José Aildes Jardim, o Fera, diz que deve-se fugir do modelo político ultrapassado existente na região.
Foto: Gazeta de Araçuai
José Aildes Jardim, popularmente conhecido por Fera, durante visita á redação do Jornal Gazeta de Araçuai
O economiário José Aildes Jardim, 57 anos, popularmente conhecido por “Fera”, promete dar o que falar nas propostas que levará à população de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG)para a eleição deste ano.
Polêmico e provocador, ele assumiu uma candidatura a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e um dos pontos que tende a apimentar o debate deste ano é quanto ao salário dos vereadores que atualmente gira em torno de R$ 6 mil em Araçuai.
Para o bancário, “o político deve ser tratado como um funcionário do povo e deve prestar contas e honrar o mandato, cumprindo com o calendário da câmara e ouvindo as solicitações da população”.
Modelo ultrapassado
Economiário alerta sobre o crime da compra de voto.
- “Sou totalmente contra essa modelo que existe aqui em nossa cidade, em que o político é tratado como celebridade, vai à Câmara quando quer, recebe as pessoas quando quer,” disse Fera, durante visita à redação do Jornal Gazeta, em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha.
Ele faz uma alerta sobre a compra de votos. " É crime . Tanto quem compra como quem vende, incorre no mesmo crime e o eleitor consciente, deve denunciar esta prática", destaca o economiário.
Ele vai adiante e cobra que haja uma tomada de consciência dos próprios vereadores com relação à redução de salários dos parlamentares. “ Vivemos numa região carente. Os próprios vereadores devem tomar a consciência sobre a importância da redução dos seus próprios salários.
”O que eu defendo é que se tenha a noção do momento que o país está vivendo. A crise esta afetando o trabalhador e seria moral que a câmara reduzisse o salário e devolvesse esse dinheiro aos cofres públicos ou formalizasse parcerias com esse valor. É um dinheiro que dá para se tapar buracos, fazer campanhas de trânsito, ajudar na pavimentação de ruas, na manutenção de espaços públicos. O prefeito deve reduzir o próprio salário, e também os secretários, entendendo a situação que o país enfrenta, o vereador tem que ter essa sensibilidade também. Os vereadores que aí estão, não representam ninguém a não ser eles mesmos”. dispara o economiário.
Ele criticou a falta de infraestrutura nos novos bairros: “ Aprovaram loteamentos a toque de caixa e agora quem paga o pato são os contribuintes que convivem com a falta de esgoto, de saneamento básico, de calçamento.
Rio Araçuai
Rio Araçuai vem sofrendo degradação ao longo dos anos.
O economiário defende uma ampla campanha em favor do Rio Araçuai, que há anos vem sendo ameaçado. “ O grande problema é que são poucos aqueles que realmente se importam com sua destruição, que acontece a olhos vistos por todos os lados. Em breve ele será apenas lembrança. Suas margens se transformaram em áreas de pastagens, deposito de lixo e alvo de cobiça para alimentar o bolso daqueles que pouco se importam com as consequências de seus atos para o amanhã. É preciso rever os licenciamentos ambientais fornecidos pelos órgãos competentes e que hoje estão acabando com o rio”, afirma.
Águas do rio Araçuai, antes cristalinas, estão hoje barrentas e poluídas.
A caminhada
-Pai de três filhos, e avô de um menino de 6 anos, Fera lembrou de sua trajetória,trabalhando em Organizações não Governamentais em Araçuai, a exemplo da Associar, ligado ao Fundo Cristão, até ingressar através de concurso, na Caixa Econômica Federal.
"Tenho 34 anos de serviço. Seria muito fácil ficar no meu canto, já que estou próximo de aposentar. No entanto, aqui estão meus filhos, meu neto, minha família", diz Aildes Jardim.
". Quando a gente não gosta de política, o nosso destino é ditado por quem gosta. E não dá pra esperar que os nomes que já estão aí, muitos com mais de 15 anos de vida pública, de repente levantem as nossas bandeiras, em defesa do meio ambiente, de uma melhor segurança, de geração de emprego e renda, porque isso não vai acontecer. Araçuai está se transformando numa das cidades mais violentas da região porque faltam políticas públicas para os jovens, principalmente para aqueles que vivem na periferia. Onde vamos parar? Precisamos de indignação”, finalizou o economiário.
Gazeta de Araçuai
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