Minas 247 – O principal responsável pela crise política brasileira, que também arruinou a economia nacional, terá posição de destaque na delação da Odebrecht. Trata-se do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, um dia após sua derrota na disputa presidencial de 2014, passou a articular a queda da presidente reeleita Dilma Rousseff, aliando-se ao ex-deputado Eduardo Cunha.
Juntos, os dois paralisaram o Congresso em 2015, impediram a aprovação do ajuste fiscal de Joaquim Levy e fizeram com que a agenda do País passasse a ser dominada pelo tema único do impeachment. Resultados: queda do PIB de 5% em 2015, de 3,5% em 2016 e mais de 3,5 milhões de desempregados.
Já se sabia, naquele momento, que Cunha movia-se para se salvar. Se obtivesse proteção da presidente Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores, ele teria engavetado todos os pedidos de impeachment. Aparentemente, Aécio também tinha motivações de natureza não republicana.
Isso porque ele será um dos principais alvos da delação premiada da Odebrecht, segundo aponta reportagem do jornalista Renato Onofre, publicada na revista Veja deste fim de semana.
De acordo com sua apuração, a Odebrecht o acusa de receber milhões por meio de seu marqueteiro Paulo Vasconcelos, que atua com Aécio há vários anos e fez sua campanha presidencial em 2014. Os pagamentos seriam feitos pela Odebrecht a uma das agências de publicidade de Vasconcelos, que pagava despesas de Aécio, como seu caixa informal.
"Em relação a Aécio, está tudo muito bem documentado", disse um dos investigadores ao jornalista Renato Onofre.
Esta, no entanto, não é a única acusação que pesa contra o presidente nacional do PSDB. Aécio já foi acusado por vários delatores da Lava Jato de operar um mensalão em Furnas e também de comandar esquemas no Banco Rural, instituição financeira que protagonizou o chamado mensalão tucano.
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