RENATO ROVAI.
Aécio jurou Fernando Pimentel de morte política. E só a ingenuidade pode levar alguém a crer que sua turma não esteja por trás da operação midiática-policial em curso contra o petista.
(originalmente publicado na revista Fórum)
Fernando Pimentel foi eleito já no primeiro turno em Minas Gerais, derrotando Aécio em seu próprio estado. E contribuiu para impor a ele uma derrota maior ainda no segundo turno, quando Dilma teve 550 mil votos a mais do que o tucano.
O neto de Tancredo se gabava antes da eleição de que em Minas ele teria uma vitória folgada, algo como 70 a 30. E que isso lhe permitiria derrotar o PT. Passou vergonha.
Tanto que no seu discurso da derrota agradeceu a São Paulo. E não deu nem um piu sequer sobre sua terra natal.
Mas Aécio jurou Fernando Pimentel de morte política. E só a ingenuidade pode levar alguém a crer que sua turma não esteja por trás da operação midiática-policial em curso contra o petista.
Hoje todos os portais noticiaram que a casa do governador havia sofrido uma operação de busca e apreensão.
Não houve nada disso.
O que aconteceu foi uma operação num antigo escritório particular de sua campanha. Que fica próximo à sua casa.
Ao mesmo tempo, todos os veículos voltaram a afirmar que sua esposa teria tido uma empresa fantasma que recebeu verba do BNDES.
A empresa Oli Comunicação Imagem Eireli existiu regularmente entre 2012 e 2104, quando foi juridicamente fechada.
Como agentes da PF foram ao endereço em 2015 e verificaram que não havia empresa instalada no local, passaram a tratá-la como fantasma. Fato que já foi documentalmente desmentido.
Além disso, não há sequer um portal ou veículo registrando que os pedidos para a realização de busca e apreensão tanto nas sedes do governo de Minas Gerais, quanto na residência oficial e na residência particular do governador foram negados pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, por considerá-los frágeis e improcedentes.
O estado midiático-policial com base em ações de investigação judicial pode levar o Brasil a uma crise institucional sem precedentes na sua história.
O ministro José Eduardo Cardoso não pode fugir de suas responsabilidades. A PF e o judiciário, com a importante contribuição da mídia, vêm sendo usados politicamente para perseguir uns e salvar outros.
Enquanto todo mundo fica gritando que a bola da vez é Lula, quem está sendo acossado de forma vil e criminosa neste momento é Pimentel.
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