quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

REFÚGIO

Mensagem de Márcio Simeone, professor co curso de Comunicação da UFMG.

Sagradas famílias cruzam desertos, campos, cidades, a buscar refúgio. 

Longas jornadas de pouca esperança, em noites sem estrelas. 

É preciso fugir ao caos, à miséria, à guerra, a violência, à perseguição, à incompreensão, à intolerância, à solidão. 
Crianças a nascer, improváveis, são cada uma pequeno ponto de luz no grande escuro do mundo, marco luminoso que carece ser atiçado. 
Uns logo se apagam, esquecidos. Outros são só brasa modesta, perturbadora insistência da vida em meio aos fracassos. 

Quase invisíveis lembranças, frágeis e pequeninas, no meio das multidões, sonhando brilhar como o sol.

Uma criança escapa às garras cruéis desse destino. Desarmada, toma sua estrela e o seu caminho de pedras e abismos. 

Atreve-se a bem-aventurar os pobres, como ela, despossuídos de por vires e venturas. Revela poderes ocultos nas delicadezas dos gestos, na coragem do perdão, na beleza do rosto, na verdade do olhar, na potência das mãos - a quebrar os círculos de ódios e vinganças. 

Doce inocência da infância, no berço humilde dos oprimidos, que se conserva em cada passo por terra deserta.
Em meio a tantos que esperam e acreditam, sempre há de nascer, menino ou menina, quem nos inspire a reacender e juntar as brasas dormidas, a cuidar para que o ser floresça em seu maior esplendor. 

Que no refúgio de nossos corações surjam esses renovados presépios, sonhos e ações de paz e de bem.

Bom Natal e Feliz Ano Novo!

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