247 - Apesar da disposição de encontrar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir formas de amenizar a crise e facilitar a governabilidade, o ex-presidente Lula critica a "perseguição" à presidente Dilma Rousseff. "Pessoas que se diziam democráticas não aceitaram até agora o resultado da eleição que elegeu uma mulher. Pessoas que dizem que o Brasil vai quebrar quebraram o País duas vezes", disse Lula na cerimônia de posse de novo presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira, na noite de sexta-feira (24).
Ainda sobre "perseguição" ao PT e à Dilma, o ex-presidente comparou as cíticas com a perseguição aos judeus. "Tenho a impressão de que muitas vezes a gente vê na televisão e parece os nazistas criminalizando o povo judeu. Parece os romanos criminalizando os cristãos, parece os fascistas criminalizando o povo italiano, parece tantas outras perseguições."
Com tom mais ríspido ao decorrer de seu discurso, Lula disse que está de "saco cheio e cansado de mentiras e de safadezas".
O ex-presidente reconheceu problemas como a inflação e o desemprego que "entraram na casa do brasileiro", e garantiu que acabar a crise é prioridade na agenda de Dilma. "A inflação está alta agora, assustando muita gente, mas está com perspectiva de cair, porque a Dilma tem obsessão de não permitir que a inflação ultrapasse o limite que já chegou, 9% ao ano, não 80% ao mês."
Lula ressaltou o "esforço" de Dilma para resolver a crise econômica. "Se o Brasil está hoje numa situação complicada – e nós sabemos que está e que a preocupação chegou dentro da casa, não é problema para a gente se alarmar, é problema para ficarmos apreensivos. Sabemos que temos pessoa lá em Brasília que vão cuidar deste Pais". Lula enfatizou que o "clima de ódio" e a "intolerância" ajudam a despertar o medo na sociedade.
O ex-presidente voltou a dizer que o PT é atacado pelas conquistas sociais. "É difícil para parte da elite brasileira suportar algumas coisas. Isso explica um pouco o ódio, um pouco as mentiras, as atitudes de certa forma canalha de alguns segmentos neste País. Sinceramente ando de saco cheio, ando profundamente irritado porque o pobre passear, comer em restaurante começa a incomodar, pobre querer passear no nordeste começa a incomodar".
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