ATO DO LEVANTE TEVE ESCRACHO
CONTRA A TV GLOBO
Pelo menos 7 mil jovens ligados ao movimento Levante Popular da Juventude realizam na tarde de sta sexta-feira,(09.09) escracho público em frente à sede da TV Globo de Belo Horizonte, acusando a emissora de ter incentivado o impeachment de Dilma Rousseff, designado como golpe.
Sede da emissora recebeu proteção policial.
10 DE SETEMBRO DE 2016 ÀS 06:27
Da Rede Brasil Atual – Pelo menos 7 mil jovens ligados ao movimento Levante Popular da Juventude realizam na tarde de ontem (9) escracho público em frente à sede da TV Globo de Belo Horizonte, acusando a emissora de ter incentivado o impeachment de Dilma Rousseff, designado como golpe. Os manifestantes se concentraram no Estádio Jornalista Felipe Drummond, o Mineirinho, no bairro São Luiz, e seguiram para a sede da empresa, no Caiçara, distante oito quilômetros.
De forma pacífica, os manifestantes cantaram músicas e fizeram intervenções teatrais e entoaram palavras de ordem contra a emissora e contra o processo de impeachment. “Não daremos nenhum minuto de sossego para os golpistas. Eles interromperam o ciclo da jovem democracia no Brasil e a nossa luta não cessará enquanto não houver uma reforma política profunda realizada por meio de uma Constituinte exclusiva e soberana do sistema político”, afirmou a militante do Levante Popular da Juventude Júlia Louzada.
Da emissora, o movimento segue para a Praça Raul Soares, na região central da capital mineira, para se somar à Frente Brasil Popular em um ato contra o governo de Michel Temer. A manifestação foi organizada em blocos temáticos que representam o Programa Popular para a Juventude Brasileira, um documento com uma série de ações para melhorar a qualidade de vida da população jovem do país, elencadas e debatidas pelo movimento durante o 3º Acampamento Nacional, que desde segunda-feira (5) reúne 7 mil jovens na capital mineira. O evento acaba nesta sexta-feira.
Da emissora, o movimento segue para a Praça Raul Soares, na região central da capital mineira, para se somar à Frente Brasil Popular em um ato contra o governo de Michel Temer. A manifestação foi organizada em blocos temáticos que representam o Programa Popular para a Juventude Brasileira, um documento com uma série de ações para melhorar a qualidade de vida da população jovem do país, elencadas e debatidas pelo movimento durante o 3º Acampamento Nacional, que desde segunda-feira (5) reúne 7 mil jovens na capital mineira. O evento acaba nesta sexta-feira.
“Refletimos coletivamente quais são os problemas dos jovens e o que é necessário para avançarmos em busca de uma vida digna para a juventude da classe trabalhadora”, conta o secretário-geral do Levante Popular da Juventude, Thiago Pará. O programa é composto de dez eixos temáticos, que vão do combate ao genocídio da juventude negra à universalização do acesso ao ensino superior, passando por trabalho digno, direito à terra para a juventude do campo e ações contra o racismo, machismo e LGBTfobia.
No documento, os jovens exigem também a democratização dos meios de comunicação, acesso à saúde e à cultura e uma Constituinte exclusiva para reformar o sistema político brasileiro. “Nosso objetivo é debater a conjuntura política atual e combater o golpe, além da construção de um programa popular para a juventude, com uma série de reivindicações para o Estado brasileiro.”, disse Pará, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Os jovens defendem a saída de Michel Temer e reivindicam a convocação de eleições diretas. “Nossa luta passa pela recuperação da democracia no país e em um segundo momento pela sua radicalização através de uma Constituinte para fazer a reforma política.”
Lula
Ao longo dos cinco dias de acampamento, estiveram presentes diversas lideranças de movimentos sociais, intelectuais, políticos e artistas. Uma das falas mais assistidas foi a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira (6), no estádio Mineirinho. Ele criticou os cortes no Bolsa Família anunciados pelo presidente Michel Temer e desafiou seus opositores políticos a viver um "dia de pobre".
Lula afirmou que com as alterações no programa anunciadas por Temer – que incluem por exemplo a exigência de CPF para crianças e o cruzamento de seis bases para confirmar se as famílias atendidas não obtiveram nenhum valor de trabalhos informais – excluirá pelo menos 900 mil beneficiados. O ex-presidente reafirmou que a distribuição de renda é fundamental para o crescimento do país.
"Eles acham que é esmola. Disseram que eu estava criando vagabundos no país. (...) Eles deviam viver um dia de pobre, para ver como o nosso povo é extraordinário. Não há povo mais tolerante que o brasileiro. Porque aguentar o que aguentamos todo santo dia, era para sermos muito mais rebeldes", disse. "Eles pensavam que pobre era o problema deste país e nós provamos que pobre é a solução. Dê R$ 1 bilhão a um rico e ele vai transformar o dinheiro em uma conta bancária. Dê R$ 50 a um pobre e ele vai comprar o que comer, o comércio vai produzir, a indústria vai se desenvolver e os empregos vão surgir."
Pará lembrou que muitos dos militantes do Levante Popular da Juventude foram beneficiados com os programas sociais dos governos do PT. “Eu mesmo estudo Direito no Mackenzie como prounista”, disse. Em sua fala, terça-feira, a diretora nacional do Levante Popular da Juventude Jessy Dayane frisou: "Estamos aqui porque somos juventude da classe trabalhadora. Lutar não é apenas uma escolha. É uma necessidade, uma questão de sobrevivência".
Debates
Também participaram o presidente da CUT, Vagner Freitas, e a presidenta da CUT Minas), Beatriz Cerqueira. Ela defendeu a saída de Michel Temer, a convocação de novas eleições e reforçou que os movimentos sociais não permitirão que se retirem direitos sociais e trabalhistas.
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, elencou fatores que caracterizam a atual crise econômica. “O plano da burguesia é simples: tentar recuperar a taxa de lucro de suas empresas e recompor o ambiente econômico de acumulação do capital. O golpe é uma estratégia de apropriação dos nossos recursos naturais, como o pré-sal. Além disso, o golpe serve para realinhar a economia brasileira aos interesses norte-americanos."
Stédile disse que a retirada de direitos da classe trabalhadora será uma das estratégias dos grandes grupos econômicos para aumentar sua margem de lucro e chamou a juventude para continuar nas ruas e impedir retrocessos. "O programa do golpe, que é o neoliberalismo, se baseia justamente nos ataques à CLT", disse. "Quem dorme com o inimigo amanhece grávido da derrota. Cabe a vocês, jovens, fazer o papel da agitação da classe trabalhadora, porque só ela pode mudar os rumos do nosso país."
Stédile defendeu que há um esgotamento do modelo de desenvolvimento implementado nos governos do PT, já que ele tende a funcionar apenas nos períodos de crescimento econômico e que os grupos conservadores se aproveitaram de erros da esquerda para crescer, como a conciliação de classes proposta pelo PT.
A atriz Letícia Sabatella fez uma fala sobre a importância de a juventude se engajar na defesa do meio ambiente, lembrando a tragédia do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), em 2015. Ela também falou sobre a importância de agregar atividades culturais às atividades dos movimentos sociais.
Participaram também o cientista político Emir Sader, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e os deputados federais mineiros Patrus Ananias (PT) e Jô Moraes (PCdoB-MG) e a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT).
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu a desmilitarização da polícia e lembrou o caso da jovem Deborah Fabri, que perdeu a visão em decorrência de ação policial em manifestação em São Paulo, no último dia 31.
O Levante Popular da Juventude conta hoje com pelo menos 20 mil integrantes no Brasil. Os acampamentos nacionais ocorrem a cada dois anos, como instância máxima deliberativa do movimento. A última edição, em 2014, reuniu 3.200 pessoas. Neste ano, participam jovens da cidade, do campo, das periferias, das universidades, das escolas e dos movimentos negro e LGBTs.
“É um movimento popular que organiza jovens em diversos locais, principalmente em bairros de periferias, escolas, universidades e assentamentos. Ele surge como um esforço dos movimentos sociais, que viam os jovens sem acesso à educação e à cultura, desgostosos com a política e sendo disputados pelo tráfico, pela apatia e pensamento conversador”, conta Pará.
Fonte: Revista Brasil Atual
Nenhum comentário:
Postar um comentário