terça-feira, 12 de junho de 2012

Deputado Fabinho Ramalho é investigado por favorecer Hipolabor


Deputado mais votado no Vale do Jequitinhonha  teria praticado tráfico de influência
FOTO: LUIZ CAMARA/AGENCIA CAMARA - 3.1.2011
Camarada. Ramalho admitiu que atuava junto à Anvisa para agilizar processos do laboratório Hipolabor
Brasília. A Procuradoria Geral da República (PGR) está analisando as provas do suposto envolvimento do deputado federal mineiro Fábio Ramalho (PV) com o laboratório Hipolabor, com sede em Minas Gerais. Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", as informações foram obtidas durante a operação Panaceia, desencadeada no Estado por uma força-tarefa integrada por Ministério Público, Polícia Civil e Receita Estadual, com apoio do Ministério da Justiça e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Após a análise, a PGR vai decidir se abre procedimento investigativo contra o deputado e a empresa. Ramalho admitiu ter atuado junto à Anvisa para agilizar processos do laboratório Hipolabor, que já é investigado por fraudes, mas negou ter praticado tráfico de influência em favor da empresa. Ele disse jamais ter recebido pagamentos da indústria farmacêutica e colocou seu sigilo bancário à disposição dos órgãos das investigações.

Durante a operação, foram feitas escutas que indicam que o laboratório encaminhava demandas ao secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa, que foi diretor adjunto de Agnelo Queiroz (PT) no órgão. O petista deixou a agência em 2010 para concorrer ao Governo do Distrito Federal. As denúncias devem ser usadas pela oposição contra Agnelo em seu depoimento à CPMI do Cachoeira, amanhã.

E-mails enviados no ano passado mostram que o gabinete de Ramalho intermediava interesses do laboratório na Anvisa. O apelido dele - "Fabinho" - consta de agenda com registros contábeis da diretoria da empresa, na qual estão listados supostos repasses. O nome e o sobrenome do deputado também aparecem em documento que relaciona o suposto pagamento de viagens a ele.

"Nunca recebi nenhum centavo. Não faço nada para ninguém em troca de dinheiro. Minha consciência está tranquila", afirmou Ramalho, acrescentando que todas as suas viagens são feitas pela Câmara. "Podem quebrar meu sigilo bancário na hora que quiserem", disse. O deputado explicou que, entre 2007 e 2010, fez vários pedidos de audiência à Anvisa, encaminhados via e-mail à presidência. O objetivo seria tratar do registro de medicamentos e de demandas como a liberação de certificados de boas práticas, exigidos em licitações de diversos órgãos públicos.

O parlamentar disse que atendeu aos pedidos do laboratório não por sua ligação pessoal com os diretores do Hipolabor, Ildeu Magalhães e Renato Alves da Silva, mas por se tratar de uma empresa sediada em Minas, que gera centenas de empregos: "Defendo a empresa nacional". Questionado se fez o mesmo por outras farmacêuticas , disse não se recordar.

"Qualquer pessoa que me pede qualquer tipo de audiência, eu atendo. Todos os pedidos são dentro da lei. Não tem tráfico de influência", assegurou. O parlamentar afirmou que os encontros eram com técnicos e com o então presidente da Anvisa, Dirceu Raposo.
Resposta
Nota. O porta-voz do governo do Distrito Federal (GDF), Ugo Braga, disse que Agnelo Queiroz não tem conhecimento das denúncias noticiadas pelo "Estado de S. Paulo".
Publicado no Jornal OTEMPO em 12/06/2012

Deputado Fábio Ramalho é o mais votado do Vale do Jequitinhonha
Fábio Ramalho, ou Fabinho Liderança (PV-MG), é deputado federal já no segundo mandato. Foi o mais votado no Vale do Jequitinhonha, nas eleições de 2010, tendo 52.209 votos na região, do total de 96.309 votos. 
Ele foi prefeito de Malacacheta, de 1997 a 2004. Nasceu em Brasília, mas se fez comerciante e político em Malacacheta, entre os Vales do Jequitinhonha e Mucuri, no nordeste de Minas.
Teve votação maciça e majoritária nos municípios de Angelândia (901 votos), Araçuaí (3.057 votos), Caraí (3.142 votos), Divisa Alegre (856 votos), Franciscópolis (1.604 votos), Malacacheta (4.254 votos),  Monte Formoso (1.042 votos), Padre Paraíso (3.062 votos), Setubinha (2.001 votos), Teófilo Otoni (24.597 votos) e muitas outros.


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