Programa pretende formar 100 mil jovens anualmente e concederá bolsas a interessados em criar startups. Meta é que programa gere R$ 1 bilhão em investimento.
Para transformar Minas Gerais em referência mundial no campo da inovação e da educação tecnológica, o governador Fernando Pimentel lançou nesta segunda-feira (27/7), durante evento no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, o programa Minas Digital. A iniciativa deverá gerar R$ 1 bilhão em investimentos privados e públicos nos próximos 10 anos e formar 100 mil jovens anualmente no setor de tecnologia.
Em seu discurso, Pimentel ressaltou a capacidade do programa de gerar renda e desenvolvimento para o Estado. “Estamos aqui celebrando o que pode ser a chave mais importante para colocarmos, definitivamente, Minas Gerais no século 21. O programa é uma concepção diferente daquilo que vem sendo feito ao longo de muito tempo e eu tenho certeza que vai produzir melhores resultados do que tivermos até aqui”, afirmou.
Pimentel destacou, ainda, a importância do resgate histórico do antigo Colégio Estadual Central, a Escola Estadual Milton Campos, dentro do projeto. O espaço irá abrigar cursos de empreendedorismo e da área digital, abrigando um dos 20 hubs (espaços para instalação de novas empresas de tecnologia, as startups, e incentivo ao empreendedorismo, que serão criados em todas as regiões do Estado).
Segundo o governador, a educação agora terá uma forma diferenciada e atual. “Eu tenho certeza de que, assim, o colégio estará cumprindo a função de trazer para o século 21 aquilo que foi inovador no século 20”, avaliou. O hub da Escola Milton Campos irá abrigar as empresas que formam o chamado San Pedro Valley, um dos mais conhecidos polos de tecnologia de Belo Horizonte.
Uma das metas do governo é promover o segmento de startups e transformar Minas Gerais no principal Estado brasileiro para quem deseja investir ou ampliar o negócio. Hoje, há cerca de 300 empresas digitais em atividade em Minas e a intenção é ampliar este número.
O projeto vai selecionar 600 startups em toda Minas Gerais e, ao final do processo de graduação, que levará cerca de um ano e meio, 30 empresas do segmento terão 20% de seu capital comprados pelo Estado. “Serão entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, para que elas sejam parte do desenvolvimento de Minas. A economia digital cresce, e cresce vultuosamente. Queremos fortalecer as startups, fazer com que esses jovens venham montar suas empresas e se estabeleçam em Minas”, explicou o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), Miguel Corrêa. A Sectes será responsável pela coordenação do Minas Digital.
Idealizadora da Cellseq, startup de biotecnologia e ex-aluna das universidades federais de Viçosa (UFV) e de Minas Gerais (UFMG), Carolina Reis de Oliveira ressaltou a importância do programa para ajudar os estudantes a transformarem suas pesquisas “em algo que podem transformar a sociedade”.
“Sempre tive vontade de aprender e de transformar aquilo que eu produzia na pesquisa em algo que fosse um benefício para a sociedade. Acreditaram na nossa ideia e nos deram meios para que saísse do papel. A ajuda governamental na área de inovação é fundamental. Tenho certeza que esse programa vai abrir oportunidades. A gente quer inspirar essa iniciativa dentro e fora da universidade, seja em áreas mais carentes ou nas mais ricas do Estado”, destacou Carolina, que desenvolve programa de produção de células humanas a partir de células-tronco para substituir o uso de animais nas pesquisas de novos produtos.
Funcionamento
Na primeira etapa do programa, já em setembro, serão abertas as inscrições para os estudantes de todo o Estado interessados em fazer os cursos superiores, técnicos e de pós-graduação voltados para a área da tecnologia. Entre os segmentos estão programação, análises de mídias sociais e produção de games. Em seguida, o governo fará o processo de seleção, para, já a partir de janeiro de 2016, serem iniciadas os estudos para a criação de empresas de economia digital. A única exigência é que o participante tenha ensino médio completo.
O programa ainda prevê a criação de 17 polos regionais de inovação, um em cada território de desenvolvimento de Minas, observando as vocações regionais. Os polos contarão comUniversidades Abertas Integradas (Uaitecs), parques tecnológicos, startups, instituições de ensino superior, entre outras.
Em cada polo regional será criado pelo menos um “hub de inovação”, que são espaços coordenados pelo Estado com cursos de empreendedorismo e relacionados com a área digital. Estes hubs terão parcerias com entidades privadas como Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sebrae e Fecomércio.
“Os hubs são locais, escolas digitais, que vão concentrar a inovação no Estado inteiro. Começaremos com 20. Neles, teremos as startups, as empresas, cursos de graduação e pós-graduação”, explicou o secretário Miguel Corrêa.
Fonte: Agência Minas
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