quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mate-Cola, a baixinha boa de briga

TEÓFILO OTONI – Tudo começou a partir de uma idéia entre dois amigos em 1945. Eles queriam produzir uma bebida sem álcool, tendo em sua composição as ervas Mate e o Chapéu de Couro. Na primeira fase do empreendimento o refrigerante recebeu o nome de Mate Couro, mas devido alguns imprevistos não durou muito tempo. A marca logo foi vendida para uma empresa em Belo Horizonte, que atualmente produz o produto, porém a fórmula original foi alterada.

A indústria em Teófilo Otoni, batizada agora com o nome de Mate Cola, começa a ganhar corpo a partir de 1947, quando José Vieira, e os novos sócios, Aristóteles Ferreira da Costa e Áurea Costa Gazzinelli, investem novamente no refrigerante. O responsável em desenvolver a fórmula atual da bebida ficou por conta de João Cândido Guimarães, ex-funcionário de uma farmácia onde trabalhava manipulando medicamentos.  A Mate Cola é considerada uma das poucas empresas sobreviventes dentre outras tantas que já existiram na cidade e região. São mais de 60 anos em plena atividade.

Segundo o Gerente Comercial, Roberto Machado Guimarães, a Mate Cola representa um importante papel no setor produtivo local. “A cidade é carente de indústrias. A gente precisa muito de indústrias na região para poder crescer e dar empregos para as pessoas. E a empresa tem gerado empregos. São quase 50 funcionários diretos e próximo de 150 empregos indiretos”, enfatiza Roberto.

A produção da bebida gira em torno de 36 mil garrafinhas por dia. Segundo Roberto, o maquinário é antigo e precisa se modernizar. A fábrica que funciona no mesmo local desde a sua fundação também precisa ser ampliada para atender a demanda. Por isso, estão previstos novos investimentos como a compra de um maquinário para envazar o refrigerante no formato pet, já no próximo ano. “A gente está caminhando bem, a tendência agora é crescer mais ainda”.

E crescimento parece ser a palavra de ordem também para o Auxiliar de Produção, Vilson Soares de Souza, que há 32 anos trabalha na fábrica. Para ele, quanto mais a empresa crescer mais empregos vão surgir. Vilson acredita que “gostar do que faz e não fazer o que gosta”, é o que o motiva a trabalhar durante todo esse tempo na empresa. “Quando o funcionário gosta do que faz tem tudo pra trabalhar muito bem. Eu construí a minha vida praticamente aqui, minha família, meus filhos já estão todos criados. Comprei uma casa, foi uma grande vitória, um emprego que eu tive garantido”.

Projetos
A empresa já recebeu propostas de prefeitos na tentativa de tirar a fábrica de Teófilo Otoni. Mas segundo Roberto, o fato de ser um empreendimento familiar cujos sócios são todos nascidos na cidade, tem sido o diferencial para mantê-los aqui. Além de contribuir para o desenvolvimento da região. “A gente quer ir devagar. Queremos fazer um produto que no futuro seja comercializado em nível nacional”. 

Futuramente eles pretendem fabricar o produto na versão light, voltado para quem tem diabetes. O gerente comercial afirma que apesar de o produto ser 100% natural, por lei é necessário adicionar conservantes e aromatizantes na fórmula. De acordo com ele, o segredo do sucesso da Mate Cola está na qualidade e higienização do produto. “Desde a chegada da folha, a secagem, o processo de fazer o chá até chegar ao xarope. Tudo é feito com bastante cuidado. Sem contar que a gente tem que dar apoio aos produtores que fazem o plantio para comprarmos a matéria-prima. É um processo muito mais caro para fabricar e vendemos o produto no mesmo preço do concorrente”, argumenta.

De acordo com Roberto, atualmente o crescimento das vendas gira em torno de 10% anualmente. “O objetivo é crescer no mínimo 50%. Se tudo der certo vai crescer bem em 2014”, diz. E poderiam crescer muito mais se investissem no marketing. Até hoje, por exemplo, a empresa ainda não tem um site de divulgação. A única mídia existente desde então é uma tímida página no facebook. Segundo o gerente, essas questões assim como um serviço de ouvidoria e telemarketing estão sendo pensados após os investimentos para o próximo ano. 

Rompendo Fronteiras
Apesar dos investimentos no sentido de expandir a marca o tamanho do refrigerante permanece o mesmo. Roberto explica que tempos atrás houve uma tentativa de vendê-lo num tamanho maior, mas não foi bem aceito. Além de Teófilo Otoni, é possível encontrar o produto em 90 cidades do nordeste mineiro. Araçuaí, Itaobim, Novo Cruzeiro, Nanuque, Valadares, e o sul da Bahia são algumas delas. Em Belo Horizonte, é possível encontrar Mate Cola em alguns pontos de vendas principalmente no mercado central. E já começa chamar a atenção de comerciantes no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Auxiliar de produção, Vilson Soares de Souza, trabalha a 32 anos na empresa



A Mate-Cola é totalmente produzida na fábrica em T. Otoni



Primeiro chega a folha, que é estocada até o processo de fazer o chá, e depois se chegar ao xarope



Instalações do maquinário utilizado para fazer a Mate-Cola






Operário na linha de produção acompanha a qualidade do produto depois de envasado

Fonte: Diário de Teófilo Otoni

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