Enquanto Lula é político mais confiável para os
mais pobres e desempregados, Sergio Moro é quem lidera entre os mais ricos;
abaixo deles, aparecem nomes como Jair Bolsonaro, que vem perdendo
credibilidade, e Luciano Huck, o candidato dos bilionários.
Publicação do brasil247.com. 05.02.20, às 7:07
O ex-presidente Lula e o ministro da Justiça, Sergio Moro, são
os brasileiros mais confiáveis, segundo pesquisa Datafolha, divulgada neste
domingo. O Datafolha pediu que os entrevistados dissessem, em uma escala de 0 a
10, qual o nível de confiança que tinham em cada um dos integrantes da lista.
As notas até 5 são consideradas baixo índice de confiança, de 6 a 8, médio, e 9
e 10, alto.
Um
terço (33%) disse ter alta confiança em Moro, 23%, média confiança, e 42%,
baixa confiança. Na lista dos mais confiáveis, Lula vem em seguida, com 30% de
confiança alta (16% média e 53% baixa). Apesar de empatar dentro da margem de
erro com o ex-juiz no quesito alta confiança, o petista aparece em segundo por
ter índices piores de média e baixa confiabilidade, informa a reportagem de
Flávia Faria.
Em seguida, estão empatados na margem de erro Bolsonaro, com 22% (22% média e
55% baixa), e Luciano Huck, com 21% (22% média e 55% baixa). O apresentador de
TV é considerado um possível candidato à Presidência em 2022, e tem apoiio de
grandes bilionários, como Jorge Paulo Lemann, assim como do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
"O
levantamento mostra ainda que a credibilidade de Lula, que estava em queda,
voltou a subir. Os 20% de alta confiabilidade em fevereiro de 2016 se
transformaram em 30% agora. No fim de 2009, no seu segundo mandato na
Presidência da República, eram 52%", diz a reportagem.
Leia íntegra da reportagem da Folha de São Paulo:
Moro lidera ranking de confiança com um terço de notas 9 ou 10,
diz Datafolha
Ministro da Justiça tem mais credibilidade que Lula e Bolsonaro; pesquisa avaliou percepção sobre 12 figuras da política.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, é a personalidade
pública em que os brasileiros mais confiam entre 12 figuras do cenário político
avaliadas em levantamento do Datafolha. A pesquisa testou nomes como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Veja frases de Sergio Moro em entrevista à Folha
O Datafolha
pediu que os entrevistados dissessem, em uma escala de 0 a 10, qual o nível de
confiança que tinham em cada um dos integrantes da lista. As notas até 5 são
consideradas baixo índice de confiança, de 6 a 8, médio, e 9 e 10, alto. O
índice leva em conta as notas atribuídas por aqueles que dizem conhecer a
personalidade em questão.
Um terço
(33%) disse ter alta confiança em Moro, 23%, média confiança, e 42%, baixa
confiança.
O Datafolha ouviu 2.948 pessoas em 176 municípios de todas as regiões do país nos dias 5 e 6 de dezembro.
O Datafolha ouviu 2.948 pessoas em 176 municípios de todas as regiões do país nos dias 5 e 6 de dezembro.
A margem de
erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
Grau de confiança, segundo o Datafolha:
- Sergio Moro: 33%
- Lula: 30%
- Jair Bolsonaro: 22%
- Luciano Huck: 21%
- Hamilton Mourão: 12%
- Ciro Gomes: 11%
- FHC: 10%
- Marina SIlva: 9%
- João Doria: 7%
- Rodrigo Maia: 7%
- Manuela D’Ávila: 7%
- Davi Alcolumbre: 3%
Na lista dos
mais confiáveis, Lula vem em seguida, com 30% de confiança alta (16% média e
53% baixa). Apesar de empatar dentro da margem de erro com o ex-juiz no quesito
alta confiança, o petista aparece em segundo por ter índices piores de média e
baixa confiabilidade.
Em seguida,
estão empatados na margem de erro Bolsonaro, com 22% (22% média e 55% baixa),
e Luciano Huck, com 21% (22% média e 55% baixa). O
apresentador de TV é considerado um possível candidato à Presidência em 2022.
O
levantamento mostra ainda que a credibilidade de Lula, que estava em queda,
voltou a subir. Os 20% de alta confiabilidade em fevereiro de 2016 se
transformaram em 30% agora.
No fim de
2009, no seu segundo mandato na Presidência da República, eram 52%.
Já Moro viu
seu índice de alta confiança mais que dobrar: eram 14% em fevereiro de 2016,
agora são 33%. Ele é o ministro mais popular e bem avaliado do governo,
aprovado por metade da população.
O ex-juiz
federal é o responsável pelo julgamento de Lula em primeira instância no caso
do tríplex de Guarujá. Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, o petista
foi preso em abril de 2018. A pena depois foi fixada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 8
anos e 9 meses de cadeia.
O petista foi solto em novembro do ano passado,
após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que concede aos condenados que não apresentam risco à
sociedade o direito de aguardar em liberdade o julgamento de todos os recursos
judiciais. Para 54% dos brasileiros, a soltura foi justa.
ALTOS
E BAIXOS DE MORO EM 2019
Atritos
- A divulgação de
mensagens trocadas entre o então juiz da Lava Jato e procuradores da
operação colocou em dúvida a imparcialidade de Moro como magistrado
- Por 6 votos a 5, o
Supremo Tribunal Federal voltou a barrar a prisão de condenados logo após
a segunda instância, instrumento defendido por Moro. Decisão permitiu a
soltura do ex-presidente Lula
- Pacote anticrime
foi desidratado na Câmara, perdendo medidas como o excludente de
ilicitude, e sancionado por Bolsonaro, que ignorou sugestões de Moro,
mantendo a criação do juiz das garantias, por exemplo, instrumento
criticado pelo ministro da Justiça
Fôlego
- Popularidade de
Moro segue estável; com 53% de aprovação, é o ministro mais bem avaliado
do governo Bolsonaro e tem números melhores que os do próprio presidente
- Após decisão do
Supremo, ministro tem liderado esforço no Congresso para nova legislação
que permita a prisão de condenados em segunda instância
- Manifestações de rua têm sido convocadas desde a metade do ano em todo o país para demonstrar apoio ao ex-juiz e à Lava Jato.
O apresentador Luciano Huck e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) -
Já Moro e
Bolsonaro são mais populares entre os evangélicos e entre os de renda superior
a 10 salários mínimos.
Outros dois
possíveis presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),
têm 11% e 7% de índice alto de confiança, respectivamente.
Doria se sai
melhor entre a população com mais de 60 anos e entre quem aprova o governo
Bolsonaro. Segundo o Datafolha, 30% avaliam bem a gestão federal.
Já Ciro, que
foi governador do Ceará, tem seu ponto máximo de credibilidade (19%) no
Nordeste, região em que Bolsonaro tem pior índice de avaliação: 50% veem seu
governo como ruim ou péssimo.
Presidente da
Câmara dos Deputados e principal articulador para a aprovação da reforma da
Previdência, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é visto como altamente confiável por
apenas 7% dos entrevistados.
Seu par no
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), amarga a lanterna da
lista, com 3%.
O Datafolha
também investigou a percepção sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), a ex-presidenciável Marina
Silva (Rede) e a ex-candidata à Vice-Presidência Manuela D'Ávila (PC do B).
Desses,
Mourão foi quem teve maior índice de alta confiança, com 12%. Logo atrás,
empatado na margem de erro, vem FHC, com 10% (o mesmo percentual que obteve em
pesquisas realizadas em 2016 e em 2009). Já Marina teve 9% e Manuela, 7%.
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