De Belmonte a Diamantina,
do mar ao sertão.
Confira o texto, fotos e o video dos principais momentos da expedição da Casa Vogue ao Vale do Jequitinhonha,
em 2018.
do mar ao sertão.
Confira o texto, fotos e o video dos principais momentos da expedição da Casa Vogue ao Vale do Jequitinhonha,
em 2018.
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TEXTO
MARIANA CONTE | ESTILO ADRIANA FRATTINI | PRODUÇÃO RAFAEL ALVES | FOTOS RUY
TEIXEIRA | PROGRAMAÇÃO VISUAL HARDY DESIGN
06 DEZ
2018 - 06H04 ATUALIZADO
EM 02 SET 2019 - 17H46.
Durante dez dias, Casa Vogue percorreu a região do Vale do
Jequitinhonha para explorar as expressões culturais da região que influenciam o
design brasileiro. Rio acima, de Belmonte, na Bahia, a Diamantina, em Minas
Gerais, encontramos beleza, inspiração e pessoas que lutam – e realizam. A
seguir, os registros dessa emocionante expedição.
BELMONTE
Em terra de Zanine Caldas
“AS PESSOAS SÃO COMO OS RIOS, SE FORTALECEM QUANDO SE ENCONTRAM”. De autor desconhecido, a frase apareceu no meio da jornada desse primeiro Casa Vogue na Estrada, como que a evidenciar, em palavras, o que vivemos e presenciamos nos inúmeros encontros à beira do Rio Jequitinhonha: força, afeto e identidade.
Em terra de Zanine Caldas
“AS PESSOAS SÃO COMO OS RIOS, SE FORTALECEM QUANDO SE ENCONTRAM”. De autor desconhecido, a frase apareceu no meio da jornada desse primeiro Casa Vogue na Estrada, como que a evidenciar, em palavras, o que vivemos e presenciamos nos inúmeros encontros à beira do Rio Jequitinhonha: força, afeto e identidade.
Em frente ao recém-inaugurado Museu das Cadeiras Brasileiras, em
Belmonte, BA, da esq. para a dir., as cadeiras: Esqueleto (2012), de Pedro
Franco, da A Lot Of; Cobra Coral (2016), de Sérgio Matos; Menna (1978), de
Sergio Rodrigues, na Dpot; Sem nome (anos 1950), de José Zanine Caldas;
Assimétrica (2017), de Fernando e Humberto Campana para Tok&Stok; Torno
(2017), de Gustavo Bittencourt; Guapa (2018), de Inês Schertel; Broto (2008),
de Morito Ebine; e Girafa (2018), de Juliana Vasconcellos ( Ruy Teixeira)
A expedição começou num dos endereços
mais bonitos que um lugar pode ter: a esquina deste rio com o Oceano Atlântico.
Ali está Belmonte, cidadezinha pacata no sul da Bahia, com cerca de 20 mil
habitantes, que se alimenta da foz do rio, do cacau, das belas paisagens e da
arquitetura histórica. É também cidade natal do mestre José Zanine Caldas
(1919-2001), arquiteto, designer e maquetista autodidata cuja memória permanece
vivíssima graças ao filho, o designer Zanini de Zanine.
A casa onde nasceu Zanine Caldas, que hoje abriga o Sindicato Rural de Belmonte, sediará o museu sobre a obra do arquiteto ( Ruy Teixeira).
A casa onde nasceu Zanine Caldas, que hoje abriga o Sindicato Rural de Belmonte, sediará o museu sobre a obra do arquiteto ( Ruy Teixeira).
Belmonte acaba de inaugurar
o Museu das Cadeiras
Brasileiras, uma iniciativa que nasceu do encontro de
Zanininho, como é conhecido, com Daniel Katz, da Katz Construções, e que
pretende registrar a cultura nacional e perpetuar o legado do design nacional.
“Vai funcionar como um apêndice do museu Zanine Caldas”, explica Zanini,
revelando a próxima empreitada: um espaço em homenagem ao pai, com estreia em
2019, ano do centenário do mestre. O local escolhido não poderia ser mais
simbólico: a casa onde Zanine Caldas nasceu e viveu até os 17 anos – atual sede
do Sindicato Rural de Belmonte. O projeto terá assinatura do arquiteto Marcio Kogan e o museu vai contar com um
acervo de móveis, maquetes, croquis, fotos, vídeos e itens pessoais. “É a
realização de um sonho, dividir uma obra de extrema importância e brasilidade
nessa área cultural com o povo de Belmonte e os amantes de arquitetura, arte e
design”, afirma Zanini.
Da esq. para a dir., Lissa Carmona, CEO da Etel, o designer
Zanini de Zanine e Etel Carmona, com os protótipos dos móveis de Zanine Caldas
que serão reeditados pela Etel em 2019. ( Ruy Teixeira)
Além da
atuação como maquetista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, e de projetar com
extremo respeito aos contornos da natureza, Zanine Caldas foi um notável
designer. Pioneiro da indústria moveleira moderna, amante das madeiras
nacionais, na década de 1970, ele se dedicou ao design artesanal e às formas
brutas, essenciais. Todo esse repertório foi estudado e esmiuçado pela Etel, marca que valoriza o
traço brasileiro e mantém em produção peças de grandes nomes, e que lançará,
também no próximo ano, uma coleção com poltrona, cadeira, espreguiçadeira, mesa
lateral, escrivaninha, estante, revisteiro e outras peças de Zanine
Caldas. “Serão entre 12 e 15 móveis reeditados e realizados em intensa parceria
com a família Caldas, com total supervisão do seu filho”, diz Lissa
Carmona, CEO da Etel. Esse trabalho de reviver ícones do mobiliário
nacional, preservando suas identidades e usando a tecnologia atual, é
uma especialidade da empresa, que tem no portfólio criações de Oscar Niemeyer,
Lina Bo Bardi, Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin, entre outros. “Para nós, é
como um resgate da história, do legado desses profissionais. Queremos dar vida
ao universo de Zanine Caldas e preservar sua herança”, conclui.
A artesã Dagmar Muniz esculpe um de seus vasos de 2 metros ( Ruy Teixeira)
Completando
nossa passagem por Belmonte, outra descoberta notável foi dona Dagmar. Aos 76
anos e com 1,60 m de altura, a artesã produz, num vai e vem e sobe e desce
constantes, peças de cerâmica que incluem vasos de 2 m. “Deus me deu saber e me
deu o poder de subir nos bancos para ir a dois metros de altura”, fala,
enquanto demonstra sua arte e sua energia incansável. E tudo isso sem usar
torno: são as próprias mãos e o auxílio de cartões de plástico e galhos
que dão forma e autenticidade às suas obras.
Manuelle Ferraz, cozinheira e idealizadora do restaurante A
Baianeira ( Ruy Teixeira)
ALMENARA
A Baianeira
A Baianeira
Seguindo em direção à nascente do Rio Jequitinhonha, paramos em Almenara, MG,
cidade natal de Manuelle Ferraz (acima),
cozinheira e idealizadora do restaurante A
Baianeira, em São Paulo. Ela nos recebeu com sua família na
casa onde passou boa parte da infância, e preparou uma refeição recheada das
raízes e da alma do Vale do Jequitinhonha. No cardápio, abóbora com quiabo,
maxixe e mamão verde com carne-de-sol, receitas típicas de um almoço de domingo
da região. A energia de Manu, do seu fazer com simplicidade e da essência que
mistura Minas e Bahia, transparece quando ela fala da comida, das suas
influências e do poder das mulheres de sua vida. E todas essas forças
somadas estão no sabor de sua culinária. Com Manu, passeamos
pelo Mercado Municipal de Almenara, de onde ela importa boa parte dos
ingredientes que usa no restaurante paulistano, fortalecendo e valorizando a rede de produtores da região.
O artesão seu Paulo, de 83 anos, usa pedaços de madeira achados
soltos pela natureza para construir brinquedos ( Ruy Teixeira)
ARAÇUAÍ
Madeira lúdica
Madeira lúdica
No caminho para a comunidade rural de Córrego da Velha, no município de
Araçuaí, MG, estradas de terra e um cenário com cactos descortinava o sertão
mineiro. Casinhas comuns, dessas que desenhamos quando criança, margeavam nossa
travessia. Apesar do clima árido da região, a chuva veio forte naqueles dias, a
poeira baixou e a vegetação acendeu: um lindo contraste de cores.
Brinquedos feitos pelo seu Paulo ( Ruy Teixeira)
À
direita da estrada, uma árvore potente e um portãozinho feito de lascas de
madeira dão as boas-vindas ao universo do seu Paulo (mais acima), um
senhor de 83 anos que usa pedaços de madeira achados soltos pela natureza para
construir brinquedos. Vacas e bezerrinhos, cavalos, meninos, meninas, mulheres
e homens fazem parte do repertório do artesão – são referências presentes no
seu dia a dia. A criatividade vai longe, encanta crianças e adultos, mas a
energia para produzir já não é a mesma de alguns anos atrás. “A gente vai
seguindo. Tem gente que fala que vou fechar os 90, mas 100 acho que não fecho
não. É só Deus que sabe. Nós não sabe de nada” [sic], reflete.
A tecelã dona Ana e a diretora criativa da Coven, Liliane
Rebehy, no Curtume, com as bolsas da grife feitas a partir das mantas tecidas
por dona Ana ( Ruy Teixeira)
JENIPAPO
DE MINAS
Unidas pelo bordado
Unidas pelo bordado
Por onde passávamos, a recepção combinava abraços apertados, uma felicidade
guardada em sorrisos ora tímidos ora escancarados, e um cafezinho com biscoitos
e queijo. Ao chegarmos na Associação
Jenipapense de Assistência à Infância (Ajenai), na cidade de
Jenipapo de Minas, não foi diferente. Elisângela Pedroso Lopes, coordenadora da
associação, guiou-nos rumo a um dos encontros mais preciosos da expedição, na
comunidade do Curtume. Lá, vivem mulheres fortes. Muito mais fortes e
resistentes depois de terem se conhecido e formado o grupo das Bordadeiras
do Curtume.
As bordadeiras, com Ana Vaz ao centro, e seus estandartes, que
estão à venda na loja Marcas Mineiras, em Tiradentes, MG, pelo instagram
@tecelas_ bordadeiras e, a partir de fevereiro, nas lojas da Coven
( Ruy Teixeira)
( Ruy Teixeira)
Com a coordenação da consultora de projetos sociais Viviane
Fortes e o apoio da Ajenai, essas mulheres foram estimuladas a fazer companhia
umas às outras e a resgatarem sua autoestima e cultura. “O dia a dia delas é
muito duro. Os maridos saem para procurar trabalho, normalmente no corte de
cana ou em plantações de café, e ficam meses, às vezes anos, fora de casa. Elas
vivem um abandono, adoecem, ficam deprimidas e, ainda assim, precisam dar conta
de sustentar a família, trabalhando na roça e plantando o que comem”, relata
Viviane.
Foi durante essas reuniões que manifestou-se o conhecimento do
bordado. Quem sabia ensinou para quem não sabia e o filho de uma delas, Diogo,
fez os desenhos, que são imagens que ele vê na comunidade: as mulheres, os
bichos, as plantas. As bordadeiras preenchem e dão vida a esses contornos com a
técnica do ponto cheio. O resultado é um bordado com muita identidade. “A gente
conversa, ri, canta, brinca e se distrai. Bordar ajuda não só financeiramente,
mas psicologicamente. É um prazer ver a nossa arte agradar outras pessoas”,
orgulha-se Marli, umas das artesãs.
As camisas da Coven assinadas pelas Bordadeiras do Curtume (Foto: Ruy Teixeira)
As camisas da Coven assinadas pelas Bordadeiras do Curtume (Foto: Ruy Teixeira)
Uma vez
engrenado o trabalho, veio a ideia de torná-lo fonte de renda. Para dar
suporte, Viviane convidou a designer têxtil Ana
Vaz, que auxiliou a estruturar o processo e, em conjunto
com as bordadeiras, deu luz a uma coleção de estandartes com bordados de
desenhos autorais e tecidos tingidos com cascas e plantas nativas, tudo feito
por elas. “É como se a gente estivesse levantando uma bandeira. A
bandeira do afeto, do amor, porque mesmo com tantas dificuldades, é incrível a
generosidade dessas mulheres”, diz Ana.
A rede de colaboração foi aumentando, e Ana contatou Liliane Rebehy, diretora criativa da Coven, que doou tecidos e fios para o projeto. Mais do que isso, Liliane foi conhecer de perto o Curtume. Da sua imersão, nasceu a coleção inverno/2019 da marca mineira, referência fashion em todo o Brasil. “A moda precisa ser movida por uma paixão. A Coven está fazendo 25 anos e eu estava me sentindo muito desmotivada. Quando voltei do Vale e comecei a mexer nas coisas que eu trouxe, relembrar o que vi e vivi, percebi que estava tudo ali”, conta Liliane.
Lá, ela também conheceu outras duas figuras fundamentais, dona Ana e dona Cena, que trabalham com teares pequeninos e tecem lindas mantas com uma noção estética genuína. Essas tramas estão nas novas bolsas da grife, e os bordados aparecem em camisas que terão todo o lucro revertido para as bordadeiras.
“Me entreguei ao desafio de criar a coleção com uma temática regionalista, para direcionar atenção para essas pessoas, mas sem deixá-la literal, caricata, acrescentando meu olhar e a identidade da Coven. É muito mais prazeroso e faz muito mais sentido quando você tem esse envolvimento com pessoas, quando essa inspiração não é só material ou estética, ela é afetiva, humana”, completa Liliane, com a preocupação de manter esse compromisso social após a temporada chegar ao fim.
“Pretendo expor e vender as peças da comunidade tanto nas lojas em Belo Horizonte e São Paulo quanto no e-commerce, que está quase pronto”.
Zé do Ponto, o famoso artesão de Chapada do Norte ( Foto: Ruy Teixeira)
CHAPADA DO NORTE
Design naif
A caminho de Turmalina, paramos na cidade de Chapada do Norte, MG, para
encontrar o famoso Zé do Ponto (acima).
Filho de tropeiro, aos 12 anos ele já produzia caixas de couro para ajudar no
transporte de secos e molhados. Hoje, é famoso por seus itens de madeira, com
tramas em couro e palha de milho. São bancos, cadeiras, baús, tamboretes e
bolsas com marca registrada. “O trabalho dele tem puro estilo rural,
campestre. É genuíno, como arte naïf. Ele produz de forma espontânea, mas
com muito senso estético, peças que estão no imaginário coletivo”, resume
Adriana Frattini, diretora de estilo da Casa Vogue, que se encantou pelo seu Zé
do Ponto.
Fábrica Divina Terra, em Turmalina, MG (Ruy Teixeira).
TURMALINA
Artesanato industrial
Artesanato industrial
Chegando em Turmalina, MG, uma mudança de perspectiva: das microproduções para
uma escala maior. Era a fábrica da Divina
Terra, onde o fazer artesanal ainda prevalece na produção
industrial de revestimentos, tornando únicas as mercadorias saídas dali –
que são, em sua grande maioria, prensadas, cortadas e esmaltadas à mão.
Cobogó Mão, assinado pelos irmãos Campana em parceria com a
Divina Terra (Foto: Ruy Teixeira).
Foi
essa prática manual e cuidadosa que atraiu o Instituto
Campana, dos irmãos Fernando e Humberto, para desenvolver, em
parceria com a Divina Terra, o cobogó Mão (acima), peça que celebra o design autoral brasileiro
e chama atenção para o desastre ambiental ocorrido em Mariana, MG, em 2015.
Aproximar o design de técnicas ancestrais de diferentes regiões do Brasil e,
com isso causar uma transformação na sociedade, é a bandeira levantada pelo
Instituto Campana.
O banco Trio, de Juliana Vasconcellos, feito com mogno africano
do Grupo Khaya Woods .
(Foto: Ruy Teixeira)
(Foto: Ruy Teixeira)
CAPELINHA
Mogno africano
Mogno africano
Seguindo pelo Vale do Jequitinhonha, a paisagem começa a mudar quando
plantações de café despontam no horizonte. O destino da vez era a Fazenda
Primavera, no município de Capelinha, MG. Por lá, junto à produção cafeeira,
árvores altas roubam a cena. São os mognos africanos, plantas de uma madeira
nobre com excelentes propriedades físicas e mecânicas para a indústria
moveleira, e uma opção ao mogno brasileiro, que teve seu corte proibido pelo
Ibama devido ao desmatamento ilegal e à quase extinção da espécie. “É uma
árvore de crescimento relativamente rápido em comparação com outras madeiras de
lei”, conta Patricia Fonseca, diretora executiva da Associação Brasileira dos
Produtores de Mogno Africano.
Plantação de mogno africano na Fazenda Primavera e estátuas
esculpidas nessa madeira por Ricardo das Artes, de Prados, MG. (Foto: Ruy Teixeira)
Segundo
ela, ao unirem as plantações, os produtores perceberam que o café se
beneficiava do sombreamento das árvores de mogno. A associação tem se
encarregado de estimular testes com a matéria-prima e criou o Mahog Project,
que incentiva o uso do material em peças de design, como o banco Trio, da
arquiteta e designer mineira Juliana Vasconcellos.
Uma das salas da Pousada Relíquias do Tempo, sediada em um
casarão do século 19 no centro de Diamantina, que guarda preciosidades como
fotografias do renomado retratista Chichico Alkmim, boneca de Durvalina Gomes
Francisco e arraiolo de Maria Tadeu (sobre o sofá). (Foto: Ruy Teixeira)
DIAMANTINA
Design final
Design final
Próxima à nascente do Rio Jequitinhonha, que fica em Serro, Diamantina, MG, foi
a parada final do primeiro Casa Vogue na Estrada. Pelas ruelas de pedra,
íngremes e sinuosas, estão casarões históricos de arquitetura colonial, que
enchem de charme a cidade. A beleza de suas construções e de seu povo foi
amplamente admirada e registrada pelo fotógrafo Chichico Alkmim (1886-1978)
entre as décadas de 1910 e 1950. Chichico tinha uma sensibilidade única para
retratar pessoas. Mulheres, homens e crianças, negros e brancos, ganhavam vida
e um registro na história através de suas lentes. Em busca destes retratos,
chegamos à Pousada Relíquias do Tempo, com obras raras do
fotógrafo e um patrimônio cultural da história diamantinense. Fomos
apresentados a cada cantinho do local, que conserva pequenos “museus” sobre a
cidade, por Carmen, nascida em um daqueles quartos, e Leonardo, seu marido.
Clube Social, obra de Oscar Niemeyer no centro histórico
de Diamantina, MG, hoje completamente abandonado (Foto: Ruy Teixeira).
Em meio aos prédios históricos, é possível achar obras modernas
de Oscar Niemeyer, como o Hotel Tijuco, ainda em operação, e o Clube Social,
que teve importante papel na cidade e, hoje, encontra-se totalmente abandonado.
Os edifícios fazem parte da modernização do município, iniciada um pouco antes
de um de seus cidadãos mais ilustres assumir o governo de Minas Gerais:
Juscelino Kubistchek.
A pequena capela da Pousada Relíquias do Tempo (Foto: Ruy Teixeira).
A pequena capela da Pousada Relíquias do Tempo
Outra riqueza local é a música. Todos os anos, entre abril e
outubro, Diamantina recebe as Vesperatas. Em dias específicos, a partir das
20 h, músicos diversos se apresentam por mais de duas horas das sacadas dos
casarões seculares enquanto os maestros regem do meio da rua. Em 2016, o evento
foi considerado Patrimônio Cultural de Minas Gerais. A música diamantinense, no
entanto, já aparecia em crônica de Carlos Drummond de Andrade, em 1972:
“Quem, conhecendo Diamantina, será capaz de não gostar de Diamantina? Mesmo não conhecendo: ouvindo falar. Pois, entre outras excelências, o povo de Diamantina é povo que canta, e isto significa riqueza de coração.”
“Quem, conhecendo Diamantina, será capaz de não gostar de Diamantina? Mesmo não conhecendo: ouvindo falar. Pois, entre outras excelências, o povo de Diamantina é povo que canta, e isto significa riqueza de coração.”
Impossível discordar do
poeta!
Confira a publicação original e o bonito video da expedição Casa Vogue:
casavogue.globo.com/LazerCultura/Viagem/noticia/2018/12/os-melhores-momentos-da-nossa-expedicao-pelo-vale-do-jequitinhonha.html
Fonte: Revista Vogue, 06.12.2018
Outras informações do Blog:
O Vale do Jequitinhonha é retalhado em muitas partes e microrregiões pelos técnicos planejadores do Estado. Isso cria desinformações sobre o território da Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha.
A Bacia do Rio Jequitinhonha forma o Vale do Jequitinhonha que ocupa um vasto território em Minas, parte da região central, nordeste e norte de Minas, e também no sul da Bahia.
O rio Jequitinhonha nasce na Serra do Espinhaço, na região de Milho Verde, no município de Serro, região Central de Minas, percorre 1.090 km até chegar na sua foz no município de Belmonte, na Bahia. A bacia do rio Jequitinhonha compreende uma área de 70.315 km², sendo que 66.319 km² situam-se em Minas Gerais, enquanto 3.996 km² pertencem à Bahia representando 11,3% da área do estado mineiro e apenas 0,8% do baiano.
Confira o Mapa do IBGE:
Confira a publicação original e o bonito video da expedição Casa Vogue:
casavogue.globo.com/LazerCultura/Viagem/noticia/2018/12/os-melhores-momentos-da-nossa-expedicao-pelo-vale-do-jequitinhonha.html
Fonte: Revista Vogue, 06.12.2018
Outras informações do Blog:
O Vale do Jequitinhonha é retalhado em muitas partes e microrregiões pelos técnicos planejadores do Estado. Isso cria desinformações sobre o território da Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha.
A Bacia do Rio Jequitinhonha forma o Vale do Jequitinhonha que ocupa um vasto território em Minas, parte da região central, nordeste e norte de Minas, e também no sul da Bahia.
O rio Jequitinhonha nasce na Serra do Espinhaço, na região de Milho Verde, no município de Serro, região Central de Minas, percorre 1.090 km até chegar na sua foz no município de Belmonte, na Bahia. A bacia do rio Jequitinhonha compreende uma área de 70.315 km², sendo que 66.319 km² situam-se em Minas Gerais, enquanto 3.996 km² pertencem à Bahia representando 11,3% da área do estado mineiro e apenas 0,8% do baiano.
Confira o Mapa do IBGE:
Um comentário:
Estranho não passarem em Pasmadinho
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