Representantes políticos ainda deixaram brecha no projeto para aumentar a regalia.
Deputado
Dr Jean Freire reafirma seu voto contra projeto de privilégios.
Deputado
estadual Dr Jean Freire votou contra privilégios na Assembléia.
Em
meio a vaias das galerias do plenário, os deputados estaduais
mineiros não só aprovaram a volta do auxílio-moradia para todos
os parlamentares da Assembleia Legislativa como deram poderes à
Mesa Diretora de aumentar a verba que hoje é de R$ 2.850 para até
R$ 4.377,73, sem necessidade de nova votação. O plus veio com uma
emenda de última hora incluída no parecer final. Disseram sim à
volta do privilégio para quem tem imóvel em Belo Horizonte ou na
região metropolitana 36 parlamentares e 22 foram contra. Outros 10,
apesar de terem registrado presença, preferiram não se posicionar
e nove nem sequer foram ao Legislativo na hora da aprovação da
regalia, que se torna a primeira lei da nova Legislatura, aprovada
em tempo recorde.
Pela
antiga regra, o auxílio era vinculado à ajuda paga aos deputados
federais, na proporção de 75%, o que dava os R$ 2.850 adicionais
ao salário de R$ 25.322.25. A resolução aprovada ontem prevê, em
sua última versão, que a regulamentação do auxílio pela Mesa
Diretora seguirá os parâmetros do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), que tem como teto o auxílio pago aos ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) de R$ 4,3 mil.
O
presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (PMDB), no entanto,
deixou no ar a possibilidade de reajuste diante da brecha aberta com
uma emenda de última hora. Questionado sobre o valor do auxílio,
disse que “por enquanto continua o mesmo”. Logo depois da
aprovação relâmpago do texto, o peemedebista saiu pelo corredor
interno do plenário, evitando contato com a imprensa. O segundo
secretário da Mesa, Alencar da Silveira Jr (PDT), se apressou em
dizer que abre mão da verba – em seguida afirmou que verá se
legalmente pode doar para instituições de caridade –, mas não
soube dizer se vai haver aumento. Dr.Wilson Batista (PSD) também
disse não ter informação.
Até
2013, todos os 77 parlamentares tinham direito ao adicional, mas no
ano passado, ainda na antiga gestão, o auxílio foi proibido para
os deputados que tinham casa na Região Metropolitana de BH. O
artigo que incluiu a restrição foi revogado com a resolução
aprovada ontem, que ainda estendeu não só o auxílio-moradia, mas
também a verba indenizatória de R$ 20 mil aos licenciados que
ocupam cargos de secretários de estado.
Tribuna.
Dos 34 deputados que têm imóvel em Belo Horizonte ou nas cidades próximas, como Contagem, Betim, Ibirité, Nova Lima e Sabará (três deles já haviam declarado que não receberiam o benefício, segundo a assessoria da Assembleia), 13 votaram pela aprovação, 14 foram contra e sete não se manifestaram. Entre os presentes, alguns contrários foram à tribuna declarar o voto. O primeiro deles, João Leite (PSDB), que tem casa em BH e abre mão do auxílio desde seus antigos mandatos, cobrou o mesmo posicionamento dos colegas. “A população não quer pagar auxílio para os deputados que moram em BH. Se a Assembleia ouve mesmo a população, está muito clara a mensagem”, disse.
Quatro contra, antes e depois
Os únicos deputados estaduais que votaram contra no primeiro e segundo turnos foram Dr Jean Freire e Marília Campos (PT), João Leite (PSDB) e Ione Pinheiro (DEM). Destes, somente Dr Jean não tem imóvel na Grande BH.
Mudança de voto
Dos 34 deputados que têm imóvel em Belo Horizonte ou nas cidades próximas, como Contagem, Betim, Ibirité, Nova Lima e Sabará (três deles já haviam declarado que não receberiam o benefício, segundo a assessoria da Assembleia), 13 votaram pela aprovação, 14 foram contra e sete não se manifestaram. Entre os presentes, alguns contrários foram à tribuna declarar o voto. O primeiro deles, João Leite (PSDB), que tem casa em BH e abre mão do auxílio desde seus antigos mandatos, cobrou o mesmo posicionamento dos colegas. “A população não quer pagar auxílio para os deputados que moram em BH. Se a Assembleia ouve mesmo a população, está muito clara a mensagem”, disse.
Quatro contra, antes e depois
Os únicos deputados estaduais que votaram contra no primeiro e segundo turnos foram Dr Jean Freire e Marília Campos (PT), João Leite (PSDB) e Ione Pinheiro (DEM). Destes, somente Dr Jean não tem imóvel na Grande BH.
Mudança de voto
Já
Sargento Rodrigues (PDT), que no primeiro turno votou a favor da
medida, disse ter mudado o voto diante dos e-mails, telefonemas e
cobranças de seus eleitores nas redes sociais. “Em respeito aos
meus eleitores vou votar contra e ato contínuo farei requerimento
para não receber o benefício”, disse. Ione Pinheiro (DEM), irmã
do presidente da Mesa anterior, que extinguiu a regalia para os que
tem casa na RMBH, também tomou o microfone para declarar seu não.
Outro
que mudou o voto depois da reportagem do Estado de Minas mostrar que
vários parlamentares são proprietários de imóveis luxuosos nas
proximidades da Assembleia, foi Antônio Jorge (PPS). Ele, que é um
dos que têm casa na capital, alegou que foi a favor no primeiro
turno porque a resolução trazia vários assuntos administrativos e
tinha a expectativa de o texto ser desdobrado. “Minha posição
sempre foi contrária ao auxílio e já renunciei”, disse. Paulo
Lamac (PT), que se ausentou do plenário na hora da votação, disse
que não recebe a verba, mas deixou a critério dos parlamentares
decidir. Marília Campos(PT), contrariando a posição do bloco
governista, votou contra por “princípios”.
O
estreante Felipe Attiê (PP) disse que votou a favor do projeto para
“não afrontar os colegas de Belo Horizonte”. Segundo ele, caso
tivesse imóvel na capital, abriria mão do benefício. Vindo de
Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o parlamentar contou que paga R$
5,08 mil pelo aluguel de um apartamento de 86 metros quadrados e uma
vaga de garagem na rua São Paulo, próximo à Assembleia.
Questionado por ter alugado imóvel em uma área muito valorizada,
justificou que precisa morar perto do trabalho. “Vamos transferir
a Assembleia para a favela então”, rebateu.
Até
a noite de ontem os deputados Alencar da Silveira (PDT), Mário
Henrique Caixa (PcdoB), Fred Costa (PEN), Marília Campos (PT), João
Leite (PSDB), Sargento Rodrigues (PDT), Gustavo Valadares (PSDB),
Tiago Ulysses (PV), Leo Portela (PR), Iran Barbosa (PMDB), Arlete
Magalhães (PTN), Cristiano Silveira (PT), Nozinho (PDT) e João
Vitor Xavier (PSDB) tinham protocolado pedido para não receber o
auxílio. Antônio Jorge (PPS) e Paulo Lamac (PT) declararam que
abrirão mão embora não constassem da lista fornecida pela
assessoria de imprensa da Casa.
Fonte:
Estado de Minas.
Pouca
gente e protesto pequeno
Fonte:
O TEMPO
Fato raro na Assembleia, o projeto que autoriza, entre outras questões, o auxílio-moradia, foi aprovado em primeiro e em segundo turnos em menos de uma semana. Nem mesmo as críticas da sociedade impediram a mudança.
Um abaixo-assinado no site Avaaz conta com mais de 2.000 assinaturas, mas nem por isso houve protestos na Casa. Apenas um grupo de dez pessoas fez um pequeno protesto nas galerias. Ao fim da votação, os deputados acabaram vaiados, e alguns manifestantes gritaram “vergonha”, causando um pequeno constrangimento.
Confira
os votos de cada deputado:
A favor do auxílio-moradia
Agostinho
Patrus (PV)
Antonio
Carlos Arantes (PRP)
Arlen
Santiago (PTB)
Antônio
Lerin (PSB)
Bonifácio
Mourão (PSDB)
Bosco
(PTdoB)
Cássio
Soares (PSD)
Cristiano
Silveira (PT)
Cristina
Correa (PT)
Deiró
Marra (PR)
Dilzon
Melo (PTB)
Dirceu
Ribeiro (PHS)
Duarte
Bechir (PSD)
Durval
Angelo (PT)
Elismar
Prado (PT)
Emidinho
Madeira (PT)
Fabio
de Avelar (PTdoB)
Felipe
Attie (PP)
Geisa
Teixeira (PT)
Gilberto
Abramo (PRB)
Gustavo
Correa (DEM)
Hely
Tarquino (PV)
Inácio
Franco (PV)
Iran
Barbosa (PMDB)
Isauro
Calais (PMN)
João
Alberto (PMDB)
João
Magalhaes (PMDB)
Lafayette
Andrada (PSDB)
Leonidio
Bouças (PMDB)
Luiz
Humberto Carneiro (PSDB)
Rogerio
Correia (PT)
Thiago
Cota (PPS)
Tiago
Ulisses (PV)
Tito
Torres (PSDB)
Ulysses
Gomes (PT)
Vanderlei
Miranda (PMDB)
Contra o auxílio
Alencar
da Silveira Jr. (PDT)
Arlete
Magalhães (PTN)
Antônio
Jorge (PPS)
Celinho
do Sintrocel (PCdoB)
Douglas
Melo (PSC)
Doutor
Jean Freire (PT)
Fabiano
Tolentino (PPS)
Fred
Costa (PEN)
Glayco
Franco (PTN)
Gustavo
Valadares (PSDB)
Ione
Pinheiro (DEM)
Joao
Leite (PSDB)
Leandro
Genaro (PSB)
Léo
Portela (PR)
Marilia
Campos (PT)
Mario
Henrique Caixa (PCdoB)
Rosangela
Reis (PROS)
Sargento
Rodrigues (PDT)
Wander
Borges (PSB)
Noraldino
(PSC)
João
Vitor Xavier (PSDB)
Nozinho
(PDT)
Veja
quais deputados mudaram de voto do primeiro para o segundo turno:
ALINE
MEDEIROS / INFOGRAFIA
|
Fonte:
O TEMPO
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