Senhorinha de Amorim Martins, nascida em 22 de abril de 1905, era filha de José do Amorim e Paulina Martins.
Viveu a vida inteira na Comunidade do Cruzeiro e desde pequena aprendeu com a mãe o ofício de parteira, tornando-se, logo, uma das principais em todo município.
Dona Senhorinha, parteira, raizeira e benzedeira, nasceu e viveu seus 103 anos na Comunidade do Cruzeiro, em Berilo, Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais.
Devotada à Nossa Senhora da Conceição, Senhorinha nunca negou ajuda à aqueles que a procuravam. Acompanhava as mulheres durante a gestação, chegando a ficar meses nas casas, dando suporte à família. Com estes cuidados e delicadeza, ela sempre gabava-se de que nunca havia perdido uma criança e nenhuma mãe.
Era uma rica conhecedora das “Mesinhas” (remédios de plantas) medicinais e também benzedeira muito requisitada.
Seu pai foi um dos primeiros a chegar ao local onde hoje é a Comunidade do Cruzeiro.
"A história conta que eram escravos libertos de uma fazenda, localizada no Ribeirão do Altar."
O pai se casou com Paulina Barbosa. Juntos, tiveram 13 filhos. Dentre eles, estava Dona Senhorinha que, por sua vez, casou-se com Salvino Rodrigues e tiveram 12 filhos.
Mulher de pouco mais de 1.40 cm de altura, tornou-se muito respeitada por todos, devido sua bondade e conhecimento.
Todos os sábados, rezava o terço em sua casa e gostava de danças como vilão, roda e outras típicas da região.
Foi ao médico pela primeira vez aos 98 anos devido a um AVC - Acidente Vascular Cerebral (derrame). Dizia que só adoeceu por não conseguir mais caminhar nas matas para procurar os remédios necessários.
Faleceu aos 103 anos, em uma noite de novembro de 2009, deixando uma história repleta de exemplos de caridade, honestidade e conhecimento.
Este texto faz parte de histórias de personagens populares do município de Berilo, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Autoria de Alessandro Borges, o Alê do Rosário, de Berilo.
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