e ajudar o time da Raposa
*Texto e fotos por Tarcísio Badaró (de Minas Novas), do Globo Esporte
Atleta, contratado no início do ano, somente nesta quinta estreia com a camisa celeste. Com fama de ‘feio’, zagueiro quer provar que tem estilo
Mateus mostra que tem estilo e mostra
o armário repleto de roupas
(Tarcísio Badaró / Globoesporte.com)
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‘Chegou a minha hora’. É assim que o zagueiro Mateus encara a chance de ser titular do Cruzeiro, nesta quinta-feira, às 21h (de Brasília), diante do Botafogo, no Engenhão. Contratado no início da temporada, só agora ele estreará com a camisa celeste. O substituto de Victorino contou sobre a tristeza e o desânimo que sentiu nos cinco meses sem jogar com Vágner Mancini e revelou ter pensado até em deixar o clube. Renovado após a chegada de Roth, ele falou sobre o sonho de assumir da camisa titular da Raposa.
- Não estou aqui à toa. Quando cheguei ao Cruzeiro, foi para dar continuidade ao excelente Campeonato Brasileiro que fiz pela Portuguesa, no ano passado. O torcedor pode esperar muita vontade, determinação. E, se Deus quiser, vou agarrar da melhor maneira possível essa camisa número 4, que é bastante concorrida e cobrada pelos torcedores cruzeirenses. Espero dar conta do recado e permanecer.
Mas a chance de mostrar que pode dar conta do recado demorou. Mateus foi contratado em janeiro, após uma boa Série B pela Portuguesa, onde foi campeão. No Cruzeiro, jogou apenas alguns minutos no amistoso contra o América-MG, no primeiro compromisso do time no ano, e nunca mais entrou. O zagueiro contou que ficou desanimado com a falta de chances e que quase saiu da Raposa. No entanto, tudo mudou após a chegada de Celso Roth.
- Tinha recebido algumas propostas para sair, até conversei com o pessoal do Cruzeiro. Mas o Roth falou que me conhecia, que contava comigo, que me conhecia do Rio Grande do Sul, me deu uma força. Aí pensei duas vezes antes de tomar uma decisão precipitada.
Mateus ficará com a vaga de Victorino, que está com a seleção do Uruguai. O técnico Celso Roth deu moral ao substituto e destacou a força e a confiança no jogador. Mateus poderá ser também uma alternativa no ataque. Além de forte no cabeceio, treinou muitas cobranças de falta de longa distância.
- É uma grande oportunidade. Um jogo bom para se jogar, ainda mais contra o Botafogo, que é líder. Uma vitória lá, com certeza, dará uma repercussão bem grande. Estou bastante motivado e feliz para fazer meu melhor e ajudar o Cruzeiro a sair com a vitória.
Monstro
Mateus ganhou um apoio de peso para a estreia. Se é que pode chamar os ‘elogios’ de Souza de apoio. Sempre brincalhão, o meia destacou o bom futebol do companheiro nos treinos, mas garantiu que, caso não pare os adversários na bola, o ‘Monstro’, como é chamado o zagueiro dentro do grupo, vai parar no susto.
- É um zagueiro feio, que vai assustar, pois o cara é feio para caramba. O nome dele lá é monstro. Falam que não se parece com ninguém. Então, um cara para dar susto lá atrás. Nos treinamentos, tem assustado a rapaziada. Espero que, no jogo, possa dar um susto no Herrera e nos atacantes do Botafogo. Mas ele está muito bem. Espero que o que ele fez de bom nesta semana possa colocar em prática no jogo.
Mateus agradeceu a força do companheiro, mas abriu mão do apelido. Vaidoso, contou que gosta de se vestir bem, tem vários tênis e relógios e garantiu se sair melhor que Souza no quesito beleza.
- É mentira. O Souza é que é feio para caramba, não só ele como outros por lá. Mas isso faz parte, essa alegria, essa descontração é para ter um bom ambiente.
Terra Natal
Mateus, com a chuteira personalizada
Foto:Tarcísio Badaró/Globoesporte.com
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O zagueiro canhoto, de 1,91m e 28 anos, rodou um bocado até chegar ao Cruzeiro, mas nasceu e cresceu em Minas Gerais. Mateus é natural de Turmalina, cidade com pouco mais de 18 mil habitantes, no Vale do Jequitinhonha, a 490 quilômetros de Belo Horizonte. A cidade será homenageada pelo zagueiro, que mandou escrever ‘Turmalina’ na chuteira que usará contra o Botafogo.
- As pessoas já têm mandado mensagens porque viram algumas matérias. Minha cidade é lotada de cruzeirenses, não só ela como as cidades vizinhas: Minas Novas, Capelinha. O pessoal tem o maior carinho por mim. Espero dar meu melhor e representar bem todo o Vale do Jequitinhonha.
Comentário do autor do Blog do Jequi:
Conheço pessoalmente o Mateus, que é do Vale do Jequitinhonha (Turmalina) o posso afirmar que o mesmo tem muita garra, perseverança e é um guerreiro. Pode não ter uma técnica apurada, mas tem um bom chute com sua canhota, além de ser um ótimo cabeceador. Sempre determinado e disciplinado, é diferente da maioria dos “boleiros” atuais; não bebe, não é de “noitada”, tem ótimo preparo físico. Deram espaço para ele na Lusa e ele foi longe.
Outro fato importante é o autor da matéria, o Tarcísio Badaró, de Minas Novas, que recentemente escreve matérias do cunho esportivo para o Globo Esporte (site). Tarcísio é meu amigo de infância e o conheço o bastante para afirmar que ele vai longe. Com belos textos e ótimas fotografias, ele vem ganhando destaque no noticiário esportivo mineiro.
É o Vale do Jequitinhonha demonstrando o seu valor, não só na parte cultural, mas também no cenário esportivo.
Via Blog do Jequi, de Bernardo Vieira, de Minas Novas.
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