segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cultura, a força do Vale

Virgem da Lapa realiza Conferência de Cultura
Cultura popular é debatida como força do Vale
Virgem da Lapa - Médio do Jequitinhonha
A cultura esteve em debate em Virgem da Lapa, no dia 23 de outubro. No Salão da Prefeitura Municipal juntaram-se agentes culturais, professores, lideranças comunitárias e políticas, servidores públicos e gestores de políticas públicas para debaterem idéias sobre a cultura local, regional e nacional, apontando diretrizes e propostas para o setor.
Este evento faz parte da Conferência Nacional de Cultura a ser realizado em abril de 2.010, em Brasília. Antes, em dezembro, haverá a Conferência Estadual.
O diferencial do debate foi a exposição rica da cultura local/regional e o seu poder de transformação.
O prefeito Dim Martins tocou no ponto fundamental que cultura não é só eventos como se costuma propagar e que é cobrança constante de alguns segmentos sociais. Ele dissertou sobre as formas de criação das pessoas e grupos e demonstrou que as políticas públicas deveriam mudar de foco e considerar as manifestações artístico-culturais como um todo.
Senti-me honrado com o convite de palestrante do tema “Cultura, diversidade e cidadania”.

Procurei conceituar a cultura como todos os modos de pensar, sentir e fazer de pessoas e grupos humanos. Assim, cultura não se resume às artes e manifestações folclóricas, nem é coisa apenas dos poetas e sonhadores. A cultura impregna a economia, a sociedade, os modos de produzir, de trabalhar, o mundo concreto do dia a dia das pessoas. Tem uma abrangência imensa.
A cultura do Vale tem um diferencial. Quase tudo que se faz aqui tem um modo coletivo de fazer. A cultura do Vale tem um cheiro de socialização, de produção solidária. As suas diversas formas de manifestações mostram o sofrimento e luta de todo um povo que faz e sonha, sem vergonha de ser Jequitinhonha. Esta é uma característica que faz a nossa cultura ser chamada de popular.
As produções não são simplesmente para vender, ganhar dinheiro e construir patrimônio pessoal. O patrimônio do Vale é imaterial, mais ligado ao simbólico, à felicidade de viver. As pessoas pensam e vivem mais preocupados em Ser e menos no Ter.
O poeta Gonzaga Medeiros define bem esta característica:
“Nós somos o Vale,

nós valemos mais pelo que somos,
menos pelo que temos.
Valendo assim, e assim sendo,

sempre valeremos”.

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