sábado, 28 de julho de 2018

Virgem da Lapa: Mistério cerca corpo encontrado em casa de professor

O corpo estava completamente carbonizado e foi encaminhado para o IML de Teófilo Otoni para identificação. O professor está desaparecido.

Foto: redes sociaisMistério cerca corpo encontrado em casa de professor em Virgem da Lapa
Roupas do professor foram usadas para provocar o incêndio
  
A Polícia Civil vai investigar o misterioso caso de um corpo encontrado carbonizado em uma casa da rua Francisco Badaró no bairro Bela Vista, em Virgem da Lapa, no Vale do Jequitinhonha (MG), nordeste de Minas, na manhã desta sexta-feira (27.07.18).

Há suspeitas de que o corpo seja do professor  Silvano  Oliveira Jardim, conhecido por Silvaninho, de 42 anos; que morava sozinho no local. No entanto, familiares informaram que ele foi visto após o incêndio; andando em direção à Comunidade do Cardoso, a 10 km do centro da cidade. A Polícia disse que checou a informação e que ela não procede. “ O professor está desaparecido”; informou  o Sargento Edú; que atendeu a ocorrência. " Uma vizinha conversou com ele por volta das 7h30m", disse o policial.

Ainda segundo ele, não foi registrada nenhuma reclamação de desaparecimento de outras pessoas na cidade.

O professor atuava na rede estadual de ensino  fundamental mas, segundo a Polícia Militar, estava afastado das funções para tratamento de uma depressão no CAPS- Centro de Atendimento Psicossocial- do município.  

 De acordo com moradores da cidade, o professor é homossexual e dependente de álcool. “ Era uma pessoa querida. Tomava seus porres mas não incomodava ninguém”, disse uma servidora da prefeitura municipal que pediu para não ser identificada.

Vizinhos contaram que era constante a movimentação de rapazes na casa do professor. Não há denúncias de envolvimento dele em casos de pedofilia  mas a Polícia Militar informou que  recentemente ele foi detido por roubo de um celular. Foi ouvido e liberado. "Sempre brigava com os relacionamentos dele”, disse uma fonte.

Incêndio atingiu apenas o quarto do professor- segundo informações da PM
Incêndio atingiu apenas o quarto do professor- segundo informações da PM


MISTÉRIO

A Polícia Militar informou que foi acionada por volta das 8 horas da manhã para atender a ocorrência e que; quando chegou ao local ainda havia chamas no quarto da casa de 5 cômodos onde  foi encontrado um corpo caído de  bruços; próximo à cama. Um vidro de álcool foi encontrado ao lado do corpo,  o que leva a polícia suspeitar que a vítima foi morta antes de ser queimada e que o autor do crime, tentou ocultar provas. Roupas do professor foram usadas para provocar o fogo. 

O portão de entrada da casa estava trancado com cadeado e corrente; e a porta dos fundos trancada por dentro.Vizinhos arrombaram  a porta dos fundos e ajudaram a apagar o fogo.

“ Não foi possível identificar o corpo que estava completamente carbonizado”, informou o Sargento Edu.

 O corpo foi removido no início da tarde; para o IML de Teófilo Otoni após os trabalhos da perícia no local  e até o final da tarde ainda não havia sido identificado. A Polícia Civil vai investigar o caso.

Fonte: Gazeta de Araçuai

LIDERANÇAS GLOBAIS DENUNCIAM PRISÃO POLÍTICA DE LULA, MAS MÍDIA SILENCIA

Ricardo Stuckert


A prisão política do ex-presidente Lula, que tem 58% dos votos válidos e vence as eleições em primeiro turno se não for impedido pelo Judiciário, já foi denunciada por Bernie Sanders, político mais popular dos Estados Unidos, e ex-governantes internacionais, como Michelle Bachelet, do Chile, Pepe Mujica, do Uruguai, François Hollande, da França, Jose Luiz Zapatero, da Espanha, Cristina Kirchner, da Argentina, e Rafael Correa, do Equador, mas a mídia convencional, que apoiou um golpe rejeitado pela ampla maioria da população, ainda não dedicou uma linha ao repúdio global que o Brasil vem sofrendo.
28 DE JULHO DE 2018 ÀS 09:30 
www.brasil247.com – A prisão política do ex-presidente Lula, que tem 58% dos votos válidos e vence as eleições em primeiro turno se não for impedido pelo Judiciário, já foi denunciada por Bernie Sanders, político mais popular dos Estados Unidos, e ex-governantes internacionais, como Michelle Bachelet, do Chile, Pepe Mujica, do Uruguai, François Hollande, da França, Jose Luiz Zapatero, da Espanha, Cristina Kirchner, da Argentina, e Rafael Correa, mas a mídia convencional, que apoiou um golpe rejeitado pela ampla maioria da população, ainda não dedicou uma linha ao repúdio global que o Brasil vem sofrendo. Leia, abaixo, nota da equipe de Lula:
Do site lula.com.br – O eurodeputado italiano Roberto Gualtieri, do partido Democrático da Itália e presidente da Comissão de Economia do Parlamento Europeu, esteve nesta quinta-feira (26/7), na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há 113 dias em um processo sem provas. Gualtieri, representando o Bloco Social Democrata no Parlamento Europeu e o Partido Socialista Europeu, entregou a Lula mensagens de apoio dos parlamentares e de ex-presidentes do Conselho Italiano.
No mesmo dia, um grupo de 29 congressistas norte-americanos, incluindo o senador Bernie Sanders, que foi pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, envioucarta ao governo brasileiro na qual denuncia a prisão política de Lula, com base em "acusações não comprovadas" em um julgamento "altamente questionável e politizado". Os parlamentares defendem que ele responda ao processo em liberdade e afirmam que "a luta contra a corrupção não deve ser usada para justificar a perseguição de opositores políticos ou negar-lhes o direito de participar livremente das eleições".
Em maio, o ex-presidente da França François Hollande e da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero já haviam assinado documento em favor da libertação e candidatura de Lula nas próximas eleições. "O impeachment de Dilma Rousseff, eleita democraticamente por seu povo e cuja integridade nunca foi questionada, já era uma preocupação séria. A luta legítima e necessária contra a corrupção não pode justificar uma operação que questiona os princípios da democracia e o direito dos povos de eleger os seus governantes", afirmam no texto. Também subscrevem o documento o ex-primeiro-ministro da Bélgica Elio Di Rupo, além de três ex-presidentes do conselho de ministros da Itália: Enrico Letta, Massimo DÁlema e Romano Prodi.
Da Espanha, a solidariedade ao ex-presidente também veio do Secretário Geral do Podemos e deputado, Pablo Iglesias. Ele se manifestou publicamente durante o encontro internacional "En Marcha 2019!", enviando solidariedade ao povo brasileiro que está lutando contra uma ofensiva autoritária: Libertem Lula".
Antes mesmo de sua prisão, Lula já estava recebendo o apoio de diversos políticos italianos de centro-esquerda, que assinaram um apelo contra a rejeição do pedido de habeas corpus, expressando "preocupação" com a democracia brasileira. Entre os políticos estavam: Romano Prodi, Massimo D'Alema, Susanna Camusso, Luigi Ferraioli, Marina Sereni, Piero Fassino, Lia Quartapelle, Luciana Castellina, Pier Luigi Bersani, Vasco Errani, Guglielmo Epifani, Gianni Tognoni; Roberto Vecchi. No documento, afirmavam: "Somos pessoas que vivenciaram a experiência do governo Lula e conseguimos apreciar as mudanças ocorridas naqueles anos, especialmente no nível social. Para convicções ideais e políticas, estamos próximos do povo brasileiro e de todas as forças do país.
Os apoios a Lula, vindos da Europa e dos Estados Unidos, somam- se a uma série de manifestações internacionais em que líderes veem expressando o absurdo de sua prisão por um crime sem provas, com o objetivo único de impedi-lo de concorrer nas eleições de outubro.
Um velho amigo de luta, José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, foi até Curitiba para visitar Lula no cárcere. "Na realidade, a cabeça de Lula nunca poderá ser presa. Podem prender seu corpo, mas nunca seu coração. Sua cabeça e seu coração andarão pelos confins do Brasil", disse Mujica na ocasião da visita. Outra visita presencial foi a do ator e embaixador da ONU para os direitos humanos e assuntos raciais, Danny Glover, que defendeu a libertação de Lula e afirmou: "Eu o apoio porque é o presidente do povo".
Do Chile, a ex-presidente Michelle Bachelet assinou, junto a outros 42 dirigentes da esquerda de seu país, uma carta de apoio à candidatura presidencial do ex-presidente Lula. A carta foi dirigida ao Poder Judiciário brasileiro com "uma defesa pela democracia", considerando que "eleição presidencial sem Lula como candidato poderá ter sérias impugnações de legitimidade". Entre as personalidades da esquerda chilena que assinaram a carta, estão Maya Fernández, presidenta da Câmara de Deputados e neta do ex-presidente Salvador Allende.
A atual senadora e ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou várias mensagens de solidariedade a Lula, destacando ser evidente que "as elites do poder, que nunca se interessaram pela justiça ou pela democracia, usam o aparelho judicial para sua proibição".
Uma "canalhice vergonhosa", assim o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, classifica a prisão de Lula. Em discurso pelo VTV (TV Venezuela) disse: "É um líder democrático, moral, um homem comprometido com o povo, que tirou 38 milhões de pessoas da pobreza no Brasil", afirmou.
Pelo Twitter, políticos internacionais também se manifestam em defesa a Lula. O ex-presidente colombiano Ernesto Samper, em sua conta, denunciou o tratamento injusto e distorcido que Lula vem recebendo do poder judiciário brasileiro.
Também pela rede social, o deputado norte-americano da Califórnia, Ro Khana, do Partido Democrata, se posicionou contra a prisão de Lula: "Estou muito preocupado pelo fato de que o candidato à Presidência do Brasil líder das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, está preso no que parece ser um processo por motivações políticas", pontuou.
O presidente boliviano Evo Morales por várias vezes publicou mensagens em apoio ao ex-presidente por meio do Twitter. "Os crimes de Lula são: ter sido presidente dos trabalhadores, estar do lado dos trabalhadores e dos pobres que são vítimas dos estados coloniais. A luta continua por Lula livre".
A solidariedade sul-americana veio também do ex-presidente do Equador, Rafael Correa: "Companheiro Lula: podem prender nossos corpos, mas não nossos ideais. Venceremos". Correa, assim como Lula, teve prisão decretada recentemente.
Além das lideranças políticas, mais de 300 acadêmicos e intelectuais renomados assinaram um manifesto para pedir a libertação do ex-presidente Lula. Entre os signatários, há nomes como o economista francês Thomas Piketty, a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis e o filósofo esloveno Slavoj Žižek.
No manifesto, os intelectuais afirmam que Lula é um preso político e pedem para a comunidade internacional tratá-lo desse forma. Na petição, eles chamam o processo contra o ex-presidente de "kafkiano".

sexta-feira, 27 de julho de 2018

LULA AOS BLOGS: OBRIGADO PELAS TRINCHEIRAS EM BUSCA DA VERDADE


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou na noite desta quinta-feira, 26, carta ao 247 e a outros veículos do campo progressista;
Lula agradeceu o empenho dos blogs em defesa da democracia; 
"Mais do que acreditar na minha inocência – porque leram o processo, porque checaram as provas, porque fizeram Jornalismo – os blogueiros e blogueiras progressistas estão contribuindo para trazer de volta o debate público e resgatar o jornalismo da vala comum à qual foi atirado", escreve Lula; 
"A democracia brasileira agradece, eu agradeço a vocês, homens e mulheres que fazem da luta pela verdade o seu ideal de vida".

Por Luiz Inácio Lula da Silva - A peleja da blogosfera progressista contra as mentiras da grande mídia (plim-plim).
A história ensina que numa guerra, a primeira vítima é a verdade. Encontro-me há mais de 100 dias na condição de preso político, sem qualquer crime cometido, pois nem na sentença o juiz consegue apontar qual ato eu fiz de errado. Isso porque setores da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, com apoio maciço da grande mídia, decidiram tratar-me como um inimigo a ser vencido a qualquer custo.
A guerra que travam não é contra a minha pessoa, mas contra a inclusão social que aconteceu nos meus mandatos, contra a soberania nacional exercida pelos meus governos. E a principal arma dos meus adversários sempre foi e continuará sendo a mentira, repetida mil vezes por suas poderosas antenas de transmissão.
Tenho sobrevivido a isso que encaro como uma provação, graças à boa memória, à solidariedade e ao carinho do povo brasileiro em geral.
Dentre as muitas manifestações de solidariedade, quero agradecer o espírito de luta dos homens e mulheres que fazem do jornalismo independente na internet uma trincheira de debate e verdade.
Desde que deixei a Presidência, com 87% de aprovação popular, a maior da história deste país, tenho sido vítima de uma campanha de difamação também sem paralelo na nossa história.
Trata-se, sabemos todos, da tentativa de apagar da memória do povo brasileiro a ideia de que é possível governar para todos, cuidando com especial carinho de quem mais precisa, e fazer o Brasil crescer, combatendo sem tréguas as desigualdades sociais e regionais históricas.
Foram dezenas de horas de Jornal Nacional e incontáveis manchetes dedicadas a espalhar mentiras – ou, para usar a linguagem da moda, fake news – contra mim, contra minha família e contra a ideia de que o Brasil poderia ser um país grande, soberano e justo.
Com base numa dessas mentiras, contada pelo jornal O Globo e transformada num processo sem pé nem cabeça, um juiz fez com que eu fosse condenado à prisão, por "ato indeterminado", usando como pretexto a suposta posse de um imóvel "atribuído" a mim, do qual nunca fui dono.
Contra essa aliança espúria entre alguns procuradores e juízes e a mídia corporativa, a blogosfera progressista ousou insurgir-se. Sem poder contar com uma ínfima parcela dos recursos e dos meios à disposição dos grandes veículos alinhados ao golpe, esses homens e mulheres fazem Jornalismo. Questionam, debatem e apresentam diariamente ao povo brasileiro um poderoso contraponto à indústria da mentira.
Lutaram e continuam a lutar o bom combate, tendo muitas vezes apenas o apoio do próprio povo brasileiro, por meio de campanhas de financiamento coletivo (R$ 10 reais de uma pessoa, R$ 50 reais de outra).
Foram eles, por exemplo, que enfrentaram o silêncio da mídia e desvendaram as ligações da Globo com os paraísos fiscais, empresas de lavagem de dinheiro e a máfia da Fifa. Que demonstraram a cumplicidade de Sérgio Moro com a indústria das delações. Que denunciaram a entrega das riquezas do país aos interesses estrangeiros. Tudo com números e argumentos que sempre são censurados pela imprensa dos poderosos.
Por isso mesmo a imprensa independente é perseguida por setores do Judiciário, por meio de sentenças arbitrárias, como vem ocorrendo com tantos blogueiros, que não têm meios materiais de defesa. Enfrentam toda sorte de perseguições: tentativa de censura prévia, conduções coercitivas e condenações milionárias, entre outras formas de violência institucional.
E agora, numa investida mais sofisticada – mas não menos violenta – agências de "checagem" controladas pelos grandes grupos de imprensa "carimbam" as notícias independentes como "Fake News" e, dessa forma, bloqueiam sua presença nas redes sociais. O nome disso é censura.
Alguns desses homens e mulheres que pagam um alto preço por sua luta são jornalistas veteranos, com passagens brilhantes pela grande imprensa de outrora, outros sem qualquer vínculo anterior com o jornalismo, mas todos movidos por aquela que deveria ser a razão de existir da profissão: a busca pela verdade, a informação baseada em fatos e não em invencionices. Lutaram e lutam contra o pensamento único que a elite econômica tenta impor ao povo brasileiro.
Quantas derrotas nossos valentes Davis já não impuseram aos poderosos Golias? Quantas notícias ignoradas ou bloqueadas nos jornalões saíram pelos blogues, muitos deles com mais audiência que os sites dos jornalões?
Mesmo confinado na cela de uma prisão política, longe de meus filhos e amigos, impedido de abraçar e conversar com o povo brasileiro, tenho hoje aprovação maior e rejeição menor que meus adversários, que fracassaram no maior dos testes: melhorar a vida dos brasileiros.
Eles, que tantos crimes cometeram – grampos clandestinos no escritório de meus advogados, divulgação ilegal de conversas entre mim e a presidenta Dilma, todo o sofrimento imposto à minha família, entre muitos outros –, até hoje não conseguiram contra mim uma única prova de qualquer crime que seja. A cada dia mais e mais pessoas percebem que o golpe não foi contra Lula, contra Dilma ou contra o PT. Foi contra o povo brasileiro.
Mais do que acreditar na minha inocência – porque leram o processo, porque checaram as provas, porque fizeram Jornalismo – os blogueiros e blogueiras progressistas estão contribuindo para trazer de volta o debate público e resgatar o jornalismo da vala comum à qual foi atirado por aqueles que o pretendem não como ferramenta capaz de lançar luz onde haja escuridão, mas apenas e tão somente como arma política dos poderosos.
A democracia brasileira agradece, eu agradeço a vocês, homens e mulheres que fazem da luta pela verdade o seu ideal de vida.
Hoje a (in)Justiça brasileira não só me prende como impede sem nenhuma razão que vocês possam vir aqui me entrevistar, fazer as perguntas que quiserem. Não basta me prender, querem me calar, querem nos censurar.
Mas assim como são muitos os que lutam pela democracia nas comunicações e pelo jornalismo independente, e não caberiam aqui onde estou, essa cela também não pode aprisionar nem a verdade nem a liberdade. Elas são muito mais fortes do que as mentiras mil vezes repetidas pelo plim-plim, que quer mandar no Brasil e no povo brasileiro sem jamais ter tido um único voto. A verdade prevalecerá. A liberdade triunfará.
Forte abraço,
Lula

Aos 72, Lula prepara a luta mais heróica de sua vida

Ricardo Stuckert
É bom levar a sério a afirmação que Lula já fez chegar aos jornais, segundo a qual pretende exercer seus direitos de candidato a presidente até o fim -- e participar da eleição, caso seja possível vencer obstáculos jurídicos que previsivelmente surgirão pelo caminho.
Para quem imaginava que ele estaria prestes a conformar-se com a ideia de que tem zero chances de colocar seu retrato na urna de 7 de outubro, e no momento apenas faria cenas de teatro na cela de Curitiba antes de providenciar a indicação de um substituto, ele tem enviado sinais de uma orientação mais clara, que pode produzir uma campanha eleitoral muito mais animada e combativa do que se costumava prever até aqui.
A decisão de não baixar a guarda se alimenta de dois fatores. Um é político e reside na constatação, óbvia, de que o nome Lula desfruta de indiscutível apoio popular, confirmado a cada rodada nas pesquisas eleitoral. Num país com uma maioria de presidenciáveis cujo nome o eleitorado ignora ou quase nunca respeita, Lula ocupa um lugar único como memória e como esperança de uma parcela cada vez maior de cidadãos. Quando falam do risco de uma eleição esvaziada como nunca, os pesquisadores só se esquecem que estão falando da ausência de Lula como elemento principal de desânimo e desmobilização. Em vez de perder votos depois da prisão, como se imaginava, ele não para de receber apoio de novas parcelas do eleitorado.
Outro aspecto é jurídico. Com auxilio do advogado Luiz Fernando Pereira, especialista em direito eleitoral, cresce em torno de Lula a visão de que não lhe cabe facilitar o trabalho dos adversários políticos que, depois de uma condenação sem provas, agora querem retirá-lo da campanha de qualquer maneira -- e ainda esperam que contribua para isso.
"Se a legislação eleitoral for respeitada, Lula irá disputar o primeiro turno e terá direito até a aparecer no horário eleitoral," disse o advogado ao longo de um encontro com jornalistas e blogueiros, hoje. O argumento de Luiz Fernando Pereira apoia-se no retrospecto de 146 candidatos a prefeito que, em 2016, enfrentaram uma situação análoga a de Lula em 2018. Condenados em processo criminal, disputaram a eleição protegidos por uma liminar, na esperança de que poderia ser confirmada que poderia ser rejeitada por tribunais superiores após a apuração. No fim das contas, "sete em cada 10 conseguiram confirmar suas candidaturas e hoje permanecem em seus cargos", afirma Pereira.

Não há dúvida de que, diante da parcialidade exibida contra Lula em todas as fases da Lava Jato, a natureza particularmente política de um julgamento envolvendo uma sucessão presidencial estratégica para os destinos da 8a economia do mundo permite encarar a possibilidade de um final feliz para Lula -- e para a maioria dos eleitores brasileiros, como informam as pesquisas -- como o ceticismo devido aos contos de fada. Basta recordar a quantidade de recursos e liminares rejeitadas nas fases intermediárias do processo para calcular o que aguarda Lula nos momentos finais e decisivos. "Para tirar o Lula da campanha, será preciso sujar as mãos", diz o advogado. 
Nenhuma destas dificuldades, contudo, permite ignorar o ponto principal.
A decisão de seguir em frente representa não só a reafirmação de sua inocência, a denuncia de uma injustiça histórica. Também equivale a uma demonstração de respeito absoluto pela soberania de um povo que não para de gritar por sua liberdade e sua volta ao governo. Quarenta anos depois de paralisar o ABC -- e depois o país inteiro -- nas greves de trabalhadores, e deixar o Planalto coberto de glórias como ninguém antes de dele, Lula caminha para travar, decide aos 72 anos, aquela que pode ser a luta mais heroica  de sua vida. 
Paulo Moreira Leite é jornalista, colunista do brasil247.com, tendo ocupado postos executivos na Revista Veja e na Época. Foi correspondente na França e nos EUA.M
Paulo Moreira Leite
aulo Moreira Leite é colunista do 247, ocupou postos executivos na VEJA e na Época, foi correspondente na França e nos EUA

quinta-feira, 26 de julho de 2018

NOVA PESQUISA: LULA TEM 41%. O RESTO, 29%. GANHA NO PRIMEIRO TURNO.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Prefeitos do Jequitinhonha cobram de Pimentel repasses de impostos, saúde e transporte escolar


Eles lamentam que está difícil pagar as contas e administrar as cidades.

Foto: divulgaçãoPrefeitos do Jequitinhonha cobram de Pimentel repasses de impostos, saúde e transporte escolar
Prefeitos foram recebidos pelo governador na última segunda-feira
Com as contas no vermelho por causa da crise financeira, os municípios mineiros  estão intensificando  a pressão sobre os governos de Minas Gerais e federal por mais recursos. Eles cobram a regularização do pagamento de repasses para serviços de saúde e transporte escolar, repartição do ICMS e ampliação dos valores para custear despesas como a merenda nas escolas.

Os prefeitos lamentam que está difícil pagar as contas e administrar as cidades. Eles querem do governo estadual um cronograma, com prazos de pagamento, para definir como vão trabalhar ao longo deste ano. 

No Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais carentes de Minas,os prefeitos se articulam na organização de uma entidade única, já batizada de UMVALE-União dos Municípios do Vale do Jequitinhonha-. Somando a população das 51 cidades, essa nova entidade representaria mais de 700 mil pessoas, o que seria uma voz forte falando pelo Jequitinhonha junto ao governo Estadual e Federal. 

Governador recebeu dos prefeitos documento com reivindicações da região.
Governador recebeu dos prefeitos documento com reivindicações da região.


Na última segunda-feira (23) cerca de 40 prefeitos do Alto. Médio e Baixo Jequitinhonha foram recebidos pelo governador Fernando Pimentel, no Palácio da Liberdade.

A expectativa dos administradores é sensibilizar o governador para que, diante da crise que assola todo o Estado, enxergue de maneira diferente o Vale Jequitinhonha e sua população 

De acordo com a Associação Mineira de Municípios (AMM), o governo do estado deve cerca de R$ 1,5 bilhão de repasses aos municípios somente na área da saúde. A dívida se refere ao custeio de serviços como vigilância em saúde, atenção básica, assistência farmacêutica, serviços de alta complexidade, gestão de alta e média complexidade e investimentos.

 A verba para transporte escolar também está na lista de cobranças dos prefeitos para o governo mineiro.

Segundo o presidente da AMM, o prefeito de Moema, Julvan Lacerda (MDB), a situação das prefeituras é crítica. Um levantamento por amostragem mostrou que várias cidades tiveram que demitir servidores. “O impacto não é só nos serviços, mas também na economia do municípios”, disse ele. As reduções são nos quadros de comissionados e temporários, mas o prefeito diz que se a situação não melhorar os cortes futuros podem chegar aos efetivos. “Além de todo esse arrocho por causa da crise e o peso que os municípios já carregam normalmente, vem se arrastando um atraso nos repasses. Os prefeitos pagam o pato, pois temos deveres legais impostos pelo Tribunal de Contas e não querem saber se o estado ou a União estão nos pagando. Isso além da pressão da população”, disse.

O governo federal, segundo a AMM, vem fazendo os repasses em dia, mas o dinheiro não é suficiente. “Pagam uma ilusão, porque é tudo subfinanciado. Para o programa Saúde da Família vêm 30% do custo operacional, enquanto é dever da União pagar tudo. A merenda escolar custa pra nós R$ 4 o dia por aluno e o governo repassa R$ 0,36.” 

OUTRO LADO  

A Secretaria de Estado da Saúde informou, em nota, reconhecer que existem débitos junto aos municípios mineiros e que “tem trabalhado incessantemente para que a situação seja regularizada o quanto antes, considerando a disponibilidade financeira”.

A Assessoria de Imprensa do Governo de Minas divulgou através de nota que  “O atraso se deve à crise financeira pela qual passa Minas Gerais, outros estados e também a União.  Assegurou que estão sendo adotadas medidas que visam ao aumento da arrecadação e possibilitem regularizar a situação com os municípios.”

Fonte: Sérgio Vasconcelos Repórter, na Gazeta de Araçuaí