Cortadores de cana são selecionados em Araçuaí
Araçuaí, Médio Jequitinhonha
Os trabalhadores rurais que partem todos os anos rumo aos canaviais de cana de açúcar, principalmente, do estado de São Paulo, já começaram o processo de contratação aqui mesmo no município. Este procedimento ajuda a evitar o trabalho escravo e degradante.
O Vale do Jequitinhonha é uma das regiões do país que mais exporta mão de obra. A principal causa é a falta de postos de trabalho aqui mesmo na região. Antigamente observa-se muita exploração principalmente nas lavouras de cana de açúcar. Alguns migrantes eram sujeitados, inclusive, ao trabalho escravo. Com o passar dos anos e a organização dos trabalhadores rurais a situação foi melhorando. Um dos fatores que contribuiu para isso, foi a contratação dos migrantes aqui mesmo na região com o acompanhamento de órgãos do governo e do Ministério do Trabalho.
Essa semana, dezenas de trabalhadores de 11 municípios da região já iniciaram o processo de contratação. Na oportunidade todo o procedimento é realizado, como exames médicos, verificação da ficha criminal e preenchimento de todos os papes necessários. Com isso o trabalhador já sai daqui com a carteira assinada.
As empresas COSAN, São Manoel e Caeté que trabalham nessa área já adotaram esse sistema.
A contratação de mão de obra do Vale do Jequitinhonha pode estar com os dias contados. Daqui a cerca de quatro anos vai ser encerrado o corte de cana manual. Hoje, os bóias-frias ainda são responsáveis por metade da colheita e o trabalho é duro. Um cortador chega a dar 10 mil golpes de facão por dia. Em média, cada um colhe 10 toneladas de cana em uma jornada de trabalho de sete horas. Já uma máquina colhe até cem vezes mais, cerca de 800 toneladas. Mesmo assim, o setor ainda emprega 140 mil cortadores.
Num futuro bem próximo para estar no mercado de trabalho será necessário formação e conhecimento. Para se adaptar a essa nova realidade os migrantes terão que se qualificar para outro tipo de serviço: a tecnologia que chega aos canaviais ainda é um grande desafio para quem há pouco tempo colhia cana a golpes de podão.
Para operar uma máquina, por exemplo, é preciso pelo menos dois anos de curso. Essa nova realidade poderá trazer conseqüências sociais bastante negativas para o Vale do Jequitinhonha, que emprega cerca de 25 mil trabalhadores rurais.
Fonte TV Araçuaí
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