quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Histórias de tocaias nas terras do rio São Francisco, em Minas

AS HISTÓRIAS de tocaias e jagunços nas terras banhadas pelo rio São Francisco não estão apenas no século passado ou imortalizadas nas páginas de livros como Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A violência que permeou a travessia de Riobaldo e Diadorim ressurge nas margens do Velho Chico no norte de Minas Gerais com uma nova roupagem. 

Drones, helicópteros, homens desfilando em picapes com armas de grosso calibre e uma milícia rural que atua com o aval de autoridades que avançam sobre comunidades tradicionais.

Nos últimos seis anos, um sem-terra morreu e outros nove ficaram feridos em ataques armados. Quase a metade das lideranças de movimentos sociais de Minas Gerais que estão sob ameaça vive no norte do Estado. Uma comunidade de pescadores teve casas destruídas e foi expulsa sem ordem judicial. Lideranças só andam à noite – camuflados pela escuridão – e usam os atalhos do rio para escaparem de emboscadas.

O temor é que, se não houver uma mudança na política fundiária promovida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, as águas do Velho Chico podem ficar vermelhas. De sangue. 

Repórter Brasil visitou 12 comunidades tradicionais de pescadores, vazanteiros e quilombolas, além de grupos que lutam pela reforma agrária na região, e mostra neste especial a violência do agronegócio que voltou a assolar camponeses que vivem às margens do rio São Francisco.

https://reporterbrasil.org.br/velhochico/

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