A Posse
de repente
no país do
bacharel de cananéia
dos bacharéis de canudo e
anel no dedo e dos
doutores de borla e capelo
no país dos
coronéis
latifundiários de baraço
e cutelo (melhor
dizendo de serrote elétrico
corta-homens)
de nobres de curul e
pobres no curral
um metalúrgico (sem
anel de grau sem
toga doutoral sem
sabença de papel passado) um
torneiro mecânico
formado na vida
(Severina) assoma
no altiplano de
brasília e toma
posse
da república numa
apoteose de povo
dando novo sentido à palavra
pátria
O poema A Posse foi publicado na Folha de S.Paulo em 19 de janeiro de 2003, duas semanas após a posse de Lula como presidente da República. Escrito pelo poeta, ensaísta e tradutor Haroldo de Campos (19 de agosto de 1929 — 16 de agosto de 2003), homenageia o torneiro mecânico formado na universidade da vida. Valeu como louvor à posse, vale também como despedida.
Lambido do http://www.vermelho.org.br/
no país do
bacharel de cananéia
dos bacharéis de canudo e
anel no dedo e dos
doutores de borla e capelo
no país dos
coronéis
latifundiários de baraço
e cutelo (melhor
dizendo de serrote elétrico
corta-homens)
de nobres de curul e
pobres no curral
um metalúrgico (sem
anel de grau sem
toga doutoral sem
sabença de papel passado) um
torneiro mecânico
formado na vida
(Severina) assoma
no altiplano de
brasília e toma
posse
da república numa
apoteose de povo
dando novo sentido à palavra
pátria
O poema A Posse foi publicado na Folha de S.Paulo em 19 de janeiro de 2003, duas semanas após a posse de Lula como presidente da República. Escrito pelo poeta, ensaísta e tradutor Haroldo de Campos (19 de agosto de 1929 — 16 de agosto de 2003), homenageia o torneiro mecânico formado na universidade da vida. Valeu como louvor à posse, vale também como despedida.
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Um comentário:
Valeu, Lula! E como valeu!
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