sexta-feira, 17 de maio de 2019

Alta incidência da dengue atinge 51 municípios do norte de Minas e Vale do Jequitinhonha

38 municípios têm incidência da dengue muito alta, exigindo medidas de emergência de ações da saúde. 
São quase 5 mil casos prováveis nas regiões norte, nordeste e noroeste de Minas.
Até o momento, na região, não houve caso de registro de morte devido à dengue.

As regiões do norte, nordeste e noroeste de Minas são atingidas em cheio pela epidemia da dengue. São 51 municípios com grande incidência de dengue com 4.920 de casos prováveis, quantidade só superada pela cidade de Contagem e pela capital Belo Horizonte.

A incidência alta é calculada quando o município atinge acima de 300 até 499 casos/100.000 habitantes, nas quatro últimas semanas.

E é muito alta, quando a incidência de casos ultrapassa os 500 casos a cada 100.000 habitantes.

Há casos extremos que necessitam de cuidados especiais que atingem mais de 2 mil casos por cada 100.000 habitantes, como Padre Carvalho, na região de Salinas, que alcançou o índice de 2.416,2. 
Assim como Francisco Dumont com índice de 1.966,5; Cônego Marinho com 1.909,5; Japonvar com 1.566,2;  Varzelândia com 1.411,9, todos do norte de Minas, além de José Gonçalves de Minas, no Vale do Jequitinhonha, que tem o índice de 1.395. 

Proporcionalmente, esses são dados epidêmicos alarmantes. As informações fazem parte do último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde - SES, datado de 13 de maio de 2019.

Dos 51 municípios, a grande maioria está no norte de Minas, alcançando 42 municípios, ou 82,4% do total. 

O quadro é muito preocupante, pois há 38 municípios, ou 74,5% dos casos, que estão na classificação de muito alta incidência, demandando cuidados especiais com a adoção de medidas de emergência, em cada uma das localidades.

No Vale Jequitinhonha, 5 municípios causam preocupação principalmente José Gonçalves de Minas e Francisco Badaró, no Médio Jequitinhonha; e Gouveia, Diamantina e Angelândia, no Alto Jequitinhonha.

No noroeste de Minas, 3 municípios acenderam o sinal de alerta: Urucuia, Dom Bosco e Uruana de Minas.

N.
Região
URS
Município
Casos prováveis
População
Incidência
01 Norte de Minas Montes Claros Padre Carvalho
153
6.332
2.416,3
02 Norte de Minas Montes Claros Francisco Dumont
102
5187
1.966,5
03 Norte de Minas Januária Cônego Marinho
145
7.595
1.909,5
04 Norte de Minas Januária Japonvar
134
8.556
1.566,2
05 Norte de Minas Januária Varzelândia
273
19.335
1.411,9
06 Vale do Jequitinhonha Diamantina José Gonçalves de Minas
63
4.516
1.395,0
07 Norte de Minas Januária Luislândia
86
6.680
1287,4
08 Norte de Minas Montes Claros Guaraciama
60
4.954
1287,4
09 Norte de Minas Pirapora Lassance
66
6.52
1287,4
10 Norte de Minas Montes Claros Engenheiro Navarro
73
7.244
1287,4
11 Norte de Minas Montes Claros Nova Porteirinha
75
7.504
999,5
12 Norte de Minas Montes Claros São João da Lagoa
48
4896
980,4
13 Norte de Minas Montes Claros Claro dos Poções
73
7590
961,8
14 Norte de Minas Januária São João da Ponte
240
25.235
951,1
15 Norte de Minas Januária Itacarambi
17
18.142
948,1
16 Norte de Minas Pirapora Várzea da Palma
354
39.173
903,7
17 Norte de Minas Montes Claros Coração de Jesus
234
26.592
880,0
18 Norte de Minas Januária Lontra
74
9.008
821,5
19 Norte de Minas Montes Claros Monte Azul
159
21017
756,5
20 Norte de Minas Januária Miravânia
36
4.861
740,6
21 Norte de Minas Montes Claros Fruta de Leite
40
5.441
735,2
22 Norte de Minas Motes Claros Matias Cardoso
80
11.050
724,0
23 Vale do Jequitinhonha Diamantina Gouveia
80
1.833
710,0
24 Norte de Minas Januária Ibiracatu
40
5.975
669,5
25 Norte de Minas Montes Claros Gameleiras
34
5.122
663,8
26 Norte de Minas Januária Mirabela
88
13.557
649,1
27 Norte de Minas Pedra Azul Divisa Alegre
42
6.702
626,7
28 Norte de Minas Januária Ubaí
78
12.466
625,7
29 Vale do Jequitinhonha Diamantina Francisco Badaró
62
10.343
599,4
30 Norte de Minas Montes Claros Salinas
242
41.349
585,3
31 Norte de Minas Montes Claros Montezuma
47
8.180
574,6
32 Noroeste de Minas Januária Urucuia
94
16.547
568,1
33 Norte de Minas Montes Claros Pai Pedro
34
6.084
558,8
34 Norte de Minas Montes Claros Joaquim Felício
26
4.662
557,7
35 Vale do Jequitinhonha Diamantina Diamantina
264
47.617
554,4
36 Norte de Minas Montes Claros Bocaiúva
270
49.942
540,0
37 Norte de Minas Montes Claros Juramento
23
4.316
532,9
38 Norte de Minas Pirapora Santa Fé de Minas
20
3.866
517,3
39 Norte de Minas Montes Claros Espinosa
155
31.624
490,1
40 Norte de Minas Montes Claros São João do Pacuí
21
4.389
478,5
41 Vale do Jequitinhonha Teófilo Otoni Angelândia
40
8.481
471,6
42 Norte de Minas Montes Claros Jequitaí
35
7.597
460,7
43 Noroeste Unaí Dom Bosco
17
3.699
459,6
44 Norte de Minas Montes Claros Catuti
23
5.008
459,3
45 Noroeste de Minas Unaí Uruana de Minas
13
3.267
397,9
46 Norte de Minas Januária São João das Missões
49
12.899
379,9
47 Norte de Minas Januária São Francisco
193
56.163
343,6
48










Norte de Minas Montes Claros Lagoa dos Patos
14
4.124
339,5
49 Norte de Minas Montes Claros Olhos D’Água
20
6.018
332,3
50 Norte de Minas Januária Brasília de Minas
102
32.288
315,9
51 Norte de Minas Montes Claros Rubelita
19
6.198
306,6

O Governo de Minas liberou mais R$ 1,7 milhões para combater a dengue, distribuindo recursos para um conjunto de municípios onde a epidemia chega de forma incisiva.

A tabela abaixo registra os municípios do norte e nordeste de Minas que receberam os recursos da Secretaria de Estado da Saúde – SES:
Municipio URS Situação de Incidência Valor R$
Diamantina Diamantina Alta
40.000
Divisa Alegre Pedra Azul Alta
20.000
Glaucilândia Montes Claros Muito Alta
20.000
Ibiracatu Januária Alta
20.000
José Gonçalves de Minas Diamantina Muito Alta
20.000
Nova Porteirinha Montes Claros Muito altas
20.000
São João da Lagoa Montes Claros Muito alta
20.000
São João da Ponte Januária Muito alta
40.000

38 mortes confirmadas e 92 casos investigados 
No Boletim Epidemiológico divulgado na segunda-feira (13.05), a SES informou que 345 cidades estão em epidemia em Minas, o que representa mais de 40% do estado. Ao menos 38 mortes foram comprovadas e outras 92 ainda estão em investigação.
O número de casos prováveis (soma dos confirmados aos suspeitos) ultrapassa 247 mil.

Betim, na Grande BH, continua na liderança em mortes por dengue em Minas – foram 10, que somadas às quatro confirmadas na capital, duas em Contagem e uma em Ibirité, elevam a 17 o número de casos fatais na região metropolitana.

Em Uberlândia (Triângulo Mineiro) são oito; em Unaí (Noroeste), duas. Arcos (Centro-Oeste), Curvelo (Região Central), Frutal (Triângulo), João Monlevade (Central), Lagoa da Prata (Centro-Oeste), Martinho Campos (Centro-Oeste), Paracatu (Noroeste), Passos (Sul), São Gonçalo do Pará (Centro-Oeste), Uberaba (Triângulo) e Vazante (Noroeste) também confirmaram uma vida perdida pela doença cada.

Secretários Municipais de Saúde reunidos com a Presidência e deputados da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de Minas.

Gestores Municipais de Saúde cobram R$ 6 bilhões de repasses do Governo Zema para se fortalecerem e enfrentarem a dengue.
Secretários municipais de saúde se reuniram com o Presidente da Assembléia Legislativa de Minas, Agostinho Patrus (PV), para pedir socorro. Eles pedem que a Assembléia cobre do Governo Zema o repasse de R$ 4,8 bilhões de dinheiro da saúde que estão retidos pelo governo. Com estes recursos, os Secretários acreditam que terão como combater a dengue.

A saúde em Minas vem passando por uma grave crise financeira nos últimos anos. Nós viemos pedir apoio ao Presidente da Assembléia para ele negociar uma escala de pagamento aos municípios”, disse Eduardo da Silva, Secretário de Saúde de Taiobeiras, no norte de Minas, e presidente do COSEMS – Colegiado dos Secretários de Saúde de Minas.

Ele explica que, até 16 de dezembro de 2018, a dívida do Governo estadual com as Prefeituras , na área de saúde, era de R$ 4,38 bilhões. Nesse ano, a dívida deve ter aumentado em torno de R$ 1 bilhão, considerando que, mensalmente, o governo do Estado repassa em torno de R$ 380 milhões, que não foi repassado de forma integral.

Hoje nós fizemos uma Audiência pública para tratar do caso da dengue. Não estamos aqui para criticar A, B ou C. O problema existe, as últimas epidemias que nós tivemos foi 2010, 2013 e 2016. E os números mostram que, se continuar do jeito que está, tudo caminha para uma epidemia também esse ano”, disse o deputado estadual Jean Freire 
( PT), membro efetivo da Comissão de Saúde.

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