O que será que leva um Governador a eleger uma obra mais prioritária do que a outra? pergunta Juiz de Direito, Cristiano Araújo Simões Nunes.
"Na última segunda-feira (06.08), o governador do nosso Estado anunciou o início de novas obras e licitações para projetos do programa Caminhos de Minas. Nesta etapa, serão investidos R$ 3,2 bilhões para pavimentação de 1.955,6 quilômetros de rodovias, beneficiando diretamente 107 municípios e 4 milhões de pessoas.
Ao saber da notícia, imaginei que a estrada que ligaria Chapada do Norte a Leme do Prado sairia do papel, mas fiquei surpreso que ela não estaria contemplada nesta primeira leva de recursos.
O que me surpreendeu ainda mais foi o fato de que a estrada que liga Carandaí a Lagoa Dourada está na lista para o pontapé inicial do projeto.
Esta é a pergunta que insiste em martelar em minha cabeça.
Aqui em Carandaí-MG, houve uma leva de fogos de artifício para come-morar a pavimentação do trajeto até Lagoa Dourada. A obra é interessante para o governo, porque a maior parte dos grandes produtores de hortifrutigranjeiros que abastecem o CEASA na cidade de Belo Horizonte possuem grandes lavouras na região. Venceu quem tem maior poder econômico. Venceu quem tem mais a oferecer politicamente.
Tudo isso me leva a concluir que o povo de Chapada do Norte está sendo vítima de uma discriminação fora do comum de todas as autoridades que governam o Estado de Minas Gerais. Como pode uma população sofrer tanto a espera de um acesso às demais cidades vizinhas por uma estrada pavimentada. O Governo que propala para os quatro cantos que todas as cidades de Minas foram contempladas com o pró-acesso falta com a verdade ou entende que o Vale do Jequitinhonha não faz parte de Minas e deveria ser anexado aos estados nordestinos.
É preciso que os moradores da região se unam para cobrar do governo uma justificativa para tal discriminação e acionar os Municípios interessados e o Ministério Público Estadual para cobrarem uma solução.
* Texto do Dr. Cristiano Araújo Simões Nunes, Juiz de Direito da Comarca de Carandaí-MG, formado pela UFMG em 2002, já atuou nas comarcas de Turmalina-MG e Minas Novas-MG.
Via Blog do Jequi
Um comentário:
Dr, Cristiano, você perguntou e também respondeu. Ao longo de décadas e décadas o Vale tem ficado à margem quando se trata de políticas públicas. Ele( o Vale) só é "considerado",e diga-se, de passagem,com conviniência de uma grande parte do legislativo e executivo de nossos municípios, quando chega o período eleitoral.Tudo corre à revelia. Esse governo jamais pensará em contemplar o Vale do Jequitinhonha. O PSDB não governa para pobres..., até porque nunca se enxergou como minoria. Abastardos que são!
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