Farinhaço na Assembléia ilumina helicóptero do pó
Público toma escadarias da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para protestar contra caso do helicóptero do pó.Aparelho do deputado estadual Perrellinha (Solidariedade) foi apreendido com 450 quilos da droga.
Combustível e piloto eram pagos com verbas da casa.
Jornal Nacional, de William Bonner, é discreto sobre o fato.
Por que globais querem esconder essa notícia?
Veja video:
247 – Não adiantou a Rede Globo esconder o
quanto possível o escândalo do helicóptero do pó, que abala a Assembleia
Legislativa de Minas Gerais.
Desde a apreensão, quando transportava 450 quilos de cocaína, do aparelho pertencente à empresa agropecuária do deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade), sua irmã Carolina Perrella e seu primo André Almeida Costa, o Jornal Nacional – tido como principal informativo da emissora da família Marinho – foi discreto sobre o caso.
Outro carro-chefe da mídia tradicional, o jornal Folha de S. Paulo, igualmente tem procurado dar a notícia com a máxima discrição.
Desde a apreensão, quando transportava 450 quilos de cocaína, do aparelho pertencente à empresa agropecuária do deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade), sua irmã Carolina Perrella e seu primo André Almeida Costa, o Jornal Nacional – tido como principal informativo da emissora da família Marinho – foi discreto sobre o caso.
Outro carro-chefe da mídia tradicional, o jornal Folha de S. Paulo, igualmente tem procurado dar a notícia com a máxima discrição.
Por que?
Um grupo de cerca de 30 manifestantes se reuniu, na tarde desta
quinta-feira (28.11), à frente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais,
em Belo Horizonte, em um protesto contra a apreensão de um helicóptero
da família do deputado Gustavo Perrella que carregava 445 quilos de
cocaína. Na manifestação, que eles chamaram de “farinhaço”, eles pedem
que seja plenamente investigada a apreensão da aeronave, feita pela
polícia em uma fazenda no interior do Espírito Santo, no último domingo.
O comunicador Daniel Quintela se apresentou como "dono do
helicóptero" que representa a aeronave de Perrella. Ele diz que o desejo
dos manifestantes é que o Ministério Público e a polícia
investiguem com imparcialidade o crime, que os reais responsáveis sejam
punidos. “Estamos aqui para manifestar, para expor a poeira que estão
tentando esconder debaixo do tapete”, disse.
Mesmo sem saber a resposta exata, centenas de cidadãos de Minas
Gerais resolveram criar um fato novo para despertar a mídia dessa
letargia. Na tarde desta quinta, manifestantes tomaram as escadarias da
Assembleia Legislativa de Minas com dezenas de sacos de farinha branca –
numa clara alusão à cocaína.
Carreiras, como se diz na gíria dos usuários, foram esticadas ao longo dos degraus. E jovens simularam, com notas de dinheiro, estarem cheirando o que seria a droga.
Com bom humor, o protesto procurou chamar a atenção para um caso escandaloso, no qual descobriu-se que até o combustível do helicóptero do pó, além do salário do piloto preso, eram pagos com dinheiro público (aqui). Hoje, a Mesa da Assembleia anunciou que proibiu o uso de verbas indenizatórias para o pagamento de combustíveis para os veículos de deputados.
A medida chegou tardiamente, sem impacto para evitar o protesto humilhante para a Casa e, especialmente, para o parlamentar dono da aeronave que serviu ao tráfico de drogas mais pesado. Não há notícia até agora, porém, de que o deputado Perrellinha pense em renunciar – e nem que seu pai, o senador e ex-presidente do Cruzeiro Zezé Perrella, faça algum pronunciamento sobre o caso.
Carreiras, como se diz na gíria dos usuários, foram esticadas ao longo dos degraus. E jovens simularam, com notas de dinheiro, estarem cheirando o que seria a droga.
Com bom humor, o protesto procurou chamar a atenção para um caso escandaloso, no qual descobriu-se que até o combustível do helicóptero do pó, além do salário do piloto preso, eram pagos com dinheiro público (aqui). Hoje, a Mesa da Assembleia anunciou que proibiu o uso de verbas indenizatórias para o pagamento de combustíveis para os veículos de deputados.
A medida chegou tardiamente, sem impacto para evitar o protesto humilhante para a Casa e, especialmente, para o parlamentar dono da aeronave que serviu ao tráfico de drogas mais pesado. Não há notícia até agora, porém, de que o deputado Perrellinha pense em renunciar – e nem que seu pai, o senador e ex-presidente do Cruzeiro Zezé Perrella, faça algum pronunciamento sobre o caso.
A aeronave foi flagrada no domingo (24.11) em Afonso Cláudio, na
Região Serrana do Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. Quatro
pessoas foram presas, entre elas o piloto, que era, então, funcionário
da empresa de Perrella e também servidor da Assembleia. Ele foi demitido
e exonerado.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) reembolsa, por meio
da verba indenizatória, o combustível do helicóptero da empresa Limeira
Agropecuária, de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella
(SDD). A informação está no Portal de Transparência da ALMG e foi
confirmada pelo advogado da família, Antônio Castro, nesta quinta-feira
(28.11).
Castro afirmou que o deputado usava a aeronave, em 90% das vezes,
para o trabalho político. Os outros 10%, conforme o advogado explicou,
eram para uso familiar e de lazer, e pagos particularmente. O advogado
não falou sobre os destinos usados.
Resta saber se, à noite, o Jornal Nacional, de William Bonner,
finalmente vai dar essa notícia – e se, amanhã, as fotos do protesto
estarão na capa do jornal Folha de S. Paulo. Em qualquer lugar do mundo,
a apreensão de 450 quilos de cocaína no helicóptero pertencente a um
deputado filho de um senador seria uma notícia de grande destaque.
Já no
Brasil da velha mídia...
Fonte: Brasil 247
Senador Zezé Perrela, Aécio Neves e deputado Gustavo Perrela.
Aécio Neves é um cara de sorte.
Quer dizer, sorte sob o ângulo do tratamento que recebe da mídia.
Ele soube cultivá-la, é certo. Roberto Civita, por exemplo, não raro ia passar finais de semana na fazenda de Aécio, em Minas.
Pulitzer, o maior editor, disse que jornalista não tem amigo.
Isso porque amizades influenciam a maneira de um jornalista tratar alguém ou algum assunto.
Mas Aécio tem amigos entre os jornalistas. Ou melhor: entre os patrões dos jornalistas.
Como Churchill, ou como Serra, se quisermos ficar no Brasil, é daqueles que falam diretamente com os donos das empresas jornalísticas.
Pode evitar intermediários, os jornalistas propriamente ditos.
Poderosos desta natureza enfeitiçam os jornalistas das grandes companhias. Se telefonam, eventualmente, para um jornalista, em vez de ir direto ao patrão, o jornalista se sente desvanecido, homenageado, premiado.
Sou importante.
O jornalista premiado vai contar detalhes do telefonema a seu círculo de amizades, provavelmente com algum enfeite que o coloque numa posição mais elevada que a realidade.
Bem, tudo isso para explicar, a quem não conseguiu entender, por que Aécio vem sendo tão poupado no caso do helicóptero dos Perrellas.
Foi uma apreensão extraordinária de cocaína. Não é todo dia que a polícia apreende quase 500 quilos.
E isso se deu na ‘jurisdição’ de Aécio. Os Perrellas são amigos e aliados políticos de Aécio.
Há fotos que mostram a imensa camaradagem entre Aécio e os Perrelas, pai e filho. São unidos pela paixão ao Cruzeiro, do qual Perrella pai foi presidente, fora as conveniências políticas.
A pergunta vem sendo feita por muita gente na única e real tribuna livre jornalística nacional, a internet: e se o helicóptero fosse de um amigo de Dirceu? E se houvesse fotos de Dirceu com os Perrellas como as que existem de Aécio?
Como estaria se comportando o Jornal Nacional? E qual seria a próxima capa da Veja?
Causou indignação, na internet, a ausência da apreensão espetacular – pelo volume, pelos proprietários do helicóptero etc – no Jornal Nacional no dia em que o assunto surgiu.
Quem conhece a vida nas redações pode imaginar o que houve. Ali Kamel, o diretor de jornalismo da Globo, não é nenhum Pulitzer, mas cego não é.
O JN certamente terá outros jornalistas capazes de distinguir uma notícia que pede, suplica por 30 segundos de atenção ou mais.
Mas um telefonema ao dono pode evitar que qualquer reportagem vá ao ar. Ou, ao menos, pode retardá-la na esperança de que o assunto morra.
Quem acredita que a não inclusão do helicóptero foi uma decisão meramente jornalística do JN acredita em tudo, para parafrasear Wellington.
Não se trata de incriminar, levianamente, ninguém.
Mas a amizade entre Aécio e os Perrellas é notícia, e omitir isso ao tratar do assunto é um pecado jornalístico em que o leitor é a vítima.
Indiretamente, e por força da internet, brasileiros fora de Minas puderam conhecer um pouco mais da política mineira.
Perrella, o pai, é acusado de não declarar uma fazenda avaliada em 60 milhões de reais. A fazenda, apenas para efeito de comparação, representa cerca de 80% do total do Mensalão, tal como os juízes do STF e a mídia afirmaram.
Isto tem um nome: corrupção.
Aécio combateu a corrupção em Minas? Investigou uma história esquisita como a de seu amigo Perrella? Há denúncias dele que envolvem até a negociação de jogadores.
Mesmo o silêncio inexpugnável da mídia, mesmo a proteção dada a Aécio, mesmo com tudo que se faz e fez para impedir que os brasileiros tenham informações relevantes sobre seus líderes – mesmo com tudo isso, a sociedade aprendeu muita coisa no episódio do helicóptero.
Graças a algo que rompeu o monopólio da voz dos Marinhos, Frias, Civitas etc: a internet.
Senador Zezé Perrela, Aécio Neves e deputado Gustavo Perrela.
O tratamento privilegiado dado pela mídia a Aécio no caso dos Perrellas
Paulo Nogueira, do Diário do Centro do MundoAécio Neves é um cara de sorte.
Quer dizer, sorte sob o ângulo do tratamento que recebe da mídia.
Ele soube cultivá-la, é certo. Roberto Civita, por exemplo, não raro ia passar finais de semana na fazenda de Aécio, em Minas.
Pulitzer, o maior editor, disse que jornalista não tem amigo.
Isso porque amizades influenciam a maneira de um jornalista tratar alguém ou algum assunto.
Mas Aécio tem amigos entre os jornalistas. Ou melhor: entre os patrões dos jornalistas.
Como Churchill, ou como Serra, se quisermos ficar no Brasil, é daqueles que falam diretamente com os donos das empresas jornalísticas.
Pode evitar intermediários, os jornalistas propriamente ditos.
Poderosos desta natureza enfeitiçam os jornalistas das grandes companhias. Se telefonam, eventualmente, para um jornalista, em vez de ir direto ao patrão, o jornalista se sente desvanecido, homenageado, premiado.
Sou importante.
O jornalista premiado vai contar detalhes do telefonema a seu círculo de amizades, provavelmente com algum enfeite que o coloque numa posição mais elevada que a realidade.
Bem, tudo isso para explicar, a quem não conseguiu entender, por que Aécio vem sendo tão poupado no caso do helicóptero dos Perrellas.
Foi uma apreensão extraordinária de cocaína. Não é todo dia que a polícia apreende quase 500 quilos.
E isso se deu na ‘jurisdição’ de Aécio. Os Perrellas são amigos e aliados políticos de Aécio.
Há fotos que mostram a imensa camaradagem entre Aécio e os Perrelas, pai e filho. São unidos pela paixão ao Cruzeiro, do qual Perrella pai foi presidente, fora as conveniências políticas.
A pergunta vem sendo feita por muita gente na única e real tribuna livre jornalística nacional, a internet: e se o helicóptero fosse de um amigo de Dirceu? E se houvesse fotos de Dirceu com os Perrellas como as que existem de Aécio?
Como estaria se comportando o Jornal Nacional? E qual seria a próxima capa da Veja?
Causou indignação, na internet, a ausência da apreensão espetacular – pelo volume, pelos proprietários do helicóptero etc – no Jornal Nacional no dia em que o assunto surgiu.
Quem conhece a vida nas redações pode imaginar o que houve. Ali Kamel, o diretor de jornalismo da Globo, não é nenhum Pulitzer, mas cego não é.
O JN certamente terá outros jornalistas capazes de distinguir uma notícia que pede, suplica por 30 segundos de atenção ou mais.
Mas um telefonema ao dono pode evitar que qualquer reportagem vá ao ar. Ou, ao menos, pode retardá-la na esperança de que o assunto morra.
Quem acredita que a não inclusão do helicóptero foi uma decisão meramente jornalística do JN acredita em tudo, para parafrasear Wellington.
Não se trata de incriminar, levianamente, ninguém.
Mas a amizade entre Aécio e os Perrellas é notícia, e omitir isso ao tratar do assunto é um pecado jornalístico em que o leitor é a vítima.
Indiretamente, e por força da internet, brasileiros fora de Minas puderam conhecer um pouco mais da política mineira.
Perrella, o pai, é acusado de não declarar uma fazenda avaliada em 60 milhões de reais. A fazenda, apenas para efeito de comparação, representa cerca de 80% do total do Mensalão, tal como os juízes do STF e a mídia afirmaram.
Isto tem um nome: corrupção.
Aécio combateu a corrupção em Minas? Investigou uma história esquisita como a de seu amigo Perrella? Há denúncias dele que envolvem até a negociação de jogadores.
Mesmo o silêncio inexpugnável da mídia, mesmo a proteção dada a Aécio, mesmo com tudo que se faz e fez para impedir que os brasileiros tenham informações relevantes sobre seus líderes – mesmo com tudo isso, a sociedade aprendeu muita coisa no episódio do helicóptero.
Graças a algo que rompeu o monopólio da voz dos Marinhos, Frias, Civitas etc: a internet.
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