Conhecimento de Causa
Patrus Ananias, Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
O último comunicado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) trouxe a notícia alvissareira: estamos vencendo a pobreza e a desigualdade e temos condições de erradicar a miséria em sete anos.
Até 2016, não haveria mais pessoas em extrema pobreza (com renda mensal de até um quarto do salário mínimo) e o número de pessoas pobres (com renda mensal de até meio salário mínimo) seria de 4%. Isso colocaria o Brasil com índices sociais próximos aos de países desenvolvidos, desde que mantenhamos o ritmo de redução da pobreza e da desigualdade registrado nos últimos cinco anos.
Ao longo de nossa história, foram muitos brasileiros ilustres que passaram a vida a denunciar as nossas desigualdades e a lutar contra elas. Dedicaram uma vida para que pudessem, um dia, ler uma notícia como essa.
Podemos ousar afirmar, pelo que viveram, escreveram e testemunharam, que eles estariam solidários conosco, nos ajudando a consolidar essas conquistas.
O resultado divulgado pelo Ipea, além de atestar a eficiência da condução das políticas sociais, dá mais uma demonstração de que eles estavam certos: nosso país tem um futuro promissor, desde que haja vontade política para corrigir as distorções e as desigualdades que impedem esse processo.
Herbert de Souza, o nosso Betinho, alertava: "A alma da fome é política". Josué de Castro denunciou: a fome é mazela social, não fatalidade natural. Dom Hélder Câmara não tinha dúvida de que a situação deveria mudar se houvesse empenho para isso.
Para superar o desenvolvimento, a gente tinha de superar a desigualdade, afirmava Celso Furtado. Dona Zilda Arns, que inesperadamente nos foi levada por uma fatalidade, sabia que era possível evitar que as crianças morressem de fome, de desnutrição. E sempre nos cobrou isso corretamente. Essas e outras vozes se fizeram ecoar no país,movimentos foram organizados em tornos dessas ideias.
A decisão do presidente Lula de dar centralidade à questão social, em especial ao combate à fome de maneira incisiva, articulada com medidas de enfrentamento da pobreza, é também reflexo dessas ideias.
E em nome dessas questões foi criado o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Ainda não está pronto o país de nossos sonhos. O comunicado do Ipea também nos alerta para isso. Mas ele poderá ser possível na nossa geração, se forem mantidas e aperfeiçoadas as decisões de governo voltadas para o combate à pobreza, à desigualdade e à fome.
Por meio dos estudos e pesquisas divulgados, temos a oportunidade de testemunhar que os ideais que nos trouxeram até aqui nos permitem abrir um horizonte mais promissor para nosso país.
Aqueles que sempre tiveram sua trajetória próxima dos pobres e, com seu conhecimento de causa, defenderam propostas de mudança, estavam certos.
Mas ainda temos muito trabalho e não podemos nos esquecer que a isso viemos. E vamos continuar a aperfeiçoar cada vez mais nossas políticas, para manter o nível de conquistas e garantir um belo legado para as próximas gerações.
Patrus Ananias de Sousa é advogado, professor da PUC-MG e servidor efetivo concursado da ALMG. Foi prefeito de BH e deputado federal. É Ministro do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, desde janeiro de 2004. É pré-candidato a Governador de Minas Gerais, pelo PT. Patrus é filho de Bocaiúva, no norte de Minas na esquina com o Vale do Jequitinhonha, pertinho de Terra Branca.
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