Araçuai realiza caminhada contra abuso e exploração sexual da criança e adolescente
O evento contou com a participação de estudantes das redes públicas de ensino estaduais e municipais, professores e pais de alunos
Foto: Gazeta de Araçuai
Caminhada teve início no centro da cidade e foi finalizada no mercado municipal
Nesta sexta-feira (18), é lembrada uma data muito relevante na defesa dos direitos infantis no Brasil. O dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Este dia se tornou um marco com o objetivo de mobilizar e sensibilizar a sociedade quanto a importância do assunto.
Em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG) pelo menos 300 pessoas participaram neste sábado (19) de uma caminhada contra a violência e abuso sexual de crianças e adolescentes . A passeata teve início na praça Rui Barbosa, em frente ao antigo prédio da prefeitura, no centro da cidade e seguiu até o mercado municipal.
O evento contou com a participação de estudantes das redes públicas de ensino estaduais e municipais, professores e pais de alunos; além do grupamento de Bombeiros Civis e parte do grupo de percussão Guingem. O prefeito, vice-prefeita e vereadores não marcaram presença.
Uma mãe de uma estudante de 12 anos, que pediu para não ser identificada, acredita que os índices de abuso sexual são altos em Araçuai, e a maior preocupação são relativas aos casos dentro das próprias famílias. Este ano, dois casos vieram a público com a prisão de dois homens que abusavam das filhas ."Essas são as situações mais complicadas para serem detectadas. Muitas vezes, o lar onde elas deveriam estar protegidas, é onde se encontram em perigo", afirma a mulher.
No município, os casos de abuso contra crianças e adolescentes são acompanhados por equipes multidisciplinares do CREAS-Centro de Referência Especializado de Assistência Social- Conselho Tutelar e Ministério Público ( Vara da Infância e Juventude )
ONDE TUDO COMEÇOU
No dia 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no estado do Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos.
A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação da Lei Federal nº. 9.970/2000. O “Caso Araceli”, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações absurdas como essa ainda se repetem.
Denúncia
No país, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, apenas em 2015 e 2016, 37 mil casos de denúncia de violência sexual envolvendo pessoas com até 18 anos foram acolhidos pelo Disque 100, canal de denúncia. Desse total, 72% eram referentes a abuso sexual e 20% a exploração sexual. Os outros números eram ligados a pornografia infantil, estupro, entre outras violações.
Para relatar casos de violência contra crianças e jovens, o Disque 100 recebe ligações gratuitas e anônimas. O atendimento, que funciona 24 horas, é feito também aos sábados e domingos. Além do canal telefônico, o aplicativo Planeja Brasil, disponível para download em celulares com sistemas Android e iOS, recebe queixas e as encaminha à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Para o ChildFund Brasil, agência humanitária especializada no atendimento de crianças, adolescentes e jovens em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade, a prevenção e a conscientização são as únicas maneiras de reverter esses números. Atualmente, a organização beneficia cerca de 42 mil crianças, adolescentes e jovens no país.
Sérgio Vasconcelos Repórter, na Gazeta de Araçuaí
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