Adão Pedro Alexandrino (Mestre Adão), homem negro, nasceu em 26 de novembro de 1914, no povoado de Córrego do Povo, atual comunidade quilombola da Vila de Santo Isidoro, em Berilo, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Mestre Adão da comunidade quilombola Vila Santo Isidoro, de Berilo, no Médio Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Conseguiu cursar, na cidade, a terceira série do primário (o que corresponde, atualmente, às séries iniciais do Ensino Fundamental). Para isso, era preciso percorrer diariamente mais de 15 km de caminhada. Mestre Adão trabalhava na lavoura, serrava madeira para construção civil.
Além dessas atividades, ele costumava ler cartas dos moradores que não sabiam ler. As pessoas o procuravam para que realizasse essa atividade. Devido à grande quantidade de pessoas analfabetas na comunidade e o número de crianças que precisavam apreender a ler e a escrever, Mestre Adão começou a lecionar na sua própria casa.
Muitas pessoas se interessaram em aprender a ler e a escrever, e Mestre Adão procurou o Padre Willy, que era vigário da paróquia de Santo Isidoro na época, para pedir apoio para conseguir um local que pudesse lecionar aos moradores com mais conforto. O Padre, então, liberou a Capelinha em Santo Isidoro. Os moradores consideram esse momento como formação da primeira escola no território intitulada por Escola Combinada Santo Isidoro. Posteriormente, Mestre Adão passa a ser reconhecido como professor da comunidade e passa a receber honorários pelas suas aulas.
De acordo com os moradores, Mestre Adão percebia um valor muito importante nos estudos e por isso incentivava os moradores a frequentar a escola. Quando alguém faltava costumava ir de casa em casa para saber o motivo da falta, preocupava-se muito com a vida em geral dos moradores.
Além de ter sido professor e diretor da escola, foi vereador no município de Berilo com um mandato do ano de 1977 a 1982. Nessa ocasião, foi presidente da Câmara Municipal, no período de 1981 a 1982. A participação do Mestre Adão na política no município de Berilo trouxe algumas melhorias para a comunidade como a abertura de estradas, construção de poços e serviços de energia elétrica.
Adão Pedro Alexandrino era festeiro, gostava de música e ajudou a manter uma tradição cultural muito importante da época, O CANDOMBE, tambozeiros que regiam as Festas do Rosário dos Homens Pretos e dos santos que estão no devocional populares do catolicismo.
Faleceu no dia 08.02.1990, aos 76 anos de idade, deixando sua filha e netos, e um legado de superação e luta por dignidade.
Texto de Alê do Rosário.
Um comentário:
Conheci esse homem foi meu professor o comentário é verdadeiro hoje moro em sao paulo na cidade de mogi das cruzes tenho 52anos
Postar um comentário