quarta-feira, 1 de julho de 2009




Projeto estimula protagonismo de jovens do Vale
Araçuaí, Itaobim e Padre Paraíso querem Rede de Juventudes
Unir jovens em uma região marcada por diversos problemas sociais e desenvolver neles uma consciência de seu papel na articulação de movimentos e atividades importantes para o seu desenvolvimento, formando o embrião de uma rede que os integre.
Esses são os principais objetivos do Projeto Rede de Juventudes, filiado ao Programa Polo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. "O projeto visa estimular a comunicação entre esses jovens, ressaltando o papel protagonista deles para a mobilização. Então o objetivo é promover uma melhoria das condições sociais, para evitar questões como as ligadas à violência, à exploração sexual infanto-juvenil, uma preocupação que já perpassa outros programas da UFMG realizados no local", explica o coordenador do projeto, professor Márcio Simeone.
Onde
Iniciado em janeiro de 2009, o Rede de Juventudes atua em três cidades: Itaobim, Padre Paraíso e Araçuaí, Médio Jequitinhonha, no nordeste de Minas, escolhidas por serem locais em que já havia uma articulação com os jovens devido a outros projetos e iniciativas. A intenção do projeto é oferecer aos jovens do Alto e Médio Jequitinhonha atividades que revelem a eles seu potencial de mobilização, demonstrando, assim, como as ações realizadas por várias instituições atuantes no local podem ser complementadas por outras, desenvolvidas por eles mesmos.
Para conseguir isso, o Rede conta com a articulação com diversas instituições, como a Casa de Juventude, a Associação Imagem Comunitária (AIC), o projeto Polos de Cidadania, o programa Pair Minas e outros projetos realizados pelo próprio programa Polo. Para Bráulio Siffert, aluno de Comunicação Social, bolsista do Polo e que participou das atividades iniciais do Rede, "existem variados projetos sociais que trabalham com os jovens do Vale do Jequitinhonha. Todos tem sua parcela de importância na luta pela melhoria de vida dessa população e pelo reconhecimento das suas riquezas culturais, humanas, artísticas".
Objetivos da Proposta
A proposta do projeto é oferecer aos jovens três oficinas que abordem temas ligados ao desenvolvimento da consciência da existência dessa rede e da capacidade dos jovens de organizarem suas próprias necessidades. "As oficinas tem temáticas amplas e profundas, mas tentamos trabalhar de uma forma lúdica para que o nosso público consiga entender e aprender. E as oficinas não são fechadas. Não chegamos com elas já prontas lá. Vamos construindo junto com os jovens", explica Tiago Pissolati, estudante de Letras e bolsista do projeto.
Mas como saber qual a melhor forma de dialogar com esses jovens e com suas necessidades? O professor Márcio explica que as viagens que fizeram às cidades inicialmente tinham um caráter de diagnóstico. "No primeiro momento fizemos atividades com o intuito de levantar as demandas dos jovens da região, tentando compreender a realidade deles e agora estamos estimulando a parte de mobilização. Ao longo do tempo identificamos algumas das principais demandas desse público e tentamos criar atividades para integrar demandas diferentes, trabalhando assim o conceito de rede", explica ele. Foi assim que identificaram, em Padre Paraíso, uma grande demanda por oficinas de vídeo, pois a cidade já havia recebido uma iniciativa na área através da AIC e já contava com vários núcleos produtores.
A oficina foi ampliada e agora todas as cidades atendidas pelo projeto contam com núcleos próprios.
Em Itaobim, fizeram uma parceria com o programa Polos de Cidadania e ofereceram um projeto na área de teatro que teve boa aceitação e deve ser estendido para as outras cidades.
Oficinas
Até agora, já foram ofertadas duas oficinas, uma de Cidadania e Participação Política e Cultural que trabalhou a temática do protagonismo juvenil e outra sobre Planejamento. "As oficinas foram ótimas, porque deram bases para a gente organizar melhor o trabalho dos nossos núcleos de vídeo. A oficina de Planejamento, por exemplo, foi fundamental para me ajudar na produção dos vídeos documentários que eu realizo", conta Breno Cardoso, morador de Itaobim e um dos jovens participantes do Rede e das atividades da AIC.
A terceira oficina, que vai falar sobre mobilização, já está sendo planejada. As oficinas são abertas ao público, mas quem acaba participando são os jovens que tem contato com outros projetos e já tem um destaque como mobilizadores dentro da comunidade. Ao final de cada uma das oficinas há um trabalho de monitoramento para servir de base para o planejamento das próximas.

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