O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) iniciou, nessa terça-feira, 12/02.19, a coleta de assinaturas de parlamentares para entrar com um projeto de Decreto Legislativo convocando um plebiscito pela reestatização da Vale.
Deputado federal Rogério Correia quer a reestatização da Vale.
“O povo brasileiro deve decidir sobre essa questão”, diz Rogério Correia. Na justificativa para o projeto, o deputado federal mineiro lembra as tragédias ambientais em Mariana e Brumadinho, as duas ocorridas apenas nos últimos três anos e meio, com centenas de vítimas fatais e danos irreparáveis ao meio ambiente.
“Para resgatar sua função estratégica ao desenvolvimento de nossa indústria, retomar a construção planejada da malha ferroviária, garantir todos os cuidados com a segurança da população e do meio ambiente, garantir que o lucro obtido seja destinado ao desenvolvimento soberano e sustentável do Brasil, propomos este plebiscito que dará ao povo brasileiro a oportunidade de decidir”, afirma Rogério Correia na justificativa do projeto.
A Vale foi criada no governo Getúlio Vargas em 1942, em Itabira (MG), para a exploração das minas de ferro na região. Foi privatizada em maio de 1997, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por US$ 3,3 bilhões. O valor representa menos do que o lucro líquido registrado pela empresa em apenas um ano – em 2017 (ano do último balanço anual divulgado até o momento), o lucro líquido da Vale foi de R$ 17,6 bilhões.
São necessárias 171 assinaturas de deputados na Câmara para o projeto de Decreto Legislativo iniciar sua tramitação. Precisará de maioria simples na Câmara e no Senado para, a partir daí, chegar à população via plebiscito.
Mais informações: Heberth Xavier
Assessoria Comunicação Mandato Sempre na Luta
STÉDILE: ÚNICA SOLUÇÃO REAL É REESTATIZAR A VALE
O líder do MST, João Pedro Stédile, afirmou que que "a única solução real, diante dos repetidos crimes da Vale, é re-estatizá-la para que o Estado e não apenas um governo utilize as riquezas dos minérios em favor de todo povo, com programas de educação, saúde e combate a desigualdade".
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, afirmou que que "a única solução real, diante dos repetidos crimes da Vale, é re-estatizá-la para que o Estado e não apenas um governo utilize as riquezas dos minérios em favor de todo povo, com programas de educação, saúde e combate a desigualdade".
"O governo dos Chicago boys mente que a Vale é ainda estatal. Manipulação burra. Os verdadeiros donos são Investidores estrangeiros (47,7%), entre eles o JP Morgan; 13,2% Investidores brasileiros privados; 10,1% Litel, Bradesco 4,2%; a japonesa Mitsui 3,6 %; BNDES 2,3%...", escreveu o ativista no Twitter.
"Os lucros tem sido fantásticos, com os métodos de exploração predatória da Vale e superexploração dos seus trabalhadores, a maioria tercerizados. Somente no 1.º semestre de 2018, foram R$ 8,3 bi. Distribuíram 1,1bi em dividendos, ou seja destes, 47% foi pro exterior", acrescentou.
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