domingo, 8 de maio de 2011

Feira de Capelinha está desaparecendo

“Feira” de Capelinha está desaparecendo lentamente
Sábado fui à feira-livre de Capelinha com minha esposa, e notei um fato interessante, fazia alguns meses que não ia, sempre minha esposa realizava as compras.

Notei que os produtos dos agricultores rurais estão desaparecendo das bancas, isso devido há um joguete de alguns empresários que compram verduras do CEASA em Belo Horizonte e revendem na feira.

O que me chamou a atenção foi a forma de atuação, eles comissionam pessoas “simples” para venderem as verduras, fato este que nos leva a acreditar estar comprando verduras da nossa terra.
O lado positivo deste joguete é que podemos comprar verduras de boa qualidade, e preços variados, mas o lado negativo é que as verduras nem sempre são frescas, e está prejudicando os agricultores locais, pois comprando os produtos do CEASA estamos financiando os agricultores da região da Capital e desfavorecendo os nossos.
Outro fator preocupante é que muitas bancas que antes eram ocupadas pelos agricultores locais, agora são ocupadas pelos vendedores comissionados, de forma que estes revendedores estão espalhados em vários pontos do mercado, dificultando assim escolher um produto nativo da nossa região.

Deixo um alerta para nossa prefeitura, em procurar algum meio de beneficiar ou subsidiar os produtores rurais da nossa região, pois a feira-livre de Capelinha, além de comercial é um patrimônio cultural e ponto turístico da nossa cidade, que se não houver a presença dos nossos amados “matutos” e sua tradicional cultura regional, acabará tornando nossa feira-livre em um simples sacolão do CEASA.

Este texto do Adilio Gomes foi publicado em 19.04.11, no Portal da Aranãs

Comentários de internautas:
Dougals - Infelizmente os gestores de Capelinha creditam que basta oferecer o espaço físico do Mercado Municipal para resolver os problemas do produtores da cidade. Essa situação, venda de produtos do Ceasa, é antiga, mas se intensificou de um tempo pra cá.

Os produtores rurais precisam de capacitação, noções de administração, cursos e subsídios. Só dessa maneira conseguirão fazer frente aos produtos trazidos de outros cantos. E concordo com o Edson, é preciso fazer alguma coisa urgentemente, realizar um levantamento das pessoas que tão realizando a prática e, porque não, ouvi-las.

Se alguém quer vender comissionado, porque não vender os produtos de moradores que moram muito longe?


Edson - tem que cobrar mesmo uma atitude,pois essa feira e´um orgulho para nos capelinhenses,e se deixarem,vai ficar como a feira daqui de nova serrana;um grande sacolao do ceasa em via publica e um verdadeiro shoping de produtos do Paraguai.

Um comentário:

Tadeu Oliveira disse...

Existe hoje uma cultura do shopping center orquestrada principalmente por jornalistas da Globo, como a Mírian Leitão. No jornal Bom Dia Brasil, do dia 05 de abril, ela veio defender a proliferação shoppings pelo interior do Brasil com o argumento de isso criaria pólos regionais de comércio nas cidades de médio porte (120 mil a 500 mil hab.). Porém, do jeito que veiculam a notícia fica parecendo que shopping centers são as melhores soluções para qualquer cidade quando ela comentou que a disseminação de shoppings pelo interior do Brasil será muito bom para substituir as praças, o pequeno comércio (diga-se, feiras) e o espaço de lazer em torno delas nas pequenas cidades. E disse que todo prefeito agora vai querer ter um shopping em sua cidade. E o povo? O que o povo quer? O problema é que no Brasil não existe uma valorização da cultura local e muito menos a valorização dos pequenos agricultores. Capelinha caminha há muito tempo a passos largos para redenção ao modelo capitalista perverso vigente e para a hipermodernidade globalizante ao destruir seu patrimônio cultural e não valorizar as formas coletivas de convivência e de produção local.

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