Zema, o Novo Tucanato
por Marco Aurélio Carone, no Novojornal
Secretariado do governo Zema e seus líderes na Assembleia comprovam que o Novo é o velho PSDB mineiro.
por Marco Aurélio Carone, no Novojornal
Secretariado do governo Zema e seus líderes na Assembleia comprovam que o Novo é o velho PSDB mineiro.
Veja quem são.
Nossa matéria “Zema. O Cavalo de Troia”, publicada em 29 de janeiro último, informava a unanimidade entre os analistas políticos de que a eleição de Romeu Zema para o governo de Minas Gerais só ocorreu em função de sua apresentação no período eleitoral como não politico, além da promessa de não adotar em seu governo o fisiologismo dos “finórios tradicionais”. Em síntese um novo modelo de governar.
Confira aqui:
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E que, em função de suas decisões e escolhas, os mesmos analistas entendiam que o governador e seu partido foram utilizados estrategicamente por antigas lideranças politicas mineiras, ciente da insatisfação da população com seus nomes e praticas.
Fatos que vinham causando, além de decepção aos eleitores, a morte prematura das carreiras dos parlamentares eleitos em função da proposta do partido Novo.
Houve grande manifestação de internautas eleitores do Zema ou militantes do Novo, insatisfeitos com a sutileza da matéria, que passaram a cobrar do Novojornal, que fossem citados nomes e casos concretos.
Já tínhamos os nomes, porém esperávamos a posse dos deputados estaduais eleitos, o retorno dos trabalhos legislativos, assim como a apresentação da reforma administrativa para satisfazer os internautas leitores.
Constatamos que o desconforto com a situação tinha sido maior. Tanto que, na última terça-feira (05.02) o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), mostrou-se incomodado com as críticas que têm recebido por nomear para o primeiro escalão do governo pessoas que sabidamente são tucanas ou atuaram na gestão do PSDB à frente do Governo do Estado de Minas Gerais.
Ao ser questionado se a ex-secretária de Planejamento do governo tucano Renata Vilhena continuaria prestando serviços para o Estado, Zema não respondeu, disse que ia ao banheiro e não voltou.
O jornal O Tempo, dias antes, noticiara que Vilhena fora contratada por meio da Fundação Dom Cabral (FDC), para prestar serviços para o Estado, e que participara ativamente na elaboração da reforma administrativa apresentada.
O jornal O Tempo, dias antes, noticiara que Vilhena fora contratada por meio da Fundação Dom Cabral (FDC), para prestar serviços para o Estado, e que participara ativamente na elaboração da reforma administrativa apresentada.
A questão relativa a Renata Vilhena, na verdade vinha servindo para tirar o foco da participação maciça de outros integrantes, comprometidos ou participante de governos anteriores do PSDB na gestão de Romeu Zema. Ficando difícil para o governador negar o fato, principalmente após informar a redução do número de pastas de 21 para 12.
Dos 12 secretários, 8 participaram das administrações do PSDB ou são comprometidos com o partido.
Este número amplia-se para 9 somando a “consultora”, Renata Vilhena, que atuou desde 2003 no denominado “Choque de Gestão”. Primeiro, como Secretária Adjunta de Planejamento e Gestão até dezembro de 2006, quando passou a ocupar a titularidade da Pasta após a candidatura do então Secretário Antônio Anastasia a Vice-Governador do Estado, onde permaneceu nos governos Antônio Anastasia e Alberto Pinto Coelho.
Merece destaque que o vice de Zema, Paulo Brant, foi escolhido pessoalmente por Andréa Neves em 2008, para ocupar a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, após exoneração da Secretária Eleonora Santa Rosa, amiga de Andréa, que deixava enorme passivo de irregularidades. Oriundo do BDMG, Brant fez uma gestão voltada apenas para corrigir as irregularidades praticadas por Santa Rosa.
Integram hoje o primeiro escalão do governo de Romeu Zema (Novo ou o velho PSDB):
Secretário de Governo, Custódio Mattos, que foi secretário de Desenvolvimento Social durante governo Aécio Neves (PSDB).
Secretário Adjunto de Governo, José Geraldo Oliveira Prado, ex Secretário em 2014, é funcionário de carreira da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais onde chegou a secretário-geral da Mesa, homem de confiança do ex governado Alberto Pinto Coelho.
Secretário da Saúde, Wagner Eduardo Ferreira foi Secretário adjunto da mesma Secretaria de Saúde no Governo Anastasia (PSDB)
Secretário de Planejamento e Gestão, Otto Alexandre Levy Reis, foi dirigente da Magnesita Refratários e da entidade “Gente e Gestão”, que tem como maior cliente a Ambev, pertencente a Jorge Paulo Lemann, um dos principais financiadores da campanha de Aécio Neves (PSDB) a presidência da República em 2014.
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Manoel Vítor de Mendonça Filho, foi vice-presidente da Gerdau/ Açominas, uma das maiores financiadoras das campanhas politicas do PSDB.
Secretário de Meio Ambiente, Germano Luiz Gomes Vieira, foi diretor de Prevenção e Combate à Corrupção da Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais, na gestão do PSDB, ocupando a seguir a Secretaria de Meio Ambiente na gestão do PT.
Secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos, foi assessor jurídico e ex-diretor da Unidade PPP do Estado de Minas Gerais, executando a PPP da Rodovia MG-50 e do sistema prisional mineiro no governo do PSDB.
Secretaria de Educação, Julia Sant'Anna, integrante da Fundação Lemann, patrocinada por um dos principais financiadores da campanha de Aécio Neves (PSDB) a presidência da República em 2014.
Jorge Paulo Lemann, cotista, junto com Verônica Serra, filha de José Serra, do Fundo Innova. Ambos envolvidos no ruidoso caso da compra de 20% da Diletto, pequena sorveteria com faturamento de R$ 30 milhões, fundada em 2007 pelo empresário paulista Leandro Scabin. De acordo com alguns relatos, Lemann e Verônica Serra avaliaram a empresa em R$ 500 milhões.
O mais espantoso: Jorge Paulo Lemann é dono do Fundo de Investimentos Gera, que tem como objetivo a exploração privada do ensino no Brasil. A exemplo da “Escola Eleva”, em Botafogo, no Rio de Janeiro, onde cada aluno paga R$ 3.900 por mês.
Demonstrando querer manter em funcionamento o mesmo fisiologismo no trato com o Poder Legislativo, Romeu Zema escolheu como seu líder na Assembleia Legislativa o Deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), eleito em 2002 e reeleito em 2006 e 2010.
Em 2005, foi escolhido, por unanimidade, como líder do PSDB na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, sendo reeleito para esse cargo por cinco vezes consecutivas (2005-2010). Também foi líder do maior bloco de apoio ao ex-governador Aécio Neves, o Bloco Social-Democrata (PSDB, PTB, PMN e PR), por quatro anos (2007-2010).
Nesta quarta-feira (06.02), desprezando os parlamentares do partido de Zema, o deputado Gustavo Valadares (PSDB), foi eleito líder do Bloco de Governo em apoio a Romeu Zema na Assembleia, composto pelos partidos, PSDB, PPS, PP, PSC, Avante, PSB, SD e PHS e Novo, com 21 parlamentares.
Nota da redação: Este levantamento diz respeito apenas ao primeiro escalão do Governo Zema e integrantes do Poder Legislativo.
Marco Aurélio Carone - Editor Novojornal - BH
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