quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Disparidade regional é principal dificuldade para enfrentar pobreza

Disparidade regional é principal dificuldade para enfrentar pobreza
Norte de Minas, Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce tem menos investimentos do Estado
Dilke FonsecaA principal dificuldade para enfrentar a pobreza extrema em Minas, segundo o deputado André Quintão (PT), coordenador do Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade promovido pela Assembleia Legislativa, é a grande disparidade entre as regiões de Minas. Pelo menos 650 pessoas participam da abertura do Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De um lado, existem áreas extremamente desenvolvidas, com boa logística, com pessoas preparadas para o mercado de trabalho e por outro lado, regiões desassistidas, com dificuldade de atração de novos investimentos, com graves deficiências na área educacional, seja na qualidade da formação, seja na ausência de profissionalização.

Alguns nichos de pobreza também precisam ser enfrentados, segundo André Quintão, e que incluem dificuldades no semi-árido mineiro, principalmente, na disponibilidade de recursos hídricos seja para o consumo humano seja para fortalecer a agricultura familiar. Aliado a este quadro soma-se o grande número de pessoas analfabetas e a grande evasão escolar e que leva a constatação de um dado alarmante. “Praticamente 17% dos jovens em idade de estarem no ensino médio não estão. Isso gera problemas de empregabilidade”, ressalta André.
Deputado Estadual André Quintão propõe maiores investimentos em regiões com pouca infra-estrutura econômica e social para combater a miséria e a desigualdade regional
Existem gargalos em todas as regiões de Minas e, neste contexto assume importância o Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade, afirma André, um dos co-autores da proposta de realização do evento. O seminário, que será realizado em todas as regiões do Estado, vai permitir uma visão das necessidades da população para que seja possível construir uma proposta de desenvolvimento integrado, socialmente justo e ambientalmente sustentável.

Para diminuir a desigualdade em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte como Ribeirão das Neves, André defende a adoção de fortes políticas públicas regionais, principalmente, de profissionalização dos jovens, de ampliação de vagas nas universidades e também de políticas públicas de complementação de renda, de moradia – um grave problema na região metropolitana, além da qualificação.

André lembra que as áreas disponíveis para indústrias hoje são poucas e, portanto, é necessário investir em serviços, em formas de desenvolvimento com alta tecnologia para alcançar maior qualificação. Somado a isso, André considera fundamental o investimento em infraestrutura, em saneamento básico e moradia, além da própria mobilidade urbana para a melhoria da qualidade de vida do cidadão.

A população pode participar deste debate, segundo André, apresentando e aperfeiçoando o diagnóstico técnico. “Ninguém melhor que a população para apresentar as suas maiores dificuldades e desafios. A participação popular pode garantir a efetivação das propostas que forem definidas”, afirma. André lembra que, muitas vezes, os planos, as leis, os orçamentos ficam no papel, mas quando a população participa e se organiza, ela se apropria do planejamento público e também pode ajudar a monitorar e avaliar e cobrar sua execução.

Em Ribeirão das Neves vivem 8,3 mil pessoas sem rendimentos, 4,8 mil ganham até R$ 70 por mês e quase 29 mil recebem entre R$ 71 a R$ 140, o que corresponde a 9,82% da população da cidade. Na RMBH, essa média é de 5,93%.

Entre as novas propostas estaduais aprovadas pelo grupo Desenvolvimento Econômico Sustentável se destaca o co-financiamento do Estado com o apoio técnico e financeiro aos municípios para a implantação da coleta seletiva com a inclusão sócio-produtiva dos catadores.
Já o grupo Desenvolvimento Social aprovou 27 novas propostas. Entre as cinco propostas priorizadas está o fortalecimento da rede de proteção à mulher vitima de violência e em situação de risco social através de equipamentos públicos especializados como abrigos e delegacias das mulheres. Também aprovada a proposta de universalização do piso mineiro de assistência social para os municípios até 2012.

André Quintão encerrou o debate em Ribeirão das Neves, agradecendo a presença de todos, deixando claro que nada impede que as propostas não aprovadas sejam reapresentadas nos próximos encontros que vão ocorrer em mais 10 cidades de todo o Estado.
ARAÇUAÍ: sexta-feira, dia 09, Seminário Pobreza e Desigualdade, no Colégio Nazareth, a partir das 9 horas.

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