Proposta feita pelo Incra permite que as famílias fiquem no local por mais 90 dias enquanto é feita negociação sobre o valor do terreno.
PUBLICADO EM 29/01/15 - 19h55
Ameaçada de enfrentar uma reintegração de posse, determinada pelo comando da Polícia Militar, a Ocupação Vida Nova, em Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha, ganhou um novo prazo para que uma solução seja negociada junto ao proprietário da área. Emitida no dia 26 de janeiro pelo comando da Polícia Militar, a reintegração de posse poderia ter desdobramentos violentos, já que as 32 famílias que moram no local indicavam que não aceitariam a remoção forçada. A ocupação, que atinge uma área de 340 hectares, já dura mais de 13 anos.
A solução foi obtida graças a um acordo negociado pelo Incra, e divulgado na quarta-feira (28.01), que determina a avaliação conjunta da área para que uma nova tentativa de compra seja feita em um prazo de 90 dias. O valor proposto será determinado em conjunto entre o Incra e o Governo do Estado e será encaminhado para o dono do terreno, que pode optar por aceitar ou não a oferta.
O acordo foi obtido após uma série de mobilizações para impedir a reintegração de posse, que, depois de anunciada pela PM, poderia ocorrer a qualquer momento, o que deixava os moradores da ocupação em estado de alerta.
A decisão da Polícia Militar em realizar a reintegração foi tomada já no novo governo, apesar das promessas de campanha de Fernando Pimentel de criar uma mesa de negociação junto aos movimentos sociais para avaliar situações como estas.
Ativista em defesa das ocupações, frei Gilvander destaca que as famílias que estão no local têm uma grande inserção junto aos moradores e produzem diversos alimentos que abastassem a região. Ele conta que existe o interesse de uma grande empresa do agronegócio para comprar o terreno, que seria usado para uma monocultura de eucaliptos.
O governo de Minas informou por meio de nota que a nova administração tem como compromisso dialogar com todos os movimentos sociais e representantes de ocupações populares, mas não informou se já existe um prazo definido para a criação do espaço de negociação junto aos movimentos sociais.
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