O governo de Minas Gerais assinou, na quinta-feira, 12.09, um protocolo de intenções
com a Sul Americana de Metais (SAM), subsidiária da chinesa Honbridge Holdings,
para a construção de um complexo de mineração de 7,9 bilhões de reais no Vale
do Jequitinhonha, no norte do Estado.
com a Sul Americana de Metais (SAM), subsidiária da chinesa Honbridge Holdings,
para a construção de um complexo de mineração de 7,9 bilhões de reais no Vale
do Jequitinhonha, no norte do Estado.
População se manifesta contra a construção de mineroduto, em 2014,
em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha.
em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha.
Mineroduto teria 480 km atingindo 21 municípios de
Minas e da Bahia.
Minas e da Bahia.
Chamado de Bloco 8, o projeto inclui um mineroduto de 480 quilômetros que irá
do município mineiro de Grão Mogol até Ilhéus (BA), passando por 21 municípios.
Com a construção do mineroduto, o investimento total sobe a 9,1 bilhões de reais.
do município mineiro de Grão Mogol até Ilhéus (BA), passando por 21 municípios.
Com a construção do mineroduto, o investimento total sobe a 9,1 bilhões de reais.
O projeto prevê uma das maiores barragens de rejeitos do País e é condenado
por entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens.
A empresa afirma que o modelo é seguro. Se chegar à plena operação,
o Bloco 8 terá produção de 27 milhões de toneladas de minério de ferro por ano,
pouco menor que a da mina de Brucutu, da Vale, e semelhante à capacidade total
prevista no projeto Minas-Rio, da Anglo, cuja logística também depende de um
mineroduto.
por entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens.
A empresa afirma que o modelo é seguro. Se chegar à plena operação,
o Bloco 8 terá produção de 27 milhões de toneladas de minério de ferro por ano,
pouco menor que a da mina de Brucutu, da Vale, e semelhante à capacidade total
prevista no projeto Minas-Rio, da Anglo, cuja logística também depende de um
mineroduto.
Grão Mogol fica a 149 km de Montes Claros; 573 km de Belo Horizonte; 109 km de Salinas;
a 219 km de Araçuaí.
As jazidas a serem exploradas estão nos municípios de Grão Mogol e Padre Carvalho,
no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas.
Megabarragem conterá 845 milhões de metros cúbicos,
70 vezes maior que a de Brumadinho e 15 vezes maior
que a de Mariana que se romperam.
70 vezes maior que a de Brumadinho e 15 vezes maior
que a de Mariana que se romperam.
O complexo terá uma usina de concentração de minério, barragens de água e barragem
com capacidade para suportar 845 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Para se ter
uma ideia da proporção, a barragem da Vale na mina de ferro Córrego do Feijão,
em Brumadinho, tinha capacidade para armazenar 12 milhões de metros cúbicos de
rejeitos. Seu rompimento, em 25 de janeiro, liberou uma onda de lama que matou
249 pessoas e deixou 21 desaparecidas.
com capacidade para suportar 845 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Para se ter
uma ideia da proporção, a barragem da Vale na mina de ferro Córrego do Feijão,
em Brumadinho, tinha capacidade para armazenar 12 milhões de metros cúbicos de
rejeitos. Seu rompimento, em 25 de janeiro, liberou uma onda de lama que matou
249 pessoas e deixou 21 desaparecidas.
A barragem de Fundão da Samarco, em Mariana, tinha armazenados 55 milhões de
metros cúbicos quando se rompeu, em novembro de 2015.
Inicialmente a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), o projeto teve o licenciamento desmembrado. A parte de mineração
ficará a cargo da autoridade ambiental de Minas, enquanto o mineroduto, por cruzar a divisa
do Estado, será licenciado pelo Ibama.
Ele será construído e operado pela Lotus Brasil Comércio e Logística, empresa independente
da SAM.
Renováveis (Ibama), o projeto teve o licenciamento desmembrado. A parte de mineração
ficará a cargo da autoridade ambiental de Minas, enquanto o mineroduto, por cruzar a divisa
do Estado, será licenciado pelo Ibama.
Ele será construído e operado pela Lotus Brasil Comércio e Logística, empresa independente
da SAM.
Criação do cartunista Josú Barroso, de Minas Novas, sobre o verdadeiro objetivo
dos grandes projetos de mineração.
dos grandes projetos de mineração.
Entidades denunciam o "projeto da morte"
Na quarta-feira, entidades, entre as quais sindicatos, o Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB) afirmam que esse será um “projeto de morte”, com impactos severos para a região.
“Caso o projeto seja aprovado, serão destruídas pelo menos 11 comunidades em Grão
Mogol, mas os impactos serão sentidos ao longo de toda bacia do Rio Jequitinhonha e
do Rio Pardo”, diz o manifesto.
Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB) afirmam que esse será um “projeto de morte”, com impactos severos para a região.
“Caso o projeto seja aprovado, serão destruídas pelo menos 11 comunidades em Grão
Mogol, mas os impactos serão sentidos ao longo de toda bacia do Rio Jequitinhonha e
do Rio Pardo”, diz o manifesto.
Projeto inicial foi vetado devido a risco
O Ibama rejeitou o projeto em 2016, na época chamado de Vale do Rio Pardo, por
inviabilidade ambiental. O parecer técnico que embasou a decisão destacava os
riscos às comunidades e ao meio ambiente. “O projeto resultaria na geração de volume
muito grande de rejeitos, o que evidencia escolha tecnológica incompatível com as técnicas
mais modernas de mineração, que buscam minimizar a dependência de barragens
de rejeitos”, dizia o Ibama.
inviabilidade ambiental. O parecer técnico que embasou a decisão destacava os
riscos às comunidades e ao meio ambiente. “O projeto resultaria na geração de volume
muito grande de rejeitos, o que evidencia escolha tecnológica incompatível com as técnicas
mais modernas de mineração, que buscam minimizar a dependência de barragens
de rejeitos”, dizia o Ibama.
Gizelle Andrade, diretora de Relacionamento e Meio Ambiente da SAM, afirma que o
projeto foi reestruturado em 2017 e é seguro. Até aqui foram investidos US$ 74 milhões
em estudos e aquisição de direitos minerários. De acordo com ela, a barragem deixou de
utilizar o método a montante – usado em Brumadinho e Mariana e hoje condenado –
e terá um sistema capaz de evitar infiltrações no corpo da barragem.
projeto foi reestruturado em 2017 e é seguro. Até aqui foram investidos US$ 74 milhões
em estudos e aquisição de direitos minerários. De acordo com ela, a barragem deixou de
utilizar o método a montante – usado em Brumadinho e Mariana e hoje condenado –
e terá um sistema capaz de evitar infiltrações no corpo da barragem.
Promessa de adequação à Lei Mar de Lama Nunca Mais
A ideia é que, em caso de rompimento, um sistema de diques faça o material ficar confinado
na cava da barragem, sem atingir a comunidade. “Não há possibilidade de que os
rejeitos extrapolem essa barragem”, disse Germano Vieira, secretário de Meio Ambiente
de Minas. Segundo Vieira, a empresa terá de respeitar a Lei Mar de Lama, sancionada
pelo governo de Minas, que proíbe a manutenção de residências ou estruturas em uma
área de 10 quilômetros na linha de eventual mancha de lama da barragem.
na cava da barragem, sem atingir a comunidade. “Não há possibilidade de que os
rejeitos extrapolem essa barragem”, disse Germano Vieira, secretário de Meio Ambiente
de Minas. Segundo Vieira, a empresa terá de respeitar a Lei Mar de Lama, sancionada
pelo governo de Minas, que proíbe a manutenção de residências ou estruturas em uma
área de 10 quilômetros na linha de eventual mancha de lama da barragem.
O processo de licenciamento prévio deve ser concluído em fevereiro de 2020.
Thiago Toscano, presidente da Agência de Promoção de Investimentos e Comércio Exterior
de Minas Gerais, diz só ver benefícios para a comunidade.
A expectativa é que sejam gerados 1,2 mil empregos diretos e receita de R$ 4 bilhões por ano
só na mina, sobre a qual serão pagos royalties de mineração.
Thiago Toscano, presidente da Agência de Promoção de Investimentos e Comércio Exterior
de Minas Gerais, diz só ver benefícios para a comunidade.
A expectativa é que sejam gerados 1,2 mil empregos diretos e receita de R$ 4 bilhões por ano
só na mina, sobre a qual serão pagos royalties de mineração.
Fonte: Estado de São Paulo, 14.09.19.
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