VALE DAS PEDRAS
Luiz Carlos Prates-Virgem da Lapa
Águas turvam meus olhos.
Sem dia, a luz é agonia.
Encanto nos seios das morenas, apenas.
Amamentam a esperança, tanta.
Areia que tudo esconde, onde?
O amor, a vida, a solidão. Prisão!
Descobre o suor, o sangue, o não.
Querendo a vida, fadiga.
Minas, pedras cristalinas.
Pedras minhas a me abandonar
Vão com os homens, nunca irão voltar.
Paternalismo todo dia, alegria.
Destroem meus ninhos.
Quando é noite, açoite.
Roubam até meus caminhos.
Jequitinhonha em prantos, tantos!
Mantos santos molhados.
Pedras, terras, caatinga, gado.
Uma cantoria, barriga vazia.
Fé, roça, sobreviver.
Pirraça, cachaça para viver.
Soluções, eleições, ingratidões iguais.
Caminhos, espinhos, piedade, nada mais.
Léguas, chapadas, queimadas.
Sol, mormaço, despedidas, um abraço.
O rio, a sina, a seca, uma moringa.
A capina, a foice, a riqueza.
Os sóis, nos corações, levam aos olhos
A chuva, imposições, tradições e contradições.
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