Movimento Muda Capelinha (MMC) lança Manifesto público contra caos político
Capelinha, no Alto Jequitinhonha, nordeste de minas, vive uma crise política. O prefeito Pedro Vieira foi tirado do cargo por um dia, em 31.12.2010, através de manobra do Presidente da Câmara.
Assumiu a vice. Hely Lamar Cordeiro, irmã do ex-prefeito Gelson Crodeiro. Parece ter havido um acordo, nas eleições de 2008, que o mandato seria dividido em dois anos, entre prefeito e vice.
Pedro retornou no dia seguinte, 01.01, quando assumiu o novo presidente da Câmara Municipal que convocou sessão extraordinária e anulou ato do dia anterior.
O Prefeito foi afastado, de novo, por 4 dias, através de uma Liminar judicial. A vice retornou dia 07.01.
A Câmara recorreu ao TRE-MG e conseguiu retomar o cargo, reempossando Pedro Vieira, na quinta-feira, dia 13.01.
A vice promete recorrer ao TSE - Tribunal Superior Eleitoral.
Enquanto isso, a população não sabe quem governa Capelinha.
Pode dormir um dia com a certeza de um governante e acordar no dia seguinte com outro.
O foguetório na cidade anuncia a queda e a subida de um ou outra.
Eis um Manifesto de um população indignada:
Diante dos lamentáveis fatos envolvendo alguns representantes dos poderes legislativo e executivo de Capelinha nos últimos meses e presenciados por uma população estarrecida, um grupo de cidadãos capelinhenses, em sua maior parte sem filiação partidária, lança o Movimento Muda Capelinha (MMC).
O Movimento Muda Capelinha surgiu a partir de articulações realizadas pela Internet e nas discussões em curso ficou estabelecido que é apartidário e democrático, aberto a todos que compartilhem o ideal de uma cidade melhor. Neste ínterim, não desconsideramos os moradores da zona rural do município, que segundo dados do Censo 2010 realizado pelo IBGE responde por 30% da nossa população.
Diante do exposto, o MMC considera que:
1 – As pessoas envolvidas no atual cenário político/partidário de Capelinha ignoram os cidadãos capelinhenses, vistos apenas como meros eleitores que só necessitam ter conhecimento da realidade política da cidade a cada quatro anos. Uma cidade que muda constantemente seu chefe do executivo, seus secretários e vereadores, vivendo à mercê de incertezas políticas é incapaz de oferecer um futuro decente para seus moradores.
2 – O momento de transformação social, política e cultural do Brasil não pode ser ignorado no âmbito do nosso município. O país mudou, o movimento democrático nacional encontra-se em processo avançado, novas formas de participação surgiram e Capelinha não pode mais ficar à margem dessa realidade. O tempo das torcidas organizadas partidárias passou e é absurdo permitir que recursos públicos continuem a ser mal-geridos e desviados, ver cidadãos trocarem seus votos por cestas básicas, dentaduras e gasolina e rojões estourar toda vez que uma mudança política é operada na cidade.
3 – Os cidadãos capelinhenses devem participar ativamente do processo político do município. Os representantes eleitos governam para o povo e é o povo quem dita as regras da política municipal. Nossa bandeira é a educação política, única forma de fazer com que as pessoas compreendam o valor do voto, conheçam seus direitos e não compactuem com a vergonhosa realidade presente.
4 – Os cidadãos capelinhenses não podem mais ficar de braços cruzados a espera de benesses e favores vindos de prefeitos(as) e vereadores(as). Devem participar ativamente das reuniões na Câmara Municipal, fiscalizar obras e investimentos e exigir a divulgação das contas municipais. Os jovens capelinhenses estão convidados a participarem do MMC, enviando sugestões, participando das discussões que a longo prazo formarão futuros líderes municipais mais esclarecidos e conscientes dos problemas da cidade e do país.
5 – Associações de bairro e de comunidades rurais devem fazer parte das discussões sobre o destino do município, apresentando propostas e trabalhando como parceiros dos poderes legislativo e executivo. Nesse sentido, é necessário que os diversos setores da sociedade capelinhense ocupem espaços na administração da cidade. Reivindicamos que Capelinha adote o orçamento participativo, um instrumento que permite à população opinar na distribuição e emprego das verbas públicas.
Reiteramos o caráter apartidário e democrático do MMC. É uma iniciativa da sociedade civil de Capelinha e que não se mistura à velha forma de fazer política presente em nossa cidade. Independente de quem ocupar as cadeiras da Câmara e da Prefeitura Municipal estaremos em constante fiscalização.
Os signatários
PARA ASSINAR O MANIFESTO:
CLIQUE AQUI movimento-muda-capelinha
Indicado pelo Blog A Cidade, de Capelinha
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