Pibinho mineiro: 2,6 % em 2011, abaixo da média nacional
A grande imprensa ignorou a derrapagem da economia mineira. Mas a revista Mercado Comum publicou matéria sobre o fato que reproduzo.
A imprensa, de fato, já é soldado na guerra entre partidos (guerra que pouco significa no dia-a-dia do brasileiro).
IBGE OFICIALIZA O DECLÍNIO ECONÔMICO DE MINAS
A imprensa, de fato, já é soldado na guerra entre partidos (guerra que pouco significa no dia-a-dia do brasileiro).
IBGE OFICIALIZA O DECLÍNIO ECONÔMICO DE MINAS
O governador Antonio Anastasia, baseado em dados que lhe foram fornecidos pela Fundação João Pinheiro, anunciou, no dia 16 de março de 2011, que o crescimento do PIB do Estado de Minas Gerais no ano de 2010 havia alcançado 10,9%, “um resultado extraordinário, superior aos países que têm forte dinamismo econômico”, afirmou na ocasião.
No entanto, estes dados não se confirmaram e o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou, no dia 23 de novembro último, ter sido o crescimento do PIB de Minas de 8,9% e não de 10,9%, como divulgou o governador. O IBGE classificou o crescimento econômico do Estado em 10º lugar naquele ano, tendo sido o seu desempenho superado pelos estados de Tocantins, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Acre, Paraíba, Paraná, Amazonas e Roraima. O IBGE divulgou, também, que no acumulado do período de 2002-2010, Minas obteve o sétimo pior desempenho econômico do País e ocupa o 22º lugar no ranking dos estados brasileiros em crescimento de sua economia. Tais dados comprovam e não deixam mais nenhuma dúvida sobre a realidade do declínio econômico de Minas Gerais.
Em solenidade realizada com a presença da imprensa e tendo ao seu lado a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, a presidente da Fundação João Pinheiro, Marilena Chaves e o diretor do Centro de Estatística e Informações da FJP, Frederico Poley, o governador declarou à imprensa à época:
“Tenho a satisfação de informar aos mineiros e ao Brasil que o crescimento do nosso PIB foi de 10,9%. É um resultado extraordinário, superior, inclusive, aos padrões dos países que têm tido forte dinamismo econômico, como a China e Índia, e bem superior ao do Brasil, que foi de 7,5%. Isso sinaliza a retomada efetiva da economia do Estado e vamos continuar trabalhando para que tenhamos crescimento econômico sempre”.
Como o órgão que mede o crescimento do PIB no Estado é a Fundação João Pinheiro, o governador baseou-se em dados fornecidos por ela. Á época, de acordo com o Centro de Estatística e Informações da Fundação João Pinheiro, “a taxa de expansão do PIB mineiro de 2010 era a maior da série histórica iniciada em 1995 pela Fundação. Trata-se do melhor resultado de crescimento econômico do Estado dos últimos 15 anos. Até então, o recorde foi verificado em 2004, quando a economia mineira cresceu 5,9%”
A Secretária Dorothea Werneck, naquela oportunidade, também ressaltou que este percentual era superior ao crescimento do PIB da China e da Índia:
“Todos comemoraram a taxa de crescimento do Brasil em 7,5% e estamos anunciando 10,9%, crescimento maior do que a China (10,3%) e maior do que a Índia (8,6%). Estamos vivendo em um Estado que está com um crescimento muito acima da média e isso significa para nós, mineiros, melhor qualidade de vida através da geração de mais empregos, mais renda, através de um potencial de maior consumo ainda em nosso Estado”.
O percentual de crescimento de Minas, divulgado pelo governador, conflitou substancialmente, no entanto, com os números divulgados no último dia 23 deste mês pelo IBGE, segundo o qual o crescimento de Minas naquele ano foi de 8,9%, classificando este resultado o Estado em décimo lugar entre todas as unidades da federação. Estão na frente de Minas, Tocantins, com 14, %, Espírito Santo, com 13,8%, Rondônia, com 12,6%, Mato Grosso do Sul, com 11%, Acre, com 10,9%, Paraíba, com 10,3%, Paraná, com 10%, Amazonas, com 10% e até Roraima, com 9,6%.
Publicado no Blog do Rudá Ricci, cientista política
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