O maior jornal da TV brasileira faz 50 anos com grande histórico de apoios a golpes políticos, manipulação da notícia, destruição de reputações, influência em governos nacionais e estaduais, ataques à soberania nacional. No entanto, há poucas análises históricas como contraponto à festa de comemoração da desgraça brasileira como a que ocorreu na noite dessa segunda-feira, 02.09.19.
Os episódios em que o JN se envolveu, em seus 50 anos, são marcantes: a tentativa de fraude das eleições estaduais do Rio de Janeiro, em 1982, na eleição de Brizola; a omissão no movimento das Diretas Já; a montagem do debate entre Lula x Collor, em 1989; o boicote aos Caras Pintadas e movimento do impeachment de Collor, em 1991 e 1992; as montagens sobre o Mensalão, em 2005; o envolvimento e convocação das manifestações de 2013; a parceria no Golpe de 2016; as diversas manipulações nas eleições presidenciais; o apoio deslavado às arbitrariedades da Lava Jato e a nomeação de Moro como mito nacional; o julgamento e prisão do presidente Lula; o apoio ao ataque à soberania nacional.
Abaixo, algumas análises do Jornal Nacional, como principal ferramenta da política interesseira, financeira-comercial da TV Globo.
A Globo, o
Jornal Nacional e a manipulação de contextos na montagem de notícias
16.03.2016
Se há um veículo de comunicação na imprensa brasileira que costuma levar
a manipulação da informação ao seu estágio mais sofisticado, este é o principal
telejornal global. Há muito tempo o JN reduziu a prioridade pela notícia para
enfatizar programas e eventos envolvendo interesses comerciais da empresa , bem
como o proselitismo aberto em favor das causas político-financeiras apoiadas
pelas Organizações Globo
Por Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa.
Título original: A manipulação de contextos na montagem de notícias
Se há um veículo de comunicação na imprensa brasileira que costuma levar
a manipulação da informação ao seu estágio mais sofisticado, este é o principal
telejornal da Rede Globo de Televisão. Há muito tempo que o JN reduziu a
prioridade pela notícia para enfatizar programas e eventos envolvendo
interesses comerciais da empresa , bem como o proselitismo aberto em favor das
causas político-financeiras apoiadas pelas Organizações Globo.
No terreno comercial a emissora dedica cada vez mais espaço em seus
noticiários para promover novelas, shows musicais, eventos esportivos e
iniciativas de seu interesse direto. O espaço para informações sobre problemas
comunitários e formas de resolvê-los está sendo substituído por preocupações
comerciais da empresa, travestidas de notícia jornalística.
A emissora é suficientemente hábil e inteligente para perceber que é
necessário dar atenção aos problemas sociais das comunidades para não perder mais
audiência. A questão é que ela trata temas como saúde, moradia, corrupção,
segurança e desemprego sob o viés político em vez de buscar o engajamento de
seus repórteres e editores com a prática do chamado jornalismo de soluções,
onde os profissionais participam da busca de alternativas em vez de se
limitarem à pratica das reportagens declaratórias, estilo “ele disse, ela
disse”.
Mas é no terreno político que o contexto torna-se mais importante na
análise do noticiário “Global”. Um jurista interessado em abrir um processo
judicial contra a Globo terá muita dificuldade para enquadrar a
emissora nas leis vigentes porque a maior rede de televisão do país tem a
necessária expertise para contornar os dispositivos legais.
O que a Globo sabe fazer magistralmente é manipular
contextos, como por exemplo, a alocação de tempos para acusação e defesa. Uma
denúncia feita por algum delator no processo Lava Jato recebe um detalhamento
que toma vários minutos enquanto a defesa merece rápidas e burocráticas menções
do tipo “todas as doações foram registradas de acordo com a lei eleitoral”,
“não comentamos inquéritos em andamento”, ou “ainda não tivemos acesso aos
autos do processo”, sem falar no lacônico “não conseguimos contato com,,,,”.
Discutir a legalidade de tal processo é chover no molhado porque a
emissora sempre vai alegar que seguiu o preceito jornalístico da consulta à
parte atacada ou agredida. A questão é a diferença de tempo e detalhamento. Na
maioria dos casos de divulgação de denúncias por delação premiada não houve da
parte dos telejornais da TV Globo a preocupação em apresentar
de forma detalhada os argumentos da outra parte. Assim, o telespectador acabou
sempre ficando sob o efeito do impacto da denúncia, mesmo aqueles que não
acreditaram nela.
(...)
Outro exemplo da manipulação de contextos foi dado pela TV Globo no
caso da hostilização de funcionários da empresa por desafetos políticos na
atual conjuntura política no país. A emissora enquadrou os eventos como
agressões à liberdade de imprensa quando na realidade eles são uma consequência
da polarização político-ideológica na qual a Globo é parte.
Atirar ovos e tomates, ou xingar funcionários tem tudo a ver com irritação e divergências
políticas, e nada a ver com violações do direito de expressar opiniões.
Como a TV pode distorcer uma notícia
A plataforma televisão é especialmente suscetível a induzir no
telespectador percepções descontextualizadas porque o tempo de transmissão de
uma notícia é muito curto e porque as imagens geralmente são apresentadas por
um único ângulo (copo meio cheio ou meio vazio) simplificando a visão da
realidade. A manipulação da imagem como notícia num telejornal provoca no
telespectador reações mais emocionais do que as geradas pela leitura de um
jornal ou revista, onde a postura é mais analítica, pela própria natureza do
veículo ou plataforma de comunicação.
É muito improvável uma mudança na política editorial do Jornal
Nacional porque são rotinas e valores entranhados há décadas no
telejornal que serve de guia para todos os demais noticiários da TV
Globo. Por paradoxal que pareça, é mais possível o surgimento de uma nova
atitude entre os telespectadores na medida em que eles descobrirem como
funciona o enviesamento da informação transmitida por meio da manipulação dos
contextos onde está inserida a notícia.
Carlos Castilho é jornalista e editor do Observatório da Imprensa
Texto completo: https://revistaforum.com.br/noticias/a-globo-o-jornal-nacional-e-a-manipulacao-de-contextos-na-montagem-de-noticias/
Fonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/manipulacao-poder-os-alicerces-sustentacao-imperio.htm
MANIPULAÇÃO E PODER: OS ALICERCES DE SUSTENTAÇÃO DO IMPÉRIO NACIONAL DE TELEVISÃO.
Manipulação das massas pelo Jornalista Roberto Marinho.
A TV Globo é indiscutivelmente a emissora de maior Audiência e poder entre as emissoras de TVs brasileiras, A rede Globo de televisão (RGTV) foi ourtogada em 1958 e inaugurada em 1965 no período militar. A fragilidade histórica contribui para centralização da emissora no mercado brasileiro. A censura da ocasião possibilitou uma maior facilidade de manipulação das massas pelo Jornalista Roberto Marinho.
Roberto Marinho encontrou no Brasil circunstâncias favoráveis para torná-los “capitão da empresa” A sua emissora de TV beneficiava ao regime militar como “agente legitimador”, a Rede Globo fazia parte do padrão de empresa moderna e eficiente, ajudando a sua política concentradora e excludente. A ditadura militar se beneficiou da Rede Globo através da legitimidade distorcida dos fatos, aliando as massas a acreditar nessas inverdades.
O livro “Globo e política, tudo a ver” de Venicio Lima destaca três casos “escabrosos” de manipulação eleitoral.
O primeiro caso, a Rede Globo não agradou da candidatura de Leonel Brizola para governador do Rio de Janeiro em 1982. Brizola voltou do exílio em 1979, com interesses na administração do Rio de Janeiro. Leonel Brizola foi um dos principais alvos do regime militar, por conseguinte não interessava a este sistema politico nem a sua maior aliada emissora de TV. A Globo demitiu nesta ocasião, Homero Sanches, em conseqüência de fazer parte do conselho informativo de Brizola.
Sanches aborda em uma entrevista a Playboy que, Roberto Irineu Marinho, filho de Roberto Marinho sustentava a candidatura de Wellington Moreira Franco. Irineu esquematizou um plano de apuração das eleições pelo interior, em que seu aliado seria mais bem votado, e ainda no esquema a empresa Proconsult substituía os votos de Brizola pelos de Moreira. No entanto não fazia parte do esquema da apuração por outro meio de comunicação, e o Jornal do Brasil se comprometeu com esse papel, o Jornal exibiu do seu próprio serviço um boletim do TRE - Tribunal Regional Eleitoral. Brizola elegeu-se desmascarando a poderosa rede Globo.
A rede Globo omitiu em 1984 “as Diretas Já”, que tentava legitimar a emenda parlamentar do deputado Dante de Oliveira oponente a emenda constitucional numero dois que controlava o processo sucessório eleitoral em prol do regime militar. Quando percebeu que era inevitável a Globo veiculou o segundo comício em São Paulo que coincidiu com o aniversário de São Paulo, e mesmo assim veiculou de forma distorcida durante a sua programação. “São Paulo hoje comemorou seu aniversario com diversas atividades, torneio de pipa, no parque do Ibirapuera e uma grande caminhada não sei onde. Foi dessa forma que o repórter Ernesto veiculou durante o Jornal Nacional o movimento “diretas já” que mobilizou todo o pais. A TV Globo só transmitiu em definitivo o último comício realizado no Rio de Janeiro que contava com todas as forças de oposição. Mas algumas fontes afirmam que nesse momento a Globo tinha quebrado sua aliança com o regime devido ao poder da emissora que ameaçava até mesmo os governantes da ditadura militar.
Outro caso de manipulação Globo foi à nomeação do Ministro Mailson da Nóbrega durante a gestão de Sarney, Mailson era nesse momento o ministro interino de José Sarney, mas ele não podia efetivá-la no carpo porque precisava a aprovação de Roberto Marinho e ele tinha outro nome para o cargo. No entanto o nome de Mailson passou a interessar a poderosa Rede Globo depois da entrevista dele ao Jornal Nacional, tendo ótima repercussão. Sendo assim Roberto Marinho chamou Mailson para uma conversa e esse bate-papo lhe agradou, então a Rede Globo anunciou a nomeação de Mailson antes mesmo que o próprio a soubesse.
O lema “Globo a gente se vê por aqui” chega a uma imensidade de lares sem a devida contestação do seu significado semântico e contextual, a emissora exerce hoje no Brasil “monopólio da fala”
Ultimamente o império sofre compassivas oscilações de audiência através de dividas acumuladas e uma sensível diminuição da audiência influenciada pelo surgimento de TVs segmentadas no Brasil, e o aumento freqüente de uso da internet. Nesse período a Globo diminui a preponderância sobre as demais. No entanto, para o público, o conteúdo veiculado torna menos interessante, já que, cresce ainda mais o número de reality shows contribuindo para o empobrecimento da programação.
“O público é o objetivo da indústria [de TV]; a audiência seu capital”
Publicado por: José Aparecido Santana da SilvaFonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/brasil/manipulacao-poder-os-alicerces-sustentacao-imperio.htm
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