terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Araçuaienses buscam oportunidades financeiras no sul do país

Araçuaienses buscam oportunidades financeiras no sul do país Dificuldade para conseguir emprego, vontade de ficar na praia ou desejo de ser o próprio patrão.

São várias as razões para o aumento do número de vendedores ambulantes na beira da praia.

Numa rápida passagem pela orla de Tramandaí, no Rio Grande do Sul, a reportagem contou, em 45 segundos, 18 carrinhos entre os veranistas. Óculos de sol, protetores solares e até cuecas são oferecidos, muitas vezes aos gritos, para quem está na areia.– Incomoda um pouco, mas eles precisam trabalhar – diz a auxiliar de enfermagem Nilzete Rodrigues, 53 anos.- Vendas de R$ 2,2 mil ao mês.

Não há, oficialmente, informações de quantos vendedores atuam no Litoral. Muitos vêm de longe. É o caso do mineiro Antônio Soares de Souza, 45 anos. Nos últimos 15 anos, entre novembro e março, ele e a esposa trocam Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas, pelas praias gaúchas. Empurrando carrinhos por pelo menos 12 horas por dia, tentam sobreviver e, ainda, fazer uma “gordura” para aguentar parte do inverno.– Nesse verão, o movimento tá mais ou menos. O povo tá chegando, mas não tá querendo gastar – afirma Antônio.

Comercializando bermudas, blusas e cangas, ele conta que fatura cerca de R$ 2,2 mil por mês. Em um bom dia, vende até 20 peças – nos ruins, duas ou três. A esposa fica em casa, um barraco à beira-mar alugado por R$ 300 mensais, no qual prepara a comida. Eventualmente, ela também ajuda na venda das roupas.

O vendedor diz que não ganharia “nem perto disso em Araçuaí”, mas reconhece que não terá como se aposentar, pois não paga os impostos devidos.Assim como a maioria dos trabalhadores de verão, Antônio deixa as praias no dia 10 de março.

Fonte: DIÁRIO GAÚCHO RENATO GAVA e ROBERTA SCHULER

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