sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

PIB dos Municípios: Pibinho do Vale continua com concentração de riqueza na Região Central

Vale do Jequitinhonha/Mucuri continua com apenas 1,9% do PIB mineiro

Região Central concentra 47, 0 %. Sul de Minas, com 12,7  e Triângulo Mineiro com 11,1%.
Dos dez municípios com menor renda per capita, seis são do Vale do Jequitinhonha/Mucuri


O boletim Produto Interno Bruto dos Municípios de Minas Gerais - 2011, divulgado pela Fundação João Pinheiro, na terça-feira, dia 17.12, denuncia a concentração de riqueza em Minas Gerais, na região Central, Sul de Minas e Triângulo Mineiro.
As cidades com maior PIB são Belo Horizonte e Betim que mantiveram a liderança isolada entre as dez cidades com as maiores participações no PIB estadual no ano de 2011. Na sequência, estão Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Uberaba, Ipatinga, Nova Lima, Sete Lagoas e Mariana. Destes, o único município que não figurava no ranking das dez maiores economias na edição 2010 era Mariana, que subiu da 12ª para a 10ª posição.
Segundo a coordenadora do estudo, Maria Aparecida Sales, a região Central de Minas Gerais representou 47% do PIB estadual. “Seis das dez cidades classificadas com os maiores PIBs estão no centro do estado. Os setores de indústria e serviços são os responsáveis pela concentração espacial da produção local. Esse comportamento é verificado também em nível nacional. Em 2011, a participação da região Sudeste no PIB brasileiro, por exemplo, foi de 55,4% do total nacional”, afirmou.
Ranking
Ocupando o primeiro lugar no ranking das maiores economias de Minas, Belo Horizonte teve participação de 14,2% no PIB estadual, seguida de Betim, com 7,3%. Juntas, as duas cidades, que reúnem 14% da população de Minas, produziram 21,5% do PIB mineiro. Em 2010, as taxas foram 14,6% e 8,1%, respectivamente. No ranking brasileiro, a capital do estado manteve a quinta colocação em 2011, enquanto Betim caiu da 15ª para a 19ª posição.
“Belo Horizonte se destacou por apresentar o maior valor adicionado da área de serviços (19,4%) do Estado, com ênfase para as atividades do setor financeiro, do comércio e da administração pública. Já a participação de Betim está ligada à fabricação de automóveis, autopeças e refino de derivados de petróleo”, observou Maria Aparecida Sales. 
Segundo o estudo, Contagem aparece em terceiro no ranking (4,9%), seguida por Uberlândia (4,8%), Juiz de Fora (2,4%), Uberaba (2,1%) e Ipatinga (1,8%). Na versão anterior da pesquisa, as taxas de participação desses municípios eram 5,3%, 5,2%, 2,4%, 2% e 2,1%, respectivamente. No ranking nacional em 2011, as cidades ocuparam as 27ª, 29ª, 66ª, 77ª, 85ª posições.  
Nova Lima se destacou pelo incremento da indústria extrativa.  A cidade, que ocupava a 9ª posição em 2010, com PIB de 1,6%, passou, em 2011, para o 8º lugar (1,7%). Na classificação nacional, o município ficou na 89ª posição.
Sete Lagoas teve participação de 1,6% nos anos de 2010 e 2011 no PIB estadual, subindo da 8ª para a 9ª posição.  Em 2011, o município ocupou o 96º lugar na classificação nacional. A maior mudança no ranking estadual foi observada em Mariana, também pelo aumento da participação na indústria extrativa: de 12º, com 1,4%, para 10º (1,2%). No ranking nacional, a cidade ficou em 112º lugar.
Menores PIBs
Serra da Saudade, Cedro do Abaeté, São Sebastião do Rio Preto, Consolação, Passabém, Paiva, Pedro Teixeira, Itambé do Mato Dentro, Santo Antônio do Rio Abaixo e Antônio Padro de Minas foram classificadas como as cidades com os menores PIBs do Estado em 2011. A atividade econômica desses municípios caracterizou-se pela grande participação dos serviços, com predominância da administração pública, que variou de 37,7% a 48,6%.
PIB per capita
Em 2011, o PIB per capita (PIB dividido pela população) de Minas Gerais foi de R$ 19.573. Cento e vinte cinco dos 853 municípios mineiros ficaram acima desta média. O valor do PIB per capita de Belo Horizonte (R$ 23.053) ultrapassou a média estadual. Em 2010, a capital estava em 78º lugar no PIB per capita estadual, passando, em 2011, para 84ª posição. No ranking nacional, o município ocupava 706º lugar.
De acordo com a publicação, o crescimento recente do setor da indústria extrativa mineral impulsionou o desenvolvimento da cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo (R$ 283.298), que teve o maior PIB per capita de Minas Gerais. Em segundo lugar, Confins (R$ 256.466) se destacou pelas atividades do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, que passou a operar os principais voos transferidos do Aeroporto da Pampulha desde 2005.
O município de Araporã registrou o terceiro maior PIB per capita de Minas Gerais (R$ 167.349). No período, a atividade econômica predominante da cidade foi a geração de energia elétrica.  Classificados em 4º e 5º lugares, os municípios de Itatiaiuçu (R$ 143.604) e Mariana (R$ 99.343) tinham como atividade principal a exploração do minério de ferro.
Segundo Maria Aparecida Sales, muitos municípios tiveram sua posição alterada no ranking do PIB per capita estadual impulsionados pela queda de 4,7% no valor nominal da indústria de transformação e o aumento nominal de 27,9% da indústria extrativa mineral. “Esse incremento resultou, principalmente, da valorização do preço do minério de ferro. A variação do valor nominal da indústria extrativa mineira elevou a participação deste segmento no valor adicionado total de Minas Gerais de 6,9%, em 2010, para 8%, em 2011. A indústria de transformação, ao contrário, reduziu participação de 17,6% para 15,3%. Esse movimento afetou diretamente as cidades que tinham maior peso dessas atividades em sua estrutura econômica”, explicou.
Extrema, localizada no Sul de Minas, apresentou o sexto maior PIB per capita do Estado (R$ 85.345).  A atividade econômica da cidade está ligada ao setor de serviços, principalmente do comércio atacadista, e à indústria de transformação. “Os maiores PIBs per capita foram observados em cidades de pequeno porte com atividades econômicas extremamente especializadas. A única exceção foi Extrema, que se destacou pela diversificação da economia local”, disse Maria Aparecida Sales.
Os bons resultados da indústria extrativa mineral foram decisivos para o desempenho de Nova Lima, sétima no ranking (R$ 78.974), e a oitava, Fortaleza de Minas (R$ 78.422). O município de Fortaleza de Minas teve como principal substância de extração o minério de níquel.
A cidade de Água Comprida, uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar no estado, ficou em 9º lugar com PIB per capita de R$ 76.726. “O munícipio foi o único entre os primeiros classificados que teve um bom desempenho associado à agropecuária. Embora relativamente recente, o ritmo com que as plantações de cana-de-açúcar estão se disseminado na área do Cerrado, que engloba a região do Triângulo e Noroeste do estado, tem contribuído para modificar a realidade econômica do local”, observou Maria Aparecida Sales.
Em 10ª posição, Catas Altas (R$ 75.428) também teve o desempenho impulsionado pela extração do minério de ferro. 
A classificação nacional do PIB per capita das cidades com melhores desempenhos no Estado foi: São Gonçalo do Rio Abaixo (3º), Confins (4º), Araporã (10º), Itatiaiuçu (12º), Mariana (25º), Extrema (37º), Nova Lima (46º), Fortaleza de Minas (48º), Água Comprida (50º) e Catas Altas (51º).
Os dez municípios mineiros com os menores PIBs per capita em 2011 foram São João das Missões, Chapado do Norte e Francisco Badaró, Bonito de Minas, Ladainha, Setubinha e Jenipapo de Minas, Mamonas, Monte Formoso e Japonvar.  Seis são do Vale do Jequitinhonha e quatro do norte de Minas.
Todos eles têm pequena participação na população total do Estado e atividade econômica centrada em serviços, com predominância da administração pública. A participação do valor adicionado da administração pública no PIB desses municípios variou entre 44,9% e 53,8%.
Recorte regional
Em 2011, a região Central representava 47% do PIB estadual, seguido pelo Sul de Minas (12,7%), Triângulo (11,1%), Mata (7,2%), Rio Doce (5,6%), Centro Oeste (4,6%), Norte (3,9%), Alto Paranaíba (3,9%), Jequitinhonha/ Mucuri (1,9%) e Noroeste (1,9%).
No ano anterior, as taxas de participação no PIB estadual foram: região Central (47,7%), Sul de Minas (12,4%), Triângulo (11%), Mata (7,5%), Rio Doce (6,0%), Centro Oeste (4,4%), Norte (3,9%), Alto Paranaíba (3,7%), Jequitinhonha/ Mucuri (1,9%) e Noroeste (1,7%).


Fonte: Fundação João Pinheiro

Um comentário:

Geraldo Bispo disse...

Agradeçam ao Governador e suas promessas, ou melhor, ao candidato Aécio Neves. Se aplicassem o que gastam em propagandas enganosas(educação, estradas e outras ) nos nossos municípios, não teríamos esta vergonha.

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