Jovem morreu após ter sido picado por uma cascavel. Segundo médico, o hospital não tinha a quantidade necessária de soro para atendê-lo.
Foto: ilustrativa
Não existia quantidade suficiente de soro para prestar o atendimento em Minas Novas.
A falta de soro antiofídico no Vale do Jequitinhonha é apontada como a possível causa da morte do jovem Adelson Pereira Martins, de 18 anos, morador da zona rural de Minas Novas. Ele morreu na madrugada de quinta-feira, no Hospital Doutor Badaró Junior, em Minas Novas, onde deu entrada depois de ter sido picado por uma cobra. O médico Túlio Pereira Júnior, que atendeu Adelson, disse que faltou quantidade necessária de soro para o atendimento ao morador.
A escassez do medicamento na região foi denunciada pela Conferência de Sao Vicente de Paulo, de Turmalina, em ofício encaminhado à Coordenadoria de Imunização da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Diamantina. A instituição alerta sobre os riscos de mortes das vítimas de picadas de animais peçonhentos.
Adelson Pereira Martins, morador da comunidade de Capivari Contendas, na zona rural de Minas Novas, foi encaminhado para o Hospital Doutor Badaró Junior terça-feira à noite. O médico Túlio Pereira Junior informou que, a princípio,os familiares do rapaz informaram que ele tinha sido picado por uma cobra jararaca. No entanto, a equipe médica concluiu que, na verdade, ele foi vitima de uma cobra cascavel, que é mais venenosa. Por essa razão, houve a necessidade da aplicação de mais soro. O problema, disse o médico, é que não existia quantidade suficiente de soro para prestar o atendimento em Minas Novas.
Túlio Pereira conta que recorreu aos estoques de outras cidades do Jequitinhonha, como Diamantina, Serro e Turmalina para socorrer Adelson. Somente quarta-feira à noite que conseguiu chegar a 21 ampolas, a quantidade necessária para o atendimento à vítima da picada de cascavel. Ao mesmo tempo, também foi providenciada a transferência do paciente para Diamantina. Entretanto, o quadro de Adelson se agravou e morreu na madrugada de quinta-feira, antes de ser transferido.
Em documento encaminhado à Coordenação de Imunização da Superintendência Regional de Saúde de Diamantina, a Conferência de São Vicente de Paulo, de Turmalina, relata o "desabastecimento" de soro antibotrópico, anticrotálico e antiaracnídeo no Hospital São Vicente, daquele município. No documento, é lembrado que a instituição está alocando "alguns dos soros para atendimento" em outros municípios da região.
A Conferência de São Vicente adverte sobre os riscos de mortes de vitimas de picadas de cobras e de outros animais peçonhentos. "Alertamos que para realização de um atendimento básico e seguro, os soros são indispensáveis. Do contrário, o usuário estará submetido a risco de vida e/ou agravado em seu estado de saúde", diz a instituição de Turmalina.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde, que alegou que o problema do desabastecimento dos soros antiofídicos está relacionado com o Ministério da Saude e que houve um alerta para que as Superintendências Regionais de Saúde ficassem atentas para a manutenção dos seus estoques. A SES ficou de verificar o que ocorreu com o paciente que morreu no Vale do Jequitinhonha. Mas, não retornou até a conclusão desta reportagem.
Fonte: Estado de Minas
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