Pré-candidato ao governo de Minas, o ministro
Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, aponta má vontade do setor
financeiro em relação ao governo Dilma, porque os rendimentos não foram
"tão vultosos" como no passado; na mesma entrevista, ele afirma que a
presidente Dilma não tem qualquer viés negativo em relação aos lucros do
setor empresarial; ele diz ainda que o governo não combaterá inflação
com recessão
Minas 247 -
Prestes a deixar o Minsitério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
para concorrer ao governo de Minas Gerais, o ministro Fernando Pimentel
concedeu uma entrevista aos jornalistas Valdo Cruz e Raquel Landim (leia
aqui a íntegra), em que nega uma crise de confiança entre o governo e o setor privado.
Segundo ele, a percepção negativa em
alguns setores decorre da má vontade do mercado financeiro. "No Brasil
você tem um fenômeno, que está sendo superado agora: o nosso
empresariado ainda é muito influenciado pelas análises do mercado
financeiro. Como o mercado financeiro não proporcionou rendimentos tão
vultosos como gostaria, existe mesmo, da parte destes analistas, uma
certa má vontade. E isso acaba influenciando os empresários de maneira
geral", diz ele.
Pimentel também negou que o governo
tenha qualquer viés negativo em relação ao lucro das empresas. "Vamos
separar um pouco as coisas. A presidente Dilma não tem uma visão
preconceituosa em relação a lucro. Estou dando um exemplo concreto: acho
que a indústria automobilística tem margens muito altas, mas isso é um
problema do mercado e o governo não vai intervir para reduzir margem de
lucro. Outra coisa é uma concessão: você está tratando de um bem
público. Aí, o governo pode arbitrar. Pode induzir a que a concessão não
fique extremamente onerosa para o usuário, proporcionando um lucro
extraordinário. É uma preocupação justa de qualquer governo."
Sobre as pressões inflacionárias, o
ministro afirmou o que o governo jamais fará: recessão. "O Brasil tem um
fenômeno estrutural na economia que mantém nossos índices de preços
acima do centro da meta. Não é nenhum desleixo do governo, é uma
característica da nossa economia. Tem a ver com a pressão de demanda
forte, que é boa, porque sustenta o nosso crescimento, tem sustentado o
nível de emprego. Em princípio, essa pressão de preços é um subproduto
indesejado de um crescimento muito bom (...) Eu sei como não trabalhar
isso. Com recessão. O sujeito que vier propondo fazer uma recessão para
voltar a inflação para zero, por exemplo, vai ser repudiado pela
sociedade brasileira. Mantendo a inflação sob controle, e ela está sob
controle efetivamente, tem de ir aos poucos combatendo as causas
estruturais."
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