonistas dessa construção”.

Ernandes conta que o teatro foi a metodologia escolhida pela Comunidade Bela Vista, de Padre Paraíso, para a realização do trabalho com os jovens. A partir daí surgiu  o Grupo Murion, sob a direção do Armando Ribeiro. Aliado a isso, foi possível promover um intercâmbio do grupo Murion com o grupo de teatro Expressão Volante, da cidade de Ponto dos Volantes, que tem a mesma proposta de atuação.

Vitória Teles, 14 anos, da cidade de Ponto dos Volantes, diz que o grupo teatral Expressão Volante retrata, através do teatro, vários problemas da cidade, como  questões ambientais, e prostituição “Realidades de uma cidade como a nossa, na beira da pista”, diz. Ressalta ainda que a participação no FESTIVALE trouxe várias experiências, como a convivência com outras pessoas e culturas diferentes que renovam os conhecimentos. “O FESTIVALE renova tudo isso e por ser o meu primeiro estou gostando demais.”

Ernandes avalia que o FESTIVALE precisa melhorar a questão da administração, políticas internas, captação e mobilização de recursos. Contudo, o encontro por si só permite que as pessoas possam expor artisticamente o que elas pensam, o que elas querem, o que elas gostam. Tanto expor quanto consumir.
Este processo de consumir e expor cultura é válido para o crescimento de todos no encontro.

Publicado no www.pedraazul-mg.com e no Boletim do 2º do 30ºFestivale



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